Junho 16, 2025

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a janela tava embaçada, mas eu vi que ele viu...

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eu nunca contei isso pra ninguém. não sei se por vergonha ou porque, sinceramente, gostei mais do que deveria. foi com meu ex, numa época em que a gente transava com uma certa pressa, mas ainda com aquela fome antiga. eu morava num ape antigo desses da santa cecília, com janelas enormes, sem cortinas, voltadas diretamente pro prédio da frente. naquele dia, a gente mal trocou palavra. ele me virou de costas e me colocou de pé na frente da janela, pressionando meu corpo contra o vidro. a diferença de temperatura entre o ar abafado da sala e o frio do vidro fazia minha pele arrepiar. quando ele me deslisou por trás, minha respiração já começou a embaçar a janela na altura do meu rosto. e aí, ali, entre uma ofegada e outra, com a mão tentando limpar o embaçado pra enxergar, eu vi. tinha um homem na janela do prédio da frente. parado. olhando direto pra mim.

por um segundo, congelei. fiquei sem saber se me afastava ou se continuava. mas ele segurava firme a minha cintura, e o impulso do corpo dele contra o meu me fez perder a linha de pensamento. o homem da janela não parecia assustado. não parecia chocado. ele parecia… envolvido. curioso. quase como se estivesse esperando aquele momento. meu rosto colado no vidro, minha boca aberta, gemendo baixo, minha testa marcando suor e a respiração na paisagem de do minhocão. eu tentava manter os olhos abertos, pra ver se ele ainda tava lá, me vendo gozar. e ele tava. imóvel. a cara de quem tava participando. talvez estivesse tocando em si mesmo. não sei. não enxergava tão bem. só sentia o calor no meu ventre, o peso do corpo atrás de mim, a pressão crescendo entre as pernas, e aquele olhar. aquele olhar de fora. que me fez vir.

depois que acabou, eu não falei nada. não disse que vi. não perguntei se ele viu também. a gente só se jogou no sofá, suados, ofegantes. nunca mais comentamos. mas, desde então, toda vez que passo pela rua do prédio, olho pra cima. olho pras janelas. às vezes, juro que vejo ele. e fico imaginando se ele lembra do que viu. e se ele espera que eu volte. talvez com outro. talvez sozinha. talvez, de novo, com a cara contra o vidro.

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