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Traição na Pousada - Parte 1
Seu pensamento imediato foi cancelar a hospedagem, devolver as diárias e mandar o hóspede plantar batatas. Mas, a necessidade de dinheiro não permitia dar continuidade àquele pensamento. Respirou fundo, engoliu em seco e fez de conta que não tinha entendido.
– Desculpe, Maria. Acho que fiz uma pergunta que lhe pareceu inoportuna e surpreendente. Sou escritor de contos eróticos e pretendo passar uma temporada aqui na sua Pousada exatamente para escrever sobre o velho tema da traição. E a pergunta assim de chofre, pegando-a desprevenida, foi para examinar suas reações, pois sei a situação do seu marido e o momento de fragilidade que você enfrenta, o que tornaria justificável uma traição.
Maria ficou calma. Era verdade o que Ivã, o novo hóspede, acabara de dizer. Seu marido, João, fizera há dois anos cirurgia para retirada dos testículos e desde então foi perdendo a libido e não houve tratamento médico e psicológico que evitasse a perda completa da vontade sexual. Casados por amor há dez anos, Maria e João formavam um casal feliz. Tinham construído uma pequena Pousada no litoral catarinense e tudo ia de vento em popa até João ser vítima da doença causadora dos seus problemas.
– Como você soube do meu drama?
– Tenho um amigo que trabalha no hospital onde seu marido foi operado e ele me contou o drama que vocês passaram a viver.
– E você quer me tornar personagem do seu conto? Não é meio cruel?
– Você tem razão, é cruel. O problema é que para escrever, primeiro tenho que entender os dramas, os conflitos e as necessidades que possam levar pessoas à infidelidade. E é nisso que gostaria de sua ajuda, tendo ou não traído seu esposo.
– Tudo bem, entendi seu pensamento. Mas, como você poderá me analisar?
– Confesso que um dos motivos da minha vinda agora, foi saber que seu marido estará afastado durante um mês e assim terei um bom tempo para conhecê-la.
– Puxa vida, parece que você está bem-informado sobre mim.
– Estou. Quero analisá-la durante um período em que esteja mais vulnerável do que nunca.
– Para quê? Não vai me dizer que você vai tentar me conquistar?
– Sim e não. Dependerá de você. Já a tinha visto de longe. Você é mais bonita de rosto e de corpo do que imaginava. E nessa idade que você deve ter, a mulher atinge a maturidade em todos os aspectos, incluindo o sexual. Não se preocupe, sou divorciado, sem filhos.
– Bem, vou deixar você ocupar o apartamento. Qualquer problema, me chame.
Maria foi continuar a arrumação de outros locais da Pousada e estava impressionada como, em tão pouco tempo, alguém entrara na intimidade da sua vida de forma surpreendente. Não podia negar que achara Ivã um homem simpático, apesar de sua pergunta inicial insolente, querendo saber se ela já traíra ou não o esposo. Era alto, pernas e braços fortes, delineados em academia, olhos de um castanho escuro que pareciam mostrar total sinceridade e disparar brilhos de sensualidade. O sexto sentido bem feminino de Maria entrou em alerta. Algo começava a acontecer em seu íntimo. Deveria permitir que Ivã invadisse sua privacidade? Como revelar seus pensamentos a um estranho? Transformar-se em personagem de um conto erótico lhe traria alguma satisfação? E se ela terminasse na cama com Ivã? Essa possibilidade produziu um arrepio de prazer em seu corpo. Não, pensou ela, jamais seria capaz de enganar a confiança que João depositava nela. Por outro lado, dois anos sem fazer sexo, logo para ela, uma mulher que tinha, como dizia o marido, “fogo entre as pernas”, era uma situação muito difícil de superar. O casal já havia conversado sobre o assunto e João chegou a dizer à esposa que ele procuraria entendê-la se fizesse sexo com outro homem, pedindo apenas que ele não tomasse conhecimento.
Ao tirar uma soneca à tarde e pensar no que acontecera, Maria desconfiou que a ausência prolongada do João e o aparecimento do Ivã poderiam ter sido planejadas pelo marido. Ou isso seria mera desculpa de sua cabeça para ela aceitar a provável cantada que receberia do hóspede? Acordou com o celular tocando. Era Ivã.
– Oi. Faltando alguma coisa no apartamento?
– Não. Quero apenas convidá-la para jantar. Não se preocupe que vamos a um pequeno e discreto restaurante que fica à margem da Lagoa da Lua. Aceita?
Surpreendida pelo convite tão rápido, Maria tentou inventar desculpas para “deixar para outro dia”. Não colou. Ivã foi direto e convincente, pois queria começar logo a conversa sobre o tema de seu novo conto. Maria cedeu.
No horário combinado, os dois se encontraram. Maria estava linda, vestida discretamente e com uma maquiagem suave que não impedia que Ivã observasse seu rosto ligeiramente corado, como se estivesse sentindo uma certa vergonha pelo que poderia fazer ou, quem sabe, pelo que iria fazer naquela noite. Durante algum tempo, os dois permaneceram calados, talvez por não saber como quebrar o gelo.
Maria adorou o restaurante. Música suave, ambiente discreto e leve, como num sonho. Sentaram-se num reservado, onde era mais difícil serem vistos. Ivã perguntou se ela beberia um espumante em homenagem à noite. Maria aceitou, para quebrar a inibição mútua.
Feito o brinde, iniciaram a conversa sobre traição. Ivã voltou à pergunta inicial que fizera sobre se ela já traíra o marido. Maria deixou passar algum tempo, para aguçar a curiosidade, e então contou que havia casado virgem com João e que nunca conhecera outro homem.
– Acredito, mas você já pensou nisso alguma vez?
– Vou ser sincera. Sim, pensei muito durante esse dois anos de ausência total de sexo. Sonhei muitas vezes que estava transando e acordava toda molhada, indo para o banheiro me masturbar e acalmar meu corpo. Mas não conseguia serenar a cabeça e muitas vezes me flagrei olhando um homem e imaginando como seria uma transa com ele.
– Sabe, Maria, imaginava exatamente isso. Você é uma mulher que mostra uma sexualidade natural, mesmo sem querer e isso indica que você, desculpe o machismo, é uma fêmea privilegiada pela natureza, capaz de enlouquecer qualquer macho na cama.
– Puxa, isso é machismo puro, mas vou perdoar suas palavras. João nunca reclamou de mim no sexo, mas também, pela sua maneira de ser tão reservada, não me proporcionou os prazeres que desde jovenzinha imaginava que teria na cama. Talvez isso tenha me ajudado a ter fantasias sexuais com outro.
– Maria! Maria! Se eu dissesse a você como eu gostaria de ser esse “outro”? Acreditaria?
– Sei que deveria fazer cara de braba e dizer “tá pensando que sou o quê?”, mas eu acredito que você falou a verdade e isso já produziu efeitos no meu corpo. Estou molhadinha.
– Opa! Quem sabe compramos mais espumantes e vamos degustá-los num local mais apropriado para conversas íntimas? Você tem plena liberdade de escolha.
– Repito. Não sei mentir. Realmente, nem que seja só por hoje, quero quebrar todas as barreiras que até agora me impediram de conhecer os mistérios do sexo e gostaria que fosse você o meu guia. Quero me entregar por completo, sem limite de tempo e sem restrições ao que você desejar de mim.
– Mama mia! Que responsabilidade você está me dando. Prometo que não irá se arrepender.
Enquanto Ivã foi pagar a conta e comprar as bebidas, Maria dirigiu-se ao toalete. Teve, então, a ideia de tirar as calcinhas para fazer uma surpresa para o homem para quem iria se entregar de corpo e alma. Quando começaram a se deslocar de carro, Maria pediu a mão de Ivã e colocou nela a calcinha vermelha. Ele pegou e levou-a ao rosto, beijando exatamente no local umedecido pela vagina. O sorriso de satisfação de ambos mostrou que começava naquele momento o jogo do sexo. A mão de Ivã levantou um pedacinho do vestido de Maria e ele sentiu o calor e a maciez das coxas dela. Não dava para esperar até o motel. O tesão de ambos estava alto demais. Entraram numa estradinha secundária e pararam o carro. A mão esquerda dele agora estava livre para subir entre as coxas dela e chegar na xota. Os dedos foram identificando os lábios vaginais até sentirem o clitóris. Maria suspirou fundo. O dedo médio dele penetrou suavemente na vagina até identificar que ela possuía o chamado Ponto Gê bem definido. Ivã levantou a ponta do dedo e começou a fazer movimentos tipo “vem aqui”. A expressão do rosto da Maria modificou-se. Não conhecia aquela sensação incrível que começou a sentir. Pediu que ele fizesse movimentos mais rápidos. O prazer duplicou. Então, colocou a mão em cima da do companheiro, apertando-a contra o clitóris. Sentiu uma explosão de prazer, soltando frases sem nexo e gozou. Ivã, na certeza que acertara o alvo em cheio, voltou a movimentar o dedo dentro da vagina. Maria suspirava fundo e pedia mais rapidez. Não tardou muito e ela começou a gemer alto, com a sensação que não só estava tendo um orgasmo incrível como se sentia completamente molhada na área vaginal. Como continuava cheia de tesão, Maria, agora sem nenhuma vergonha, resolveu matar a curiosidade de saber como era o pênis de Ivã. Pelo volume que fazia na calça, devia ser avantajado. Passou a mão por cima e apertou um pouco. O volume pareceu aumentar. Para facilitar, Ivã afrouxou o cinto e baixou a calça até o joelho. Agora o cacete parecia querer furar a cueca. Maria empurrou a cueca para baixo e soltou a fera. Era algo enorme, grosso, cabeçudo, pele branca lisinha, sem veias à mostra. Ela não acreditava que existia um pau daquele tamanho e nem que experimentaria tudo aquilo dentro dela. Para ter certeza de que era verdadeiro, Maria segurou o membro com as duas mãos. Instintivamente, começou a masturbá-lo. O rosto de Ivã mostrava prazer. De repente, segurou a cabeça da companheira e levou-a na direção do pau. Maria fez um certo esforço para evitar fazer o que ele estava insinuando. Mas não resistiu. Caiu de boca naquela tora, sentindo a enorme cabeça encostar na garganta, dando uma certa ânsia de vômito. Respirou fundo e voltou a sentir a boca toda tomada por aquela coisa enorme e quente. Sentindo que iria ejacular em breve, Ivã teve a frieza de propor que deixassem para fazer sexo no motel, com mais conforto e tranquilidade.
Em poucos minutos chegaram ao destino. Maria tinha certeza de que conheceria muita coisa além da penetração frontal na posição “papai-mamãe”, que era a única maneira de fazer sexo do marido, por ser ele um homem muito religioso e pudico.
De comum acordo, resolveram fazer um brinde à vida e ao sexo. Ergueram as taças, prometendo que fariam tudo sem remorsos. Ivã, então, pediu que Maria o ouvisse com atenção e começou uma conversa surpreendente. Disse que era primo-irmão do marido dela, do qual fora o melhor amigo nos tempos de infância e início da adolescência e perderam o contato depois que a família de Ivã se mudou para uma cidade distante onde ele se formou médico e se casou. Ao saber da doença do primo, manteve-se informado sobre a evolução da situação. Achou estranho quando João pediu que ele fosse visitá-lo pessoalmente, mas sem participação da esposa Maria. Durante um almoço, Ivã foi surpreendido pelo primo. João pediu que ele, durante o mês em que estaria ausente da cidade, mantivesse relações sexuais com Maria e a engravidasse, pois sendo primos, o filho teria a descendência genética da mesma família, tornando mais fácil para ele, João, assumir a criança como filho dele. Ivã demorou a entender o pedido do primo. Era algo completamente fora da normalidade. Mas João havia pensado em todas as possibilidades e planejado todos os detalhes, incluindo a participação voluntária da esposa.
– E é exatamente isso que pretendo fazer com minha confissão, concluiu Ivã. Saber se você quer participar dessa intenção do seu marido de forma consciente e voluntária, ou seja, convivermos durante um mês, possibilitando que você fique grávida. Concorda?
– Puxa, estou pasma. Cheguei a achar que esse nosso encontro tinha o dedo do João, que já me dissera que eu poderia traí-lo e ele aceitaria. Mas, eu ter um filho do primo para ele considerá-lo como seu, aí é forte demais, apesar de fazer sentido. E depois, se aceitar?
– Bem, para não me envolver sentimentalmente com você e não criar outros problemas, terminado o mês ou na hora que você quiser eu vou embora e não darei mais notícias.
– Você tem razão. Proponho não mais pensar nas consequências e vivermos esse mês como se fôssemos um casal, usufruindo de tudo que for possível. Quero um filho seu.
Mesmo estranhando a frieza de Maria em aceitar tão rápido, Ivã gostou da decisão, na certeza que usaria com muito prazer suas raras virtudes sexuais de demorar para ejacular, conseguir transar várias vezes numa relação e de ter um tipo de “reservatório de esperma” para mulher nenhuma botar defeito. Só não imaginava que seria o companheiro ideal para uma fêmea alfa que iria exigir tudo dele.


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