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Agosto 14, 2025

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O aprendiz e o mestre

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A escuridão do escritório após o expediente sempre me atraiu como um imã para almas perdidas. As prateleiras de livros antigos, o cheiro de papel envelhecido e o silêncio que ecoava entre as paredes eram meu refúgio. Até que ele apareceu.

Gabriel. Vinte e três primaveras de arrogância juvenil, olhos verdes que desafiavam o mundo e um corpo esculpido pela insolência da juventude. Filho do meu editor, supostamente heterossexual, destinado a herdar o império literário do pai. E ali estava eu, Roberto Oliveira, cinquenta e quatro invernos de solidão disfarçada de genialidade, observando-o através do vidro embaçado do meu copo de whisky.

“O senhor deveria ir para casa”, ele disse, entrando sem bater, como se o espaço lhe pertencesse.

O sorriso que lhe dei era afiado como a lâmina que guardava na gaveta. “E você deveria aprender a bater antes de entrar, menino.”

Ele riu, jogando os cabelos castanhos para trás. “Meu pai disse que você é o melhor escritor de mistério que ele já publicou. Mas eu acho que você só sabe escrever sobre crimes porque nunca teve coragem de cometer um.”

O desafio estava lançado.

Levantei-me lentamente, sentindo cada articulação protestar, cada ano de minha vida pesando como uma sentença. —”Crimes, Gabriel, são relativos. O que para alguns é pecado, para outros… é apenas o começo de uma boa história.”

Ele não recuou quando me aproximei. Pelo contrário, seus olhos brilharam com algo que eu reconheci muito bem: curiosidade mórbida.

“O que você quer provar, garoto?”

—”Que você não é tão assustador quanto parece”, murmurou, seu hálito quente atingindo meu rosto como um sopro de desafio.

Foi então que o agarrei.

Minhas mãos, acostumadas a dançar sobre teclados envelhecidos, encontraram seu pescoço com uma familiaridade perturbadora. Ele arfou, mas não lutou. Não quando meus dedos desceram para seu peito, para a cintura apertada do seu jeans, para a protuberância óbvia que crescia sob o tecido.

“Isso… isso não significa nada”, ele gaguejou, mas seu corpo já traía a mentira.

“Claro que não”, concordei, puxando-o para o meu escritório escuro, onde as sombras poderiam esconder nossos pecados.

Na penumbra, ele finalmente cedeu. Seu jeans caiu como uma cortina revelando o terceiro ato, e sua nudez, banhada pelo luar que entrava pela janela, era um poema que eu estava ansioso para decifrar.

“Você nunca fez isso antes, não é?” perguntei, observando o tremor em suas coxas enquanto o virava de quatro sobre minha mesa de trabalho, documentos voando como páginas de um livro sendo violentamente viradas.

“Não com… um homem”, ele admitiu, sua voz quebrada pela vergonha e algo mais primitivo.

Minha mão deslizou por suas costas, parando na curva perfeita de suas nádegas. —”Então hoje você aprenderá uma nova definição para a palavra ‘submissão’.”

Quando entrei nele, seu grito ecoou pelas paredes do escritório, um som que misturava dor e prazer em igual medida. Ele estava apertado, virgem nesse tipo de profanação, e cada centímetro que conquistava era uma vitória contra sua heterossexualidade performada.

“Parece que alguém está gostando”, murmurei, sentindo seu corpo se adaptar, se render.

“Cale a boca”, ele rosnou, mas seu tom já não tinha a mesma convicção de antes.

O ritmo que estabelecemos era brutal, poético. Minhas unhas marcavam seus quadris, enquanto ele se agarrava à mesa, os nós dos dedos brancos de tanto pressionar. O som de nossa carne se encontrando era obsceno, e ainda assim, lindo em sua crueza.

—”Você vai lembrar disso toda vez que sentar para escrever uma de suas histórias de terror”, prometi, acelerando o ritmo, sentindo-o tremer sob meu domínio. —”Vai lembrar do velho que te fodeu na mesa do seu pai.”

Seu orgasmo chegou como um terremoto, abalando-nos ambos. E quando meu próprio prazer me atingiu, foi com a satisfação de saber que havia marcado não apenas seu corpo, mas sua alma.

Ao se vestir depois, ele evitou meu olhar. Mas eu vi o rubor em suas bochechas, a maneira como suas pernas ainda tremiam.

“Isso… isso não vai acontecer de novo”, ele disse, ajustando a roupa com mãos trêmulas.

Sorri, sabendo que mentia. —”Claro que não, Gabriel. Até a próxima vez que você vier me desafiar.”

E quando a porta se fechou atrás dele, peguei minha caneta. Tinha uma nova história para escrever.

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