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Novembro 17, 2025

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A Profanação do Pastor Elias

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Conheci o Pastor Elias numa dessas ironias do destino que tanto aprecio. Ele aproximou-se de mim após uma palestra que dei na biblioteca municipal sobre os simbolismos ocultos na literatura de Poe. Vinha com um sorriso demasiado largo, os olhos de um castanho claro que tentavam transmitir candura, mas que eu, conhecedor das máscaras humanas, identifiquei de imediato como portas de uma jaula interior. O seu aperto de mão foi firme, prolongado, e os seus dedos, ao afastarem-se, roçaram de forma deliberada na minha palma. Um código silencioso. Um convite.

“Uma visão fascinante, senhor Oliveira”, dissera ele, a voz um melado grave que não combinava com o seu rosto juvenil. “Embora, devo confessar, um tanto sombria para um espírito que busca a luz.”

“A luz, pastor, é apenas mais interessante por causa das sombras que projecta”, retorqui, observando o modo como a sua gaze pousou nos meus lábios e depois desceu, rápida e culposa, para as minhas mãos.

Ele deu uma risada nervosa. “Talvez possamos discutir isso com mais profundidade. O meu gabinete na igreja tem uma privacidade… apreciável.”

E assim, na noite seguinte, encontrei-me a cruzar o limiar do seu reino de aparências. O gabinete era austero, mobiliado com uma pesada secretária de carvalho, estantes abarrotadas de Bíblias e livros de teologia, e o cheiro envelhecido de cera de abelha e papel. Mas no ar, por baixo do aroma sagrado, flutuava um travo de suor contido, de desejo reprimido. Era o mesmo cheiro que impregna os meus manuscritos mais obscuros.

Ele ofereceu-me uma cadeira, sentando-se do outro lado da secretária, o seu corpo robusto e amplo, vestido num fato escuro e demasiado quente para a noite, parecendo um monumento à contenção. A conversa começou inocente, um debate sobre a natureza do pecado. Mas as suas palavras eram labirínticas, e os seus olhos, esses não paravam de viajar. Do meu rosto para as minhas mãos, que repousavam inertes sobre os joelhos, e depois para a zona do meu regaço, onde uma agitação começava a formar-se, alimentada pela perversidade da situação.

“O senhor acredita na redenção, Roberto?”, perguntou ele, inclinando-se para a frente, os seus dedos entrelaçando-se sobre a Bíblia aberta.

“A redenção é um conceito literário, pastor. Como o final feliz. Raramente se materializa.” A minha voz soou mais áspera do que pretendia. O jogo estava a começar.

Ele sorriu, um gesto lento e carregado. “Talvez alguns precisem de ser… guiados para a luz. De uma forma mais… física.”

Foi então que se levantou. Contornou a secretária com uma solenidade que era quase cómica, se não fosse tão electricamente carregada. Parou atrás da minha cadeira, e as suas mãos, aquelas mãos que supostamente abençoavam e consolavam, pousaram nos meus ombros. A pressão era firme, possessiva.

“Tens uma tensão terrível aqui, meu filho”, murmurou, o seu hálito quente a acariciar o meu ouvido. A linguagem tinha mudado. Já não éramos “senhor” e “pastor”. Éramos duas feras a farejar-se mutuamente na penumbra.

As suas mãos desceram, massajando os meus músculos dorsais através da camisa, mas era uma farsa. Cada movimento era um questionamento, uma exploração dos limites. Eu deixei a minha cabeça inclinar para trás, os olhos fechados, entregando-me ao ritual. Senti o seu pau, já consideravelmente duro, a pressionar contra a nuca da minha cadeira. Um pilar de hipocrisia erecto.

“Levanta-te”, ordenou, a voz agora um rugido abafado.

Obedeci. Ao virar-me para ele, a fachada do homem de Deus tinha desmoronado completamente. Os seus olhos estavam negros de desejo, a respiração ofegante. Sem uma palavra, as suas mãos agarraram a minha camisa e abriram-na, os botões a saltarem e a caírem no chão com um tinir insignificante. A sua boca encontrou o meu pescoço, não num beijo, mas numa mordedura faminta, selvagem, que me fez arquear e soltar um grunhido. As suas mãos apertaram os meus mamilos com uma força brutal, e uma onda de dor e prazer percorreu-me o corpo.

Ele empurrou-me contra a secretária, a madeira pesada a ranger sob o nosso peso. Os objectos sagrados – a Bíblia, o crucifixo, o cálice – tremeram e alguns caíram no chão. A sua mão abriu o meu cinto e as minhas calças, puxando-as para baixo até aos joelhos com um movimento brusco. O ar frio do gabinete acariciou a minha pele exposta, mas foi rapidamente substituído pelo calor do seu corpo quando ele se ajoelhou.

A sua boca envolveu o meu pau com uma expertise que negava anos de sermões sobre pureza. Não foi um acto de submissão, mas de dominação. A sua língua, hábil e implacável, explorou cada centímetro, cada veia, cada curva, enquanto as suas mãos agarravam as minhas nádegas, puxando-me para a sua face com uma ganância animal. Eu olhava para o tecto, para o crucifixo pendurado na parede, e via-o a balançar levemente com a força dos meus próprios estremecimentos. A ironia era tão espessa que eu conseguia saboreá-la, amarga e doce como o precum que ele extraía de mim.

“Vais profanar-me, pastor?”, grunhi, os meus dedos a enterrarem-se nos seus cabelos, outrora tão bem penteados, agora uma massa desgrenhada.

Ele soltou o meu pau com um estalido húmido e olhou para mim. O seu rosto estava rubro, os lábios inchados e brilhantes. “Não. Vou salvar-te.”

Virou-me de bruços sobre a secretária, a minha cara a pressionar contra as páginas abertas de um velho livro de salmos. A madeira áspera arranhava a minha pele. Senti as suas mãos a abrirem as minhas nádegas, e depois a língua, aquela mesma língua que proferia aleluias, a invadir o meu ânus com uma violência que me fez gritar. Era uma invasão, uma posse. Ele lambeu, bebeu, explorou as profundezas como um homem sedento num oásis proibido. A sensação era avassaladora, uma mistura de profanação e êxtase que me fez tremer incontrolavelmente.

Quando ele se levantou, ouvi o som do seu próprio cinto a abrir-se, das suas calças a cair. A ponta do seu pau, grossa e impaciente, pressionou a minha entrada. Ele não usou lubrificante para além da sua própria saliva e do meu desejo. A penetração foi um acto de força bruta, uma rasgão que me fez ver branco por um instante. Ele entrou em mim com um único e profundo empurrão, um grito abafado a escapar-se de ambos.

E então começou a mover-se. O seu ritmo era uma coisa primitiva, um bater de ancas que fazia a secretária ranger e os objectos restantes a dançar. Cada investida era um sermão de carne, uma prédica de suor e pecado. As suas mãos agarravam os meus quadris, as unhas a cravar-se na minha carne, marcando-me como sua propriedade. Ele gritava, não o nome de Deus, mas obscenidades vis, palavras que nunca sairiam do seu púlpito.

“Toma, seu pecador… toma toda a minha fé!”, rugia, enquanto a sua pila me fodia com uma fúria divina.

Eu era o seu confessionário de carne, o seu altar de perdição. E eu, o velho escritor cínico, entreguei-me completamente. Os meus gemos misturavam-se com os dele, os nossos suores fundiam-se, e o cheiro a sexo e santidade encheu o gabinete, tornando-o num lugar verdadeiramente sagrado – sagrado para o nosso pacto de luxúria.

Ele gozou dentro de mim com um urro que parecia rasgar-lhe a alma, uma torrente quente que me encheu como um cálice maldito. E eu, estimulado pela sua própria queda, segui-o momentos depois, o meu próprio orgasmo a jorrar sobre as páginas do livro de salmos, manchando os versículos com a minha essência profana.

Ficámos assim por um tempo, os dois ofegantes, colados um ao outro sobre a secretária devastada. A realidade, lenta e cruelmente, regressou. Ele afastou-se de mim, e eu virei-me, apoiando-me na madeira para não cair. Ele estava a puxar as calças, a evitar o meu olhar. O pastor tinha regressado, e com ele, a culpa a assombrar os seus olhos.

Sem uma palavra, ele pegou num lenço e limpou o sémen das páginas do livro, um gesto mecânico e fútil. A profanação já estava consumada.

Ele olhou para mim, e pela primeira vez, vi medo no seu rosto. “Isto… isto não pode sair daqui.”

Vesti-me em silêncio, cada peça de roupa um escudo contra o mundo exterior. Quando me virei para sair, ele estava sentado na sua cadeira, a cabeça entre as mãos, a figura do arrependimento.

“Não se preocupe, pastor”, disse eu, a minha voz estranhamente serena. “O seu segredo está seguro comigo. Afinal de contas, que valor tem um mistério… depois de revelado?”

Saí do gabinete e do templo, mergulhando na noite fria. E soube, com a certeza fria de quem passou a vida a desvendar enigmas, que esta não seria a nossa última sessão de ‘oração’. O Pastor Elias tinha encontrado o seu demónio, e eu, o meu mais recente e delicioso pecado. A sua alma era agora mais um dos meus manuscritos inacabados, uma história de carne e hipocrisia que prometia muitos capítulos ainda por vir.

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