Cheguei na portaria do meu prédio, no horário costumeiro, umas 18:15 e a encontrei no hall, de frente pro elevador, ela tava meio suada, com cara de quem estava pensando, como faria para subir todas aquelas sacolas de compras, parecia que tinha acabado de chegar do Supermercado, sem dizer nada, logo me prontifiquei a ajudar, fui colocando as sacolas dentro do elevador, enquanto segurava a porta com a perna, ela sorriu, meio sem jeito, e com uma voz doce disse – Obrigada, eu já tava meio agoniada, pensando que teria que deixar parte das compras aqui e buscar depois, – Sem problemas vizinha.

Colocamos toda as sacolas e ela apertou o 25, morava no último andar do prédio, perguntou qual era o meu, e eu disse que subiria com ela, ajudaria a descarregar as compras, ela agradeceu novamente e por alguns segundos, ficamos em silêncio, meio sem assunto, aquele constrangimento típico de elevador, corri meus olhos pelo corpo daquela mulher, minha vizinha, que eu nem sabia o nome, era uma mulher de pele branca, cabelo castanho claro, nariz proeminente, labios finos e olhos verdes, cara de italiana, era magra, e alta, devia ter por volta de 1.70, na faixa dos 30 anos, uma milf, não usava maquiagem ou qualquer tipo de jóia, suas roupas eram comportadas, uma saia longa, daquelas que quase encostam no chão e uma blusa casual, tinha seios pequenos, era bela, mas não chamava tanto a atenção…Ela quebrou o silêncio, – Então, meu marido tá viajando com meu filho, eles chegam amanhã, resolvi fazer umas compras e acho que acabei exagerando, eu comentei, – Pois é, as vezes a gente começa a pegar as coisas, põe no carrinho e acaba não percebendo, e eu doida, sem carro ainda, tive que vir de Uber e fiquei nesse perrengue. O elevador chegou e enquanto eu fui tirando as compras pro hall, ela foi abrir a porta, ajudei ela colocando as sacolas na cozinha, ela agradeceu, – Nossa, muito obrigada, se não fosse você, iria demorar um tempão, – Sem problemas vizinha, qualquer coisa, é só chamar, – Qual é mesmo o seu nome vizinho? – É Marcos, moro no 903, – Eu sou Julia, ela sorriu e eu entrei no elevador.

Desci satisfeito por ter feito uma gentileza, ao mesmo tempo, acabou vindo na minha cabeça, já pensou se ela quisesse me agradecer de um jeito especial? Além de ser safado, o fato de estar a quase duas semanas sem sexo, desde o término com minha namorada, me fazia levar qualquer situação pro lado da sacanagem…Cheguei em casa, e fui direto tomar um banho, aproveitei pra abrir uma cerveja e tinha acabado de ligar a TV, quando o interfone tocou…e ouvi a mesma voz doce do elevador – Oi vizinho, aqui é Julia, tudo bem?, – Oi vizinha, tudo bem e você? Tá precisando de algo? – Não, na verdade, eu quero te agradecer mais uma vez pela sua ajuda hoje, e te fazer um convite. Vou fazer uma macarronada e abrir um vinho, quero te convidar pro jantar, topa? – Que ótimo, aceito sim. – Legal, você pode subir em uma hora, vou te esperar. – Combinado…ela se despediu e desligou.

Por algum motivo aquele convite me fez imaginar que eu não iria só comer macarronada …e isso me deixou de pau duro…animado, com a gentileza da vizinha

continua….