Outubro 26, 2025

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Minha quase primeira vez... gay

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A Roberta foi minha primeira namorada. Nos conhecemos na faculdade, no começo de 1996, e em outubro daquele a coisa ficou séria. Até demais. Eu não tinha experiência nenhuma com mulheres, menos ainda com relacionamentos. Determinadas situações cotidianas se transformavam num pesadelo na minha cabeça de adolescente apaixonado. Eu não sabia lidar com a distância, por exemplo. O problema é que ela era de São José do Rio Preto, o que exigia ao menos duas viagens ao mês para visitar a família. Eu ficava em frangalhos, não tinha maturidade e não sabia lidar com a saudade. Com o tempo, isso virou quase obsessão para mim, um problema para ela. Eu realmente enchia o saco.

O Eduardo e a Priscila eram dois amigos da Roberta de São José do Rio Preto e estudavam conosco no Mackenzie. A Priscila, na mesma sala; o Eduardo, um ou dois semestres atrasado. Fato é que me tornei grande amigo dos dois, um pouco em razão do Mackenzie, muito em virtude da Roberta. Ele acabou virando uma espécie de guru do namoro, sempre me ajudava a entender aquela garota complicada e mostrava como eu deveria agir com ela.

Sujeito estranho, o Eduardo. Desenvolto, solícito, bom papo e cativante, fazia amizades com facilidade. Foi assim comigo, justo eu, que dificilmente deixo pessoas novas se aproximarem. Com ele, foi empatia imediata. O grande mistério envolvendo o Eduardo era a sexualidade. O sujeito parecia assexuado. Os amigos de infância diziam nunca tê-lo visto beijar ninguém, homem ou mulher. Parecia questão de tempo até ele se assumir gay, mas esse tempo não chegava. Pra mim, pouco importava. Ele era minha companhia quando a Roberta me levava a Rio Preto. Era bom para todo mundo. Enquanto estivesse com ele eu me sentia acolhido e confortável, ela tinha tempo para curtir as amigas sozinha. Quando ele não estava, eu ficava deslocado, a afinidade com o resto da turma era zero.

Em meio a tudo isso, não me espanta que a Roberta preferisse ir a Rio Preto sozinha. Tinha toda razão. Então, fizemos uma espécie de acordo: ela prometeu que eu viajaria junto vez sim, vez não.

Àquela altura, estávamos em 1997 ou 1998, já com um ou dois anos de namoro, portanto. E eu continuava um garotão imaturo. Lembro bem que naquele mês haviam rolado ao menos três visitas à família sem me incluir. Considerando que durante a semana nos víamos apenas na faculdade, fiquei chateado. Brigamos, e o namoro “acabou”.

A crise me fez recorrer ao Eduardo, e fui convidado a fazer uma visita para mais um papo sobre aquele assunto chato. Quando cheguei, estava rolando uma festinha animada no apartamento. Eu conhecia basicamente a Priscila e o Eduardo, e outras duas ou três pessoas tinha visto rapidamente em eventos riopretanos. Pra não me sentir um peixe fora d’água, como sempre ocorria no meio daquela turma, resolvi beber um pouco, algo incomum à época. Deu certo, e a festa foi animada o bastante pra eu aguentar até o fim. Em certo momento, tarde da noite, uma a uma as pessoas foram saindo, até que sobramos somente eu e o dono da casa, sentados com alguns bons centímetros de distância no mesmo sofá. Era a hora de eu começar o desabafo pela enésima vez.

O Eduardo sempre me fez entender que a Roberta precisava de espaço, era uma mulher independente e autossuficiente desde muito cedo, e naquela conversa ele apenas repetiu esse discurso. Dessa vez, porém, eu queria falar mais do que ouvir, e tive espaço para isso. Disse o quanto gostava dela, o quanto precisava dela ao meu lado e blá blá blá. Derramei uma ou outra lágrima, pois lembro que algumas vezes ele esboçou um abraço que nunca aconteceu. Até que, em determinado momento, eu simplesmente parei e comecei a olhar para o infinito, pensando em tudo aquilo, em como agir dali para a frente, como mudar meu comportamento e assim salvar o namoro. Mas algo que eu disse ou fiz o levou a entender a situação de outra maneira.

Quando me dei conta, o Eduardo estava com a mão na minha perna, subindo em direção à coxa e dali para a virilha. Eu congelei, suei frio, meu coração disparou e ele logo reparou meu desconforto. “Eu não deveria ter feito isso. Se você quiser ir embora eu entendo”, disse ele imediatamente. É evidente que eu queria ir embora. Queria sair dali sem dizer uma palavra e não voltar mais. Mas o que saiu da minha boca foi outra resposta: “Não quero”. Ele, então, levantou, foi à cozinha e trouxe outra cerveja, que provavelmente eu bebi num gole só.

Ao sentar novamente no sofá, ele estava mais perto de mim que antes. Fez uma ou outra pergunta boba que não me recordo. Adoraria ter a memória melhor para lembrar, pois deve ter sido o diálogo mais nonsense de todos os tempos. Foi só o prelúdio. Àquela altura, o Eduardo não tinha mais nada a perder, e o fato de eu ter permanecido certamente foi um sinal. Ele, então, disse algo como “queria retomar de onde eu parei” ou “queria continuar o que comecei”. Mais uma vez, minha vontade era ir embora e não olhar para trás. Mas fiquei parado, em silêncio. Quem cala consente…

Ele não retomou de onde havia parado, preferiu voltar ao começo. A mão começou no joelho, subiu até a coxa, passou para a parte interior da perna, chegou à virilha e depois deslizou um pouco. A sala em silêncio, era possível ouvir meu coração disparado. A mão dele ali, me alisando por sobre a calça de sarja e fazendo meu nervosismo diminuir aos poucos. Àquela altura, o que ele me mandasse fazer eu faria. Não necessariamente por vontade. Era um misto de pavor, excitação, curiosidade e apatia.

Enquanto me acariciava, ele tentava sem sucesso abrir o botão da calça, bloqueado por um cinto com uma fivela enorme que eu havia ganhado da avó da Roberta e que usava quase diariamente com aquela calça. Eram meus favoritos. Se eu ainda não havia dado meu consentimento a tudo que estava rolando, dei definitivamente quando o ajudei a abrir o cinto, o botão e o zíper. Ele se encarregou de afastar a cueca e, com a mão, sentir que meu tesão estava pela metade. “Deita no sofá e relaxa, você está nervoso demais”. Obedeci, e com a boca ele tratou de aumentar minha excitação a ponto de eu quase perder o controle. Achei justo avisar que estava por muito pouco, e para minha decepção ele parou imediatamente o que estava fazendo. “Se gozar, sei que você vai querer ir embora daqui na mesma hora. E ainda temos muito o que fazer”, ele disse.

Depois de me colocar novamente sentado no sofá, já sem calça, ele me beijou, mas eu interrompi o gesto para tomar mais um pouco de cerveja. Ele me deu mais um rápido beijo, pegou minha mão e a conduziu até ele. Foi bem objetivo, nada de joelho, coxa ou virilha. Senti que ele estava bem mais excitado que eu: “Quer que eu deite e relaxe também?”, ele perguntou em tom irônico. Até onde me lembro, eu não respondi, mas entendi aquela frase como uma ordem. E obedeci, mostrando mais desenvoltura que ele com botões e zíperes. Eu não sabia bem o que fazer com as mãos, e acho que se hoje voltasse no tempo continuaria sem saber. Acariciei um pouco, desvendei os primeiros mistérios e quebrei a barreira. “Quer me chupar?”, ele perguntou. Minha resposta mais uma vez foi com ação, e me ajoelhei aos pés dele, em frente ao sofá. Percebi naquele momento que homens também têm uma espécie de lubrificação natural, e o sabor nunca mais saiu da minha memória. Tinha ao mesmo tempo medo e vontade de ir até o fim com a boca, mas parei assim que ele me avisou do que viria.

Eu já estava sentado no sofá, recolhendo as calças e pronto para me vestir quando ele pediu que eu ficasse em pé na frente dele. Voltou a me chupar, só que agora usava as mãos para acariciar meu bumbum, com alguns apertões que tiravam meu foco por segundos. Como uma adolescente virgem, eu tirava a mão dele dali, e ele por instantes obedecia, até tentar novamente. Vencido pela insistência, deixei rolar, até sentir a mão ousando cada vez mais, sem respeitar barreira nenhuma. “Você quer ir pro quarto?”, ele perguntou. Depois de sentir os dedos dele passeando por tudo ali, eu queria ir para o quarto conferir o que mais poderia sentir. Mas fui bem direto na resposta, da qual sempre me arrependi: “Não! Vamos ficar aqui”. Ele aceitou e retomou o que estava fazendo, ousando cada vez mais no carinho. Eu estava mais focado na mão do que na boca dele, e isso me fez perder totalmente a concentração. Fiquei desconfortável.

Diante do meu desânimo, ele determinou: “Vamos inverter”. Com ele em pé à minha frente, decidi concentrar minha coordenação motora na boca e deixei as mãos de lado. Voltei a sentir aquele sabor marcante, agora ainda mais intenso. Passei a usar as mãos para masturbá-lo enquanto chupava, até que ele deu o aviso que me fez parar. Eduardo, então, sentou no sofá e finalizou o serviço sozinho, enquanto eu começava a me vestir. Ele disse alguma vezes que precisávamos “empatar o jogo”, que ele estava “em dívida” comigo, mas a essa altura eu já estava à espera do elevador para, enfim, ir embora. Sim, eu fugi sem muita cerimônia.

Eu e o Eduardo nos falamos por telefone duas vezes nos dias seguintes. Na primeira conversa, ele tratou de me tranquilizar, disse que não fizemos nada de errado e que jamais contaria a alguém o que houve. Ele mesmo fazia questão absoluta do sigilo. Na segunda, tentou me convencer a voltar ao apartamento, disse que queria me “mostrar o quarto”. Recusei o convite e, então, nos afastamos definitivamente. Quando nos víamos no Mackenzie, eu estranhamente não o associava ao que havia acontecido. Na minha cabeça, eram duas pessoas distintas: o Eduardo amigo, com quem eu desabafava, e o Eduardo homem, aquele que me seduziu.

Voltei às aulas na segunda-feira achando ótimo que eu e a Roberta estivéssemos brigados. Assim, ganhei alguns dias para lidar melhor com o que havia acontecido e aceitar que a vida continuaria a ser como antes. Acabamos nos acertando, e dali em diante as viagens dela jamais voltaram a ser um problema. Eu mudei radicalmente nesse sentido, ela sentiu a melhora e tivemos meses (anos, talvez) maravilhosos até o fim definitivo do relacionamento, em 1999. Dali em diante, algumas vezes eu até preferia ficar em São Paulo, dando a ela o espaço de que tanto precisava. E, claro, evitando um encontro desagradável em São José do Rio Preto.

Agora, cerca de 20 anos depois daquele evento, o Eduardo me reencontrou no Skype. Certamente usou meu antigo endereço de e-mail, que criei por sugestão dele e que mantenho desde então. Inicialmente, puxou papo quase sem mencionar o ocorrido, apenas dando a entender que já superamos aquilo e que poderíamos sair para “tomar uma cerveja”.

No começo, me esquivei o quanto pude, com a desculpa de que não teria tempo, sobretudo neste final de ano maluco. O problema é que o passado não saía da minha cabeça desde que voltamos a nos falar, não sei se por vergonha, curiosidade ou apenas teimosia do cérebro. E seria ainda mais difícil esquecer tudo aquilo e seguir em frente sem me afastar definitivamente dele. De um lado, o Eduardo insistia em manter contato, chamando para um papo virtual sempre que possível. Do outro, eu insistia em não bloqueá-lo.

Sem ter mais para onde fugir, resolvi entender melhor a situação e tomar uma decisão final. Nossa próxima conversa foi decisiva e esclarecedora. Abri o jogo totalmente. “Isso tudo é muito estranho, porque há 20 anos agimos como se aquela noite não tivesse acontecido”, eu disse, com que ele concordou. “Se nós vamos sair para ‘tomar uma cerveja’, eu quero entender bem que tipo de cerveja é. Sacou?”.

O Eduardo não é bobo, entendeu minhas dúvidas todas. Logo de cara, admitiu que sempre lamentou não termos continuado o que começamos. Gostaria muito que tivesse acontecido naquela época, quando eu parecia um “garoto assustado”. Disse que aquilo o deixava fora de órbita. Segundo ele, hoje seria muito mais difícil romper as barreiras, e ele não tem pretensão nenhuma de mudar minha sexualidade ou mesmo me convencer a experimentar algo que eu definitivamente não queira. “Mas a curiosidade pode nos levar a fazer coisas surpreendentes”, afirmou.

Depois de colocarmos todas as cartas na mesa, nosso papo mudou radicalmente e se estendeu por quase duas horas. Passamos a falar muito pouco sobre trivialidades, como antes. O sexo tomou conta do bate-papo, com uma série de perguntas que eu me propus a responder, sempre seguidas de algum conselho ou lição da parte dele. Fiz ainda mais perguntas, e as respostas dele sempre foram objetivas e apimentadas. Ele explicou o que poderia acontecer se eu fosse ao apartamento dele, tirou minhas dúvidas mais bobas e se dispôs a tomar atitudes para diminuir minhas preocupações com saúde e higiene. Mais importante de tudo, deixou claro que sigilo continua a ser tão importante para ele quanto é para mim.

O papo não me levou a tomar uma decisão final, mas hoje estou propenso a aceitar o convite para a cerveja. Como deixei claro, porém, prefiro que seja no apartamento dele, longe de olhares curiosos que certamente me deixariam bastante desconfortável. Mesmo que a cerveja seja somente uma cerveja.

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