Outubro 25, 2024

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Infidelidade & Cumplicidade

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Selma olhou para o relógio pela quarta vez em menos de dez minutos e resmungou baixinho, frustrada. O ponteiro das horas parecia zombar dela, avançando lentamente, enquanto o ponteiro dos minutos já denunciava mais de quinze de atraso. Ele estava atrasado, como sempre. Sentada no banco do motorista, com o carro estacionado em frente ao escritório do marido, Selma tamborilava os dedos no volante, a impaciência crescendo a cada segundo.

Seu olhar desviou para o prédio ao lado, um edifício discreto, de linhas modernas, porém sem charme. Uma única luz de poste iluminava fracamente a entrada. “Por que ele faz isso toda vez?” pensava. “Ele só pode fazer isso de sacanagem para me irritar.” Selma mordeu o lábio inferior, sentindo uma irritação familiar começar a borbulhar em seu peito. “Chega! Dessa vez ele vai ver só.”

Decidida, abriu o porta-luvas e pegou a chave reserva do escritório. Trancou o carro com um clique resoluto e subiu as escadas que levavam à porta principal do prédio. As luzes estavam todas apagadas, criando um silêncio opressor que ecoava pelos corredores. O ambiente era estéril, com móveis de madeira escura e linhas minimalistas. As cadeiras de couro pretas que ocupavam a pequena recepção pareciam imóveis como sentinelas à espera de alguma vida.

No entanto, uma fresta de luz no final do corredor quebrava a monotonia da escuridão. Era a luz de sua sala, a única acesa, insinuando uma presença ali. “Ele deve estar lá”, pensou Selma, os passos ecoando firmes no piso de cerâmica enquanto se aproximava. Caminhava sem pressa, já pensando nas palavras afiadas que lhe dirigiria, exigindo uma explicação. Estava cansada de desculpas vazias e atrasos que sempre vinham acompanhados da mesma justificativa: “Trabalho”.

Mas, conforme se aproximava da porta, algo a fez parar. Seus ouvidos captaram um som estranho, abafado, um ritmo que não combinava com o ambiente silencioso do escritório. Parou por um instante e franziu o cenho. Havia um som cadenciado, quase como uma batida, seguido de um leve gemido, rouco e abafado. O coração de Selma acelerou. Aquele barulho…

Andou mais devagar agora, com passos calculados, os músculos do corpo enrijecidos pela tensão que começava a se formar. Esgueirou-se pela parede, o corpo colado ao frio da superfície enquanto se aproximava ainda mais da porta entreaberta. O som ficava mais nítido. Eram grunhidos, como de alguém se esforçando ou… “não”, pensou ela, sentindo um calafrio subir pela espinha.

Aproximou-se mais, devagar, o olhar já fixo na pequena fresta da porta. O cenário que se revelou por trás da madeira foi pior do que qualquer suspeita que ela já tivera. No pequeno espaço iluminado, seu marido estava de pé, pressionando o corpo de uma mulher contra a mesa de trabalho, os dois envoltos em um abraço febril. Os beijos entre eles eram urgentes, as mãos de ambos explorando corpos com uma fome que Selma já não via há tempos em seu casamento.

Por um momento, seu corpo congelou. O choque a dominou, prendendo o ar em seus pulmões. Ela não podia acreditar no que via.

Selma permaneceu imóvel, observando a cena diante de seus olhos, como se o tempo ao seu redor tivesse parado. Por alguns instantes, ela não conseguia sequer processar o que via. Seu cérebro tentava negar a realidade, mas seus olhos, fixos, recusavam-se a se desviar da imagem de César, seu marido, envolvido com outra mulher.

A amante parecia ter, no máximo, vinte e cinco anos, e exalava uma sensualidade que imediatamente fez com que Selma sentisse uma pontada de raiva, seguida de um amargo gosto de inveja. A mulher era incrivelmente bonita, com a pele clara e levemente dourada, como se tivesse passado o último verão todo em praias paradisíacas. Seus cabelos eram longos, caindo em ondas perfeitas até a cintura, de um castanho escuro quase preto que contrastava com a luminosidade da sala. Seu rosto tinha traços marcantes, com maçãs do rosto altas e bem delineadas, lábios carnudos e pintados de um vermelho vibrante que brilhava à luz fraca do escritório. Seus olhos eram grandes, de um tom âmbar profundo, com cílios volumosos que piscavam lentamente, como se calculasse cada movimento.

Mas o que realmente tirou o fôlego de Selma foi o corpo da amante. Ela era alta e esguia, com uma cintura fina que acentuava os quadris largos. Seus seios, fartos e perfeitamente moldados sob o vestido curto e justo que usava, chamavam a atenção de forma quase hipnótica. Havia algo em sua postura, na forma como se movia, que transbordava confiança e desejo. Selma odiou aquilo. Odiou a maneira como aquela mulher parecia ser tudo o que ela não era mais, e, pior, odiou o jeito como César a tocava, com uma ferocidade que ela não via em anos.

O que doía mais não era a traição em si, mas a intensidade com que César se jogava naquela mulher. Ele estava debruçado sobre ela, beijando seus lábios com uma voracidade quase animal, desceu para o pescoço, sugando sua pele com força, deixando marcas, e, sem demora, os beijos desceram para os seios, que ele abocanhava com uma truculência selvagem. Selma observava, atônita, como seu marido parecia tomado por um desejo que ela pensava estar morto. Ele segurava a mulher pelos quadris com força, puxando-a para si, guiando cada movimento com uma urgência que misturava brutalidade e sensualidade. Era um César que Selma não reconhecia.

Mas o mais estranho era o que ela sentia. Enquanto observava aquela cena que deveria despedaçá-la, algo dentro de si se agitava de um modo que ela não sabia como explicar. Não sentia vontade de chorar, tampouco de invadir a sala e gritar. Era como se uma parte dela estivesse entretida, fascinada pela intensidade do momento, pela forma crua com que as emoções se desenrolavam diante de seus olhos. Havia uma excitação perversa ali, um fogo que ela nunca imaginou sentir numa situação dessas.

— Rápido, precisamos acabar com isso. Minha mulher deve estar me esperando no carro — disse César, sua voz rouca, interrompendo o silêncio sombrio do escritório. Ao ouvir aquelas palavras, a amante soltou uma risada baixa, carregada de malícia, e, com um sorriso sacana, deslizou graciosamente até os joelhos, posicionando-se à frente dele, pronta para lhe dar prazer de uma forma ainda mais explícita.

Selma estremeceu, como se despertasse de um transe. A menção de sua presença, aquela referência casual e sem remorso por parte de César, sacudiu algo dentro dela. De repente, a cena que antes a mantinha enfeitiçada tornou-se insuportável. Seu corpo agiu antes de sua mente; ela se afastou com cautela, seus passos rápidos e silenciosos, cuidando para não fazer nenhum ruído que pudesse alertá-los. Seus ouvidos ainda captavam fragmentos de sons abafados que vinham da sala enquanto ela descia as escadas o mais rápido que podia, o coração martelando no peito.

De volta ao carro, Selma entrou apressada e fechou a porta com um estrondo suave, agarrando-se ao volante com mãos trêmulas. Seus olhos estavam arregalados, fixos no vazio, enquanto sua mente reproduzia repetidamente o que acabara de presenciar. Cada detalhe, cada toque, cada som… tudo girava em sua cabeça como um filme que ela não conseguia desligar.

O ar dentro do carro parecia denso, e ela respirava pesadamente, tentando entender o que havia acabado de acontecer. E, mais ainda, o que aquilo significava para ela.

Pouco tempo depois, César apareceu. Ele descia as escadas com uma expressão tranquila e despretensiosa. A porta do escritório se fechou com suavidade atrás dele, e Selma observou pelo retrovisor o marido caminhar até o carro com a calma habitual, como quem não tinha nenhuma culpa no coração.

Ele entrou no veículo e deu um sorriso cansado, mas caloroso, antes de se inclinar para beijar sua esposa nos lábios.

— Boa noite, amor. Me desculpe pela demora — ele disse, a voz rouca e carregada de uma falsa ternura. — Estava terminando uma reunião.

O beijo foi rápido, um roçar de lábios que, em qualquer outra noite, passaria despercebido. Mas, para Selma, aquilo foi um soco no estômago. Tudo que conseguia pensar era que os lábios dele, que agora tocavam os seus, haviam estado há poucos minutos devorando outra mulher. O gosto dela ainda devia estar impregnado ali, a memória daquele momento gravada na pele dele.

Selma apenas assentiu, sem corresponder ao beijo, deixando seu corpo imóvel no banco.

— Boa noite — respondeu de maneira seca, o olhar fixo no volante à sua frente. A voz saiu fria, distante, tão diferente do tom caloroso de César. Ele franziu a testa, notando a diferença.

— Você parece tensa, meu bem. Aconteceu alguma coisa? — perguntou César, a preocupação na voz soando quase autêntica, como se estivesse genuinamente interessado no bem-estar dela. Ele a estudou por um momento, tentando decifrar o que se passava.

— Não aconteceu nada — disse de forma direta, mas sem emoção. — Vamos logo. Vamos acabar perdendo a reserva.

César olhou para ela por mais um segundo, parecendo desconfiado, mas logo soltou um suspiro e deu de ombros.

— É, você tem razão — respondeu, acomodando-se no banco do passageiro. — Vamos, então. Estou faminto.

Selma não disse mais nada. Ligou o carro, os olhos fixos na estrada à sua frente. O motor rugiu suavemente, e ela acelerou, deixando o escritório para trás. As mãos dela continuavam agarradas ao volante, os nós dos dedos brancos pelo aperto firme. Lá fora, a noite parecia tranquila, indiferente à tempestade que se desenrolava dentro de Selma.

Enquanto o carro se afastava, do outro lado da rua, a porta do escritório se abriu mais uma vez. A amante, com um sorriso vitorioso no rosto, observou de longe o veículo sumir na escuridão. Ela saiu devagar, ajeitando o vestido colado ao corpo, os longos cabelos ainda ligeiramente bagunçados pelo momento anterior. Com passos leves e confiantes, a mulher desapareceu na noite, tão silenciosa quanto havia surgido.

Durante todo o jantar, Selma mal conseguia prestar atenção nas palavras de César. Ele falava sobre o trabalho, sobre o caos da semana e as exigências de algum cliente importante, mas nada daquilo fazia sentido para ela. Sua mente estava presa na imagem que tinha visto mais cedo. O jeito casual com que César agia, como se nada tivesse acontecido, a incomodava mais do que qualquer outra coisa. Não havia vestígio de culpa nos olhos dele, nenhuma hesitação nas palavras. Ele continuava sendo o mesmo marido que sempre foi: atencioso, até carinhoso, como se seu mundo estivesse intacto.

“Como ele consegue?”, Selma se perguntava. A pergunta rodava em sua mente, incessante, junto com as imagens do escritório. A ferocidade com que ele tomava a amante para si, a forma como seu corpo se movia sobre ela, era algo que Selma nunca tinha experimentado com ele. Aquela traição deveria tê-la destruído, e no entanto, o que mais a intrigava era sua própria falta de emoção. Ela devia estar furiosa, mas não estava. Devia se sentir arrasada, mas não conseguia.

No fim da noite, em casa, enquanto César já estava deitado ao seu lado, Selma não conseguia dormir. Revirava-se na cama, a mente fervendo. Por que não sentia a dor que deveria? Por que, ao invés de sofrimento, o que surgia era uma estranha mistura de curiosidade e inveja?

Após horas de insônia, Selma desistiu de tentar dormir. Levantou-se silenciosamente da cama e foi até a sala. Pegou um cigarro no armário, acendeu e se aproximou da janela. O vento noturno soprava suave, e ela observou as luzes dos prédios à sua frente enquanto soltava a primeira baforada. Cada tragada parecia trazer de volta flashes da amante, aquela mulher que ela nunca conheceu, mas que agora ocupava tanto espaço em seus pensamentos.

A imagem dela, jovem e cheia de sensualidade, não saía de sua cabeça. A forma com que ela sorria para César, aquele sorriso cheio de malícia. O jeito com que seu corpo reagia ao toque dele, como se estivesse em plena harmonia com a volúpia do momento. Selma não conseguia evitar a inveja que brotava no peito, uma sensação que queimava como o cigarro entre seus dedos. Ela parecia ser tudo que Selma nunca foi — não apenas mais jovem, mas mais provocante, mais dona de si.

Perdida em seus pensamentos, ela ouviu passos atrás de si. César apareceu na sala, coçando os olhos, ainda meio adormecido.

— Selma? — A voz dele era baixa, quase um sussurro. — O que você está fazendo acordada tão tarde?

Ela balançou o cigarro, deixando as cinzas caírem no cinzeiro. Não se virou para ele de imediato, mantendo o olhar fixo na cidade à sua frente.

— Quem é ela? — a pergunta saiu firme, direta.

César parou. O silêncio que se seguiu foi tão denso que Selma pôde sentir o ar entre eles ficar mais pesado. Ele ficou ali, parado no meio da sala, claramente confuso.

— Quem? — Ele franziu o cenho, tentando disfarçar a surpresa.

— Não se faça de idiota, — respondeu Selma, finalmente se virando para encará-lo. Seus olhos cravaram nos dele com uma intensidade que ele não estava acostumado a ver. — Estou falando da garota com quem você estava trepando no escritório.

As palavras cortaram o ar como uma lâmina, e o rosto de César perdeu a cor num instante. Seus olhos se arregalaram e, por um momento, ele não soube o que dizer.

– E-eu, n-nem sei o que d-dizer… E-eu sinto, m-muito… – Gaguejou, tentando balbuciar alguma desculpa, mas Selma o interrompeu com uma firmeza que ele não esperava.

— Eu não quero suas desculpas — disse ela, dando um novo trago no cigarro. — Quero saber quem ela é.

César engoliu em seco, a vergonha estampada em seu rosto agora evidente. Seus ombros se curvaram, como se o peso da verdade finalmente estivesse esmagando sua postura confiante.

— É… é a Amanda… minha estagiária — respondeu ele, hesitante.

Selma soltou a fumaça lentamente, com um sorriso amargo nos lábios.

— Típico — murmurou, a palavra saindo carregada de sarcasmo, enquanto ela dava mais um trago no cigarro. — Há quanto tempo isso vem acontecendo? — perguntou ela, a voz baixa, mas cheia de autoridade.

César coçou a nuca, desviando o olhar por um momento. Seus olhos vasculharam o chão, como se buscassem respostas que ele não sabia como formular. Selma deixou a pergunta pairar no ar, observando César com olhos firmes, sem qualquer traço de emoção. Ele parecia um animal acuado, preso em um canto sem escapatória. Depois de um longo silêncio, ele finalmente respondeu.

— Uns meses… três ou quatro — ele respondeu, a hesitação evidente em cada palavra.

Selma assentiu lentamente, como se digerisse a informação. Ela deu mais uma tragada profunda no cigarro, os olhos estreitos de quem estava prestes a lançar outra pergunta.

— Ela fode bem?

César se engasgou com a própria saliva, surpreso pela franqueza da esposa. Ele soltou uma risada desconcertada, como se a pergunta fosse absurda demais para ser respondida. Tentou mudar de assunto, escapar da intensidade daquela conversa, mas Selma o cortou novamente, desta vez mais incisiva.

— Eu perguntei se ela fode bem, César. Não fuja da pergunta.

O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor. César olhou para a mulher à sua frente, as palavras presas em sua garganta. Sentia-se encurralado, como se a verdade, de alguma forma, tivesse perdido o poder de ferir Selma, mas ainda pesasse sobre ele. A tensão no ar era palpável.

— Sim… — respondeu ele finalmente, em um tom seco, resignado. — Ela fode bem.

Selma esmagou a bituca do cigarro no cinzeiro, girando-a com força como se quisesse apagar algo muito maior do que apenas o fogo. Soltou a última baforada de fumaça pelas narinas, e a sala ficou envolta em um silêncio sufocante.

César, agora sentindo o peso da situação, tentou ir direto ao ponto.

— Você quer o divórcio? — perguntou ele, a voz cheia de incerteza.

Selma o encarou por um momento, e depois respondeu de forma direta, sem rodeios.

— Não.

A surpresa foi evidente no rosto de César. Ele franziu o cenho, confuso com a resposta que não esperava.

— Não? — repetiu ele, tentando entender. — Como assim, Selma?

Ela se virou, apoiando as costas no parapeito da janela, os braços cruzados, sua postura agora cheia de uma confiança que ele não reconhecia. Parecia que algo dentro dela havia mudado, como se ela tivesse aceitado uma nova realidade que ele ainda estava tentando compreender.

— Se você quiser o divórcio, eu não vou me opor — disse ela, de forma calma, quase fria. — Mas se você realmente quisesse, já teria pedido há três ou quatro meses, não é?

César abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram. Ele sabia que ela estava certa. Se ele quisesse terminar o casamento, já teria feito isso. O fato de que ele ainda estava ali, na sala com ela, em vez de estar com Amanda, dizia muito mais do que qualquer desculpa que ele pudesse inventar.

— Então é assim que vai ser daqui em diante — continuou Selma, seu olhar desafiador, mas estranho em sua serenidade. — Se é assim que você quer, que seja. Pode continuar trepando com a sua ninfetinha estagiária o quanto quiser, eu não vou me importar.

A declaração dela foi tão inesperada que César ficou sem reação, seus olhos arregalados, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Ele ficou ali, parado, encarando-a, sem saber como responder.

Selma, por outro lado, parecia finalmente ter encontrado uma paz estranha naquela confissão.

César abriu a porta de casa e acendeu a luz. Pôs as chaves do carro no chaveiro ao lado da porta e, com um gesto casual, começou a tirar os sapatos. Ele olhou para Amanda e, com um sorriso calmo, estendeu a mão.

— Me dá o seu casaco.

Amanda, sempre sedutora mesmo em sua discrição, tirou o casaco lentamente, revelando o conjunto que vestia por baixo. Sua roupa, apesar de ser formal e adequada para o trabalho, era inegavelmente provocante. Um blazer preto bem cortado, que acentuava seus ombros delicados, abraçava sua cintura de maneira perfeita. Por baixo, uma blusa de seda branca que deixava entrever, discretamente, a curva suave de seus seios. A saia lápis ajustada seguia até os joelhos, mas desenhava suas coxas com precisão, deixando claro o quão bem proporcionado era o corpo dela. Nos pés, um par de saltos finos completava a figura, alongando suas pernas torneadas. O cabelo castanho, solto e brilhante, caía em ondas sobre os ombros, enquanto o rosto exalava uma beleza juvenil.

Amanda deu uma olhada ao redor, apreciando o ambiente ao mesmo tempo em que tentava disfarçar o desconforto que sentia. Achou estranho César a convidar para a sua própria casa, sabendo qual era a condição do seu relacionamento.

— Que apartamento lindo — comentou ela, admirando os detalhes do local. — Elegante, de muito bom gosto.

César sorriu com satisfação e respondeu enquanto pendurava o casaco dela no cabideiro.

— Obrigado. Minha esposa é formada em design de interiores, então ela projetou tudo por conta própria.

Houve um breve silêncio, até que ele perguntou com suavidade.

— Aceita uma taça de vinho?

Amanda assentiu, sorrindo.

— Claro, adoraria.

César pegou duas taças de uma prateleira próxima e encheu ambas com um vinho tinto profundo, o aroma denso espalhando-se pelo ambiente. Enquanto ele entregava a taça a Amanda, ela aproveitou para tocar em um assunto delicado, escolhendo cuidadosamente as palavras.

— E a sua esposa? — Ela começou, um pouco hesitante. — Tem certeza… de que é seguro eu estar aqui?

César tomou um gole de vinho antes de responder, com uma calma surpreendente.

— Você não precisa se preocupar com ela — ele disse, sem desviar o olhar. — Na verdade, ela já sabe de tudo.

Amanda franziu a testa, confusa.

— Sabe? — repetiu ela, sem entender.

César assentiu, olhando diretamente para ela.

— Descobriu há uns cinco meses. E mais do que isso, foi ideia dela te convidar para vir aqui hoje.

Amanda ficou ainda mais perplexa, seus olhos se arregalando levemente.

— Me convidar? — questionou, incrédula.

— Sim — disse uma voz vinda do corredor. — Para te conhecer.

Selma surgiu, confiante e serena, caminhando lentamente em direção aos dois. Ela estava deslumbrante em um vestido longo de seda preta, que abraçava suas curvas com uma elegância que apenas uma mulher madura poderia exalar. O tecido fluido destacava a cintura e caía perfeitamente sobre seu quadril, dando um ar de sofisticação irresistível. Mesmo com as marcas de expressão que contornavam seus olhos e lábios, fruto dos anos vividos, Selma ainda carregava consigo uma beleza sedutora. Seu cabelo, preso em um coque, deixava à mostra a pele suave do pescoço, enquanto seus lábios vermelhos e perfeitamente desenhados sorriram com uma confiança avassaladora.

Ela se aproximou de Amanda, estendendo a mão para cumprimentá-la.

— É um prazer — disse Selma, o sorriso no rosto permanecendo inabalável.

Amanda, completamente desconcertada, apertou a mão dela com hesitação, suas palavras saindo em gaguejos.

— Eu… eu também. Prazer… te conhecer.

Selma riu suavemente, sem perder o controle, e soltou a mão de Amanda.

— Você é muito bonita — comentou, com um tom levemente condescendente. — Agora entendo por que meu marido se apaixonou por você.

Ela virou-se para o marido, mantendo o tom despreocupado.

— Querido, pode encher uma taça para mim também?

César, que havia ficado em silêncio até então, assentiu e se afastou por um momento para buscar mais uma taça. Amanda, ainda processando o que estava acontecendo, tentou se desculpar.

— S-senhora, eu… me desculpa, eu não sabia…

Mas Selma levantou a mão, interrompendo-a.

— Não precisa se desculpar, querida. E por favor, me chame de Selma. Eu realmente não ligo para a infidelidade do César. — Sua voz era calma, mas havia algo de perturbador na naturalidade com que ela falava. — Na verdade, nos últimos meses, eu aprendi a me entreter bastante com tudo isso.

Amanda olhou para ela com os olhos arregalados, a confusão aumentando. César voltou com a taça de vinho e entregou-a para Selma, que a pegou com um sorriso agradecido. Os dois pareciam tão à vontade naquele cenário desconcertante que tornava tudo ainda mais desconfortável para Amanda.

— Se entreter? — questionou Amanda, com uma voz hesitante.

Selma deu um gole no vinho, saboreando-o por um momento antes de responder.

— No começo, eu só não ligava — começou ela, sua voz baixa e controlada. — Eu fingia que não estava acontecendo, sabe? Achava que isso me pouparia do incômodo. Mas, com o tempo, algo mudou. Eu fiquei curiosa.

Ela continuou, sorrindo levemente, como se lembrasse de algo engraçado.

— Comecei a perguntar ao César sobre os encontros de vocês. Onde aconteciam, o que faziam… e, claro, como faziam. No início, ele também achou estranho, não é, querido?

César desviou o olhar, apenas acenando com a cabeça em um gesto de confirmação. Amanda estava atônita, incapaz de formar uma frase coerente. Seus lábios se moviam, mas nada além de balbucios saía, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto segurava a taça de vinho.

— Mas com o tempo — continuou Selma — ele se acostumou. Agora, eu fico esperando ansiosa ele chegar do trabalho, só para ouvir como foi a foda de vocês dois. É quase uma rotina agora.

Amanda sentia o chão sob seus pés desaparecer, como se estivesse presa em uma realidade distorcida, impossível de entender. Selma se aproximou, seus movimentos lentos e calculados, até parar bem à frente de Amanda. Ela levantou a mão suavemente e pousou-a sobre o antebraço de Amanda, um toque que ao mesmo tempo parecia íntimo e controlador. Amanda engoliu seco, sentindo a tensão no ar aumentar.

— Eu tenho um pedido para te fazer, Amanda — disse Selma, sua voz baixa e cheia de uma calma quase sedutora. — Já falei com o César, e ele topou. Agora só falta você aceitar.

Amanda, assustada e confusa, recuou ligeiramente, mas a mão de Selma em seu braço impediu que ela se afastasse completamente. Com a voz vacilante, ela perguntou:

— Do… do que você está falando?

Selma, sem hesitar, soltou a bomba:

— Quero ver vocês dois transarem na minha frente.

O grito de Amanda foi quase involuntário, um reflexo de puro choque e incredulidade.

— O quê?! — berrou ela, os olhos arregalados de horror.

Selma, no entanto, continuava impassível, sua expressão inabalada pela reação da outra mulher. Ela deu um passo para trás, mas manteve o olhar fixo em Amanda, como uma caçadora observando sua presa.

— Com o tempo, a relação de vocês dois não só dominou a minha curiosidade — disse Selma, com a mesma calma perturbadora. — Ela se tornou uma fantasia. Eu quero ver vocês transarem, igual à primeira vez que eu os vi juntos, escondida atrás da porta do escritório. Só que desta vez, sem segredos, mentiras ou portas bloqueando minha visão.

Amanda balançou a cabeça, incapaz de processar o que estava ouvindo. Seus olhos foram de Selma para César, que apenas olhava para o chão, sem coragem de encará-la.

— E não precisa ficar nervosa — Selma continuou, sua voz ganhando um tom de provocação. — César já me disse que você é uma cachorra na cama. 

A insinuação no tom dela fez o sangue de Amanda gelar. Ela sentia o ambiente ao seu redor se fechar, como se estivesse sendo engolida por uma situação que não sabia como escapar.

Amanda hesitava, seu coração batendo acelerado enquanto tentava processar aonde havia se metido. Quando começou a se encontrar com seu chefe, imaginou que seria apenas uma aventura casual, algo sem grandes consequências. Mas agora, estava presa no turbilhão das fantasias de Selma, algo que jamais esperava. Ela se perguntava como deixara a situação chegar até aquele ponto.

Sem muita escolha, e sentindo-se encurralada, Amanda assentiu, suas palavras presas na garganta. Selma, satisfeita com a resposta, celebrou o acordo com um sorriso triunfante e instruiu que todos fossem ao quarto, onde, segundo ela, “tudo já estava preparado.”

O quarto era uma ode ao desejo, decorado com uma sensualidade sutil, mas cuidadosamente planejada. As luzes eram baixas, emitindo um brilho quente e suave que envolvia o ambiente, criando sombras provocantes nas paredes. O centro da cena era uma cama king size, impecavelmente arrumada, com lençóis de cetim de um tom profundo de vinho, que refletia a iluminação suave e parecia convidar os corpos a se deitarem sobre ela.

Nas laterais da cama, mesas de cabeceira esculpidas em madeira escura sustentavam abajures delicados, cujas cúpulas filtravam a luz de forma a deixá-la ainda mais acolhedora. Um tapete macio cobria o chão de madeira, seus tons neutros contrastando com a opulência do restante da decoração.

O ponto mais intrigante do quarto era a poltrona de veludo verde-esmeralda, estrategicamente posicionada no canto do cômodo, de onde se podia observar a cama perfeitamente. A poltrona era larga e confortável, com um design clássico e imponente, convidando quem se sentasse nela a se reclinar e assistir. 

Selma, com um ar de autoridade, sentou-se na poltrona com elegância, cruzando as pernas e pegando sua taça de vinho com uma leveza que contrastava com a tensão no ar. Ela repousou a taça sobre o criado-mudo ao seu lado, como se estivesse se preparando para um espetáculo.

— Vamos lá, não sejam tímidos — disse Selma, sua voz doce, mas com uma leve carga de provocação. — Podem começar. 

O silêncio que se seguiu foi pesado, apenas interrompido pelo tilintar do vidro quando Selma levou sua taça aos lábios, tomando mais um gole do vinho.

César segurou Amanda pelos braços com uma intensidade que a fez tremer, tomando para si um beijo urgente e cheio de desejo. Os olhos de Amanda se arregalaram no início, e ela rapidamente buscou o olhar de Selma, que permanecia sentada no canto da sala, observando a cena com um sorriso malicioso. Selma não parecia incomodada, muito pelo contrário — parecia estar se deleitando com cada segundo.

A língua de César invadiu a boca de Amanda com voracidade, e por mais que a situação fosse desconfortável, ela não pôde deixar de se perder por um momento no sabor dos lábios dele, um gosto que já havia provado tantas vezes antes, mas que agora parecia diferente sob o olhar atento de sua esposa. 

Amanda fechou os olhos lentamente, entregando-se ao beijo, deixando que seu corpo fosse guiado pelo movimento dos lábios e da língua de César. Ele a envolvia com seus braços fortes, e logo ela sentiu suas pernas se entrelaçarem com as dele, enquanto seus corpos se esfregavam com uma volúpia que já se tornara familiar. A tensão inicial que sentia começou a dissipar-se, substituída por uma entrega ao momento.

De repente, César a empurrou contra a cama, fazendo com que Amanda caísse sobre o colchão de cetim. Ele começou a desabotoar sua camisa com pressa, enquanto a gravata deslizava pelo seu pescoço e caía ao chão. Amanda, deitada ali, observava enquanto ele se despia, sentindo o calor aumentar entre eles. Selma, no entanto, era uma presença constante e inquietante. Ela observava tudo com uma curiosidade penetrante, como se estudasse cada movimento.

Foi então que Selma falou, sua voz baixa e cheia de malícia.

— Tire sua roupa também, querida — disse ela, de um jeito sedutor, como se estivesse testando Amanda, desafiando-a a entrar ainda mais fundo na fantasia.

Amanda, hesitante, mas sem opções, começou a desfazer os botões de sua blusa, enquanto o olhar de Selma permanecia fixo, queimando cada centímetro que era revelado. A tensão no ar só aumentava, misturada ao desejo que parecia agora envolvê-los por completo.

Com os torsos de ambos já desnudos, ele colocou-se sobre Amanda, seus lábios ávidos encontrando o pescoço dela, enquanto suas mãos deslizavam pelas curvas suaves de seu corpo. Ele desceu lentamente, seus lábios traçando um caminho ardente até encontrar os seios de Amanda. Com uma mistura de desejo e delicadeza, sua língua começou a explorar a auréola sensível, circulando o mamilo eriçado e arrancando dela pequenos gemidos involuntários, que ecoavam pelo quarto silencioso.

Selma, observando cada detalhe da cena, começou a sentir sua própria excitação se intensificar. Já não havia mais traços da inquietação ou incerteza que experimentara naquela noite no escritório, quando espiara pela primeira vez. Agora, o que sentia era claro e decidido. Ver seu marido com outra mulher, tomando-a com tanta fome e intensidade, a excitava de um jeito que ela não conseguia compreender totalmente, mas sabia, com certeza, que era o que queria. O desejo queimava em seu íntimo como nunca antes.

De forma quase inconsciente, Selma deixou cair a alça de seu vestido, revelando um de seus seios. Sua mão delicada envolveu o seio exposto, os dedos brincando suavemente com o mamilo. O toque era leve, provocador, mas alimentava o fogo crescente dentro dela. Com a outra mão, ela levantou a saia do vestido, revelando seus lábios úmidos e sedentos. Seus dedos começaram a explorá-los lentamente, quase como se fosse a primeira vez, e cada toque enviava ondas de prazer por seu corpo, enquanto seus olhos permaneciam fixos na cena à sua frente.

César continuava seu avanço, seu corpo pressionando o de Amanda contra a cama. O calor entre eles era palpável, mas foi Selma quem quebrou o ritmo da cena, com sua voz baixa e autoritária.

— Tire a calça, querido — ordenou Selma, sua voz carregada de luxúria.

César obedeceu sem hesitar, como se estivesse completamente submisso ao desejo de sua esposa. Ele rapidamente desabotoou a calça, deixando-a cair ao chão, expondo seu corpo para ambas as mulheres. A atmosfera no quarto ficou ainda mais carregada de tensão e desejo, com cada movimento contribuindo para a crescente antecipação do que viria a seguir.

Selma, ainda sentada com uma confiança quase cruel, observava cada movimento de Amanda. Quando César ficou de pé à sua frente, Amanda tomou um fôlego curto. Ela deslizou as mãos lentamente pela cintura de César, e, com um movimento decidido, abaixou sua cueca.

O que Amanda viu a fez hesitar por um instante, seus olhos percorrendo cada detalhe com fascinação. O corpo de César, rígido e imponente, parecia resplandecer sob a luz baixa do quarto. Seu membro estava firme, denso, pulsando como se estivesse completamente tomado pelo desejo que dominava o ambiente. Havia uma textura natural, quente e suave, que refletia o brilho da meia-luz. O tamanho e a espessura deixavam claro o efeito que toda aquela situação tinha sobre ele, cada detalhe revelando o quanto ele estava entregue àquele momento.

A respiração de Amanda ficou mais pesada enquanto sua mão explorava o membro de César, sentindo o calor e a firmeza em suas palmas. Selma, que observava a cena com olhos semicerrados e um sorriso malicioso, sussurrou:

— Agora, Amanda… eu quero ver você chupando o meu marido.

Amanda, ainda atordoada pelo que estava acontecendo, fechou os olhos por um breve momento, deixando o desejo dominar sua hesitação. Seus lábios se aproximaram de César, e ela o tomou para si com um gesto lento e decidido. O calor tomou conta de sua boca, e ela começou a se mover com uma precisão quase instintiva, envolvendo-se totalmente naquilo.

Enquanto Amanda se entregava àquele momento, os quadris de César se moviam lentamente em resposta, cada vez mais imerso no prazer que sentia. Seus gemidos começaram a ecoar pelo quarto, um som grave e profundo que preenchia o ambiente. Ele inclinava a cabeça para trás, deixando escapar pequenos suspiros entre os dentes cerrados, enquanto seus dedos seguravam com firmeza os cabelos de Amanda, ditando o ritmo daquilo que já não podia mais controlar.

Selma, por sua vez, sentada em sua poltrona, observava tudo com um brilho intenso nos olhos. Sua mão ainda repousava entre as pernas, tocando-se com delicadeza, mas agora os movimentos eram mais lentos, como se ela quisesse prolongar aquela excitação por mais tempo. Sua outra mão subiu até o decote de seu vestido, onde ela apertava seu próprio seio, sentindo o prazer aumentar a cada suspiro que vinha de César.

A cada movimento de Amanda, o ritmo aumentava, criando uma harmonia entre os três. O som de seus corpos, o roçar da pele, os gemidos abafados e o suspiro constante de Selma ao fundo compunham uma sinfonia silenciosa, cada vez mais intensa.

César, em um momento de puro êxtase, puxou Amanda para mais perto, como se quisesse fundir seus corpos de vez. O suor começava a brotar de sua testa, o calor entre eles era palpável, e seus olhos, sempre fechados, só se abriram quando ouviu a voz suave e imperativa de Selma cortar o ar mais uma vez:

— Agora… é a sua vez, César. Eu quero ver você chupar Amanda.

César, com um movimento ágil e experiente, retirou o restante da roupa de Amanda, expondo-a por completo à meia-luz que preenchia o quarto. Ele a trouxe para mais perto de si, apoiando suas pernas em seus ombros, enquanto seus olhos fixavam-se no sexo dela com uma intensidade silenciosa. Sem hesitação, ele começou a explorar o corpo de Amanda com sua língua, lenta e profundamente, cada movimento desenhado com precisão.

O quarto encheu-se rapidamente com os sons dos gemidos de Amanda, agudos e incontroláveis. Seu corpo reagia automaticamente, os músculos se contraindo e relaxando ao toque habilidoso de César. Enquanto ela se entregava ao prazer, seus olhos cruzaram com os de Selma, sentada na poltrona, observando atentamente. Selma, imersa na cena à sua frente, havia abandonado qualquer pretensão de controle. Uma de suas pernas estava apoiada no encosto da poltrona, e seus dedos, habilidosos e sem pressa, exploravam seu sexo, enfiando o anelar e o médio, com uma mistura de desejo e satisfação.

O encontro visual entre as duas mulheres trouxe uma nova camada de cumplicidade. Amanda, que inicialmente se sentia desconfortável com a situação, agora entendia que não era apenas um jogo entre ela e César. Selma estava ali, não como espectadora passiva, mas como uma participante ativa, alimentada pelo desejo que a cena à sua frente despertava. Havia uma estranha sensação de alívio ao perceber que, ao invés de ser o motivo do fim daquele casamento, ela havia se tornado a centelha que reacendia algo entre os dois.

César, por sua vez, estava perdido no ritmo. Sua língua se movia com intensidade crescente, seus lábios sugando e lambendo com um desejo que ele parecia mal conter. Seus dedos apertavam a coxa de Amanda com firmeza, enquanto sua outra mão deslizava pelo próprio corpo, tocando seu membro, mantendo-o rígido, preparado para o próximo passo.

Selma, com a voz baixa e suave, finalmente quebrou o silêncio:

— Agora, César… Fode ela.

As palavras de Selma ressoaram no quarto como uma ordem incontestável. César levantou-se, seus olhos ainda focados no corpo de Amanda, e começou a se preparar para seguir o comando da esposa. O ar estava carregado de expectativa, um momento prestes a se desenrolar, envolvendo os três em um laço de desejo compartilhado, onde todos estavam, de alguma forma, conectados.

César posicionou-se sobre Amanda com uma firmeza controlada, empurrando seu corpo contra o dela, até que seu membro a penetrasse profundamente. A sensação era intensa, quase esmagadora, arrancando de Amanda um gemido alto, ecoando pelo quarto e misturando-se ao urro grave de César. Seus movimentos eram firmes, cadenciados, e a cada estocada o corpo dela se ajustava ao dele, num encaixe que trazia prazer tanto quanto uma sensação de completude.

Selma, que assistia a tudo da poltrona, mordeu os lábios, saboreando cada detalhe com um prazer que ia além do físico. Seu olhar estava fixo na cena, no corpo de seu marido invadindo o de Amanda, enquanto seus próprios dedos continuavam a explorar seu corpo. A tensão sexual no ambiente era palpável, e o som das estocadas de César preenchia o quarto com um ritmo quase hipnótico.

Amanda se entregava completamente, seu corpo movendo-se em sintonia com o de César. Ela havia deixado de se preocupar com o que aquilo significava e se concentrou apenas no prazer que fluía através dela. Os últimos meses haviam transformado o que inicialmente parecia ser apenas uma traição em algo mais profundo. César, por sua vez, continuava olhando para sua esposa, a única mulher com quem ele havia compartilhado sua vida por tanto tempo. Agora, ao ver Selma guiando aquela situação, compreendia que algo entre eles havia mudado, de forma inesperada, mas, ao mesmo tempo, excitante.

Selma, como uma verdadeira maestra, conduzia o ritmo. Ela dizia a César quando acelerar, quando desacelerar, como queria que eles se movessem, cada palavra sua era uma ordem que ambos obedeciam. Não havia dúvidas sobre quem estava no controle. Selma, com sua presença imponente, transformara aquele ato em um espetáculo privado para seu próprio deleite. Amanda e César eram meros atores, movendo-se ao comando dela, enquanto ela se deliciava com o que via.

Quando o ápice parecia inevitável, Selma deu sua última ordem, exigindo que César terminasse a cena como ela desejava. 

– Quero ver você cobrindo o rosto dela com seu leite.

Amanda, já exausta, ajoelhou-se no chão, colocando a língua para fora em antecipação. César, dominado pelo desejo e pela excitação, liberou-se com intensidade, lambuzando o rosto de Amanda com seu sêmen, enquanto Selma observava cada jato com olhos famintos.

Quando tudo terminou, Selma se levantou da poltrona e caminhou até César. Ela o tomou para si em um beijo profundo e saboroso, uma declaração silenciosa de posse, de que Amanda poderia beijar ele, chupar ele, trepar com ele o quanto quisesse, mas César ainda era seu.

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