Disponível para Mike [ Dependência emocional ][Obssessão Erótica][Sedução Psicológica e Controle]
Romântico
O dia amanheceu opaco no apartamento de Mike. As janelas altas deixavam entrar uma luz cinzenta e discreta, o tipo de luminosidade que não aquece, apenas ilumina o suficiente para lembrar que o tempo passou. Emily acordou primeiro. Estava nua, os lençóis enrolados nos tornozelos, o corpo ainda sensível e marcado pelas horas anteriores.
O travesseiro ao lado estava vazio. Mike já havia se levantado. De novo.
Ela se sentou na cama devagar, sentindo a pressão da ausência. Pegou a camisola caída no chão e foi até a cozinha. O cheiro de café a atingiu antes da visão do bilhete sobre a bancada:
“Dorme. Preciso resolver umas coisas agora cedo, volto para a cama. Estou no escritório. Tenho reunião às 10h30, não me interrompa. Depois a gente se vê.”
Ela leu duas vezes. O papel tremia levemente em suas mãos.
Disponível. Era assim que ela se sentia. Como se fosse apenas um corpo macio esperando por ele entre uma reunião e outra.
Emily voltou para o quarto, mas não deitou. Sentou-se no sofá de canto, puxando as pernas e cruzando os braços. O rosto fechado. O olhar firme. Quando Mike entrou no quarto minutos depois, ela já estava armada.
— Precisamos conversar — disse, antes mesmo que ele fechasse a porta.
Ele parou, arqueando uma sobrancelha. A expressão neutra, quase relaxada.
— Sobre? E por que saiu da cama? — perguntou, caminhando até a beirada e sentando com um ar que misturava calma e provocação.
— Sobre isso tudo. Você trabalha, transa comigo, e volta a trabalhar. Eu não sou só isso, Mike.
Ele a observou por um momento. Os olhos atentos, como se analisasse um código.
— Então me diz o que você é, Emilly. Agora. Em voz alta.
Ela engoliu em seco.
— Eu sou uma mulher. Não uma pausa para o seu prazer. Eu penso. Eu sinto. Eu mereço mais.
Mike não riu, mas os olhos brilharam com algo entre ironia e paciência.
— E por que está dizendo isso agora? Justo agora, depois de passar a noite agarrada em mim como se eu fosse sua âncora no mundo? Eu te avisei que teria home office. Eu fui claro.
Emily não respondeu. O silêncio dela era revelador.
— Ah, Emilly… — ele se inclinou, a voz mais baixa — você não está brava comigo. Está brava com você mesma por não conseguir sair.
— Você me usa. Eu não estou confortável com essa situação — tentou insistir, mas a voz fraquejou.
— Eu te uso? Ou você se oferece? Toda sexta à noite você vem até aqui. Você sabe como é. Você quer terminar? Então termina. Olha nos meus olhos e termina como mulher. Não como menina ferida fingindo que não geme quando eu te chamo de minha.
Ela corou. A raiva e o desejo em guerra dentro do peito.
— Não é isso, Mike… — murmurou, mais baixa, se aproximando da cama.
— Então o que é, meu amor? Diz pra eu te entender.
— É que… eu só fico aqui. Na cama. Sempre pronta pra você. — suspirou, como um desabafo, a vergonha encostando no desejo.
— E isso te incomoda? — ele aumentou levemente o tom. — Quer sair? Quer passear? Respirar ar puro? Vai. Mas não finge que isso aqui é unilateral. Você me acorda de madrugada, Emilly. Você geme antes do meu toque. Você quer mais do que pode admitir.
Ela não conseguiu responder. Os olhos estavam marejados. O orgulho, diluído.
— Quer que eu te lembre como implorou às três da manhã? Como chorou quando pedi pra você olhar pra mim? Você quer conversar, mas sua pele ainda me chama.
Emily apertou as pernas. O corpo a traía.
— Quer ir embora? Vai. Mas antes, olha pra mim e diz que você não quer me sentir agora. Dentro de você. Diga.
Ela tremeu.
— Mike…
— Fala. Olha pra mim. E diz.
O ar pesava. O quarto era uma arena invisível. Ela tentou lutar. Tentou. Mas a vontade de vencer era menor que a de se render.
— Eu te quero. Agora.
Foi o suficiente.
Ele a puxou para si, com firmeza e fome. O beijo veio como domínio. As roupas sumiram sem cerimônia. E quando ela se ajoelhou diante dele, havia entrega. Não como antes. Agora havia decisão.
— Você é minha, Emilly — sussurrou ele, já a puxando para debaixo, o corpo dominando o dela com precisão e instinto. — E vai continuar sendo. Enquanto quiser ser tocada assim.
Ela não respondeu. Mas o corpo, esse, gritou.
E quando o clímax veio, foi violento, avassalador. Uma guerra vencida sem armas. Uma rendição com gosto de vitória.
Depois, deitada sobre ele, ainda ofegante, ela murmurou:
— Eu te odeio, sabia?
Mike riu, os dedos desenhando círculos lentos em sua nuca.
— Não, meu amor. Você me quer. E isso… te assusta mais do que me odiar.
Ela sorriu, sem força para disfarçar. Porque ele estava certo.
E quando se virou de lado, puxando o lençol para cobrir o corpo suado, seus olhos caíram sobre as marcas espalhadas pela pele: chupões no pescoço, mordidas discretas nos ombros, dedos marcados nas coxas, a cintura ainda dolorida da pressão das mãos dele.
Ela tocou uma das marcas com a ponta dos dedos e fechou os olhos.
Porque era ali, nessas marcas silenciosas, que ela mais se sentia dele. Emilly era muitas coisas. Mas naquele instante, era isso: possuída, marcada, e entregue.
——-
Trecho do livro EMILLY de Maeve Harlow
SINOPSE
Mike Whitmore é um engenheiro de software brilhante, obcecado por controle — digital e emocional. Quando ele invade um fórum erótico privado, descobre a verdadeira identidade da autora mais provocante do site: Lady Lara.
Mas por trás das palavras sedutoras e fantasias cruas… não está quem ele esperava.
É Emilly Boone — uma estudante de artes inexperiente, criada em uma fazenda, que passa os dias discretamente no caixa de um supermercado enquanto esconde seus desejos mais profundos sob um pseudônimo.
O encontro entre eles é imediato. Elétrico. Perigoso.
A necessidade de dominação de Mike se transforma em obsessão. Emilly, atraída por sua intensidade, mergulha em uma dependência emocional da qual não consegue escapar.
Dois mundos opostos. Um amor incendiário. E um desejo tão avassalador que pode acender tudo entre eles — ou destruir tudo pelo caminho.
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