Menage com meu amigo
Isso aconteceu há um tempo, quando o mundo ainda tinha uma cor diferente e meu corpo estava aprendendo a desejar coisas para as quais não tinha nome. Eu estudava em outra cidade, longe do calor conhecido da minha casa, e naquele universo novo, Andrés era meu único porto seguro. Um amigo da faculdade, alto, com um sorriso fácil e uns olhos que sempre pareciam estar guardando um segredo.
A noite em questão começou como tantas outras. Saímos para beber, Andrés, nossa colega Maria e eu. Andrés, com sua astúcia tranquila, tinha orquestrado o encontro, empurrando suavemente Maria e eu para uma conversa que logo se encheu de faíscas.
A cerveja e a cumplicidade fizeram seu trabalho, e por volta da uma da manhã, Maria e eu já estávamos nos beijando com uma urgência que me surpreendeu. Era ela quem tomava a iniciativa, suas mãos na minha nuca, sua língua procurando a minha, e eu, perdido na novidade, me deixava levar.
Andrés, do seu canto, observava com um sorriso de satisfação. “A coisa tá ficando boa”, disse, e sugeriu o óbvio: o apartamento dele, que ficava a algumas quadras. Compramos uma garrafa de rum barato no caminho e, ao chegar, a atmosfera mudou. A intimidade da sala, com seus livros desorganizados e o sofá grande, nos envolveu. Maria e eu caímos sobre as almofadas, retomando nossos beijos com mais fome. Eu já tinha uma ereção que doía contra a calça, e ela, com uma audácia que me eletrizou, baixou o zíper e puxou meu pau para fora.
“Que bonitinho você tem”, sussurrou, e sem mais delongas, levou à boca. Foi uma sensação brutal, o calor úmido me envolvendo enquanto eu olhava para Andrés, que se levantou e anunciou com voz rouca: “Vou tomar um banho, pra deixar vocês à vontade”. Seu olhar, no entanto, se prendeu na bunda redonda de Maria, que se mexia no ar enquanto ela me chupava.
Os minutos que se seguiram foram um turbilhão de sensações. Eu gemia, com as mãos enterradas no cabelo de Maria, quando o som da água parou. Andrés saiu do banho envolto apenas em uma toalha branca, amarrada na cintura. Seu cabelo pingava sobre os ombros, e seu corpo, tonificado e pálido na luz fraca, era uma revelação. Ficou parado no vão da porta, e eu vi, com uma clareza que me tirou o fôlego, como sua mão deslizava por cima da toalha, massageando um volume que endurecia a passos largos. Ele estava olhando para mim, não para ela. Ele estava olhando para mim enquanto eu recebia um boquete.
O tesão foi instantâneo, um choque quente que percorreu minha coluna. “Maria”, disse, com a voz mais rouca que o normal. “E se… o Andrés se juntar?”.
Ela se afastou do meu pau, brilhante com sua saliva, e olhou para ele. Andrés prendeu a respiração. Houve um momento de hesitação em seus olhos, mas então, uma centelha de pura luxúria os acendeu. “Sim”, disse Maria, com um sorriso malicioso. “Mas não fiquem com ciúmes”.
Andrés não precisou que dissessem duas vezes. Se aproximou, e a toalha caiu no chão.
Não soube onde olhar primeiro. Seu corpo era esbelto, musculoso, e no centro, seu pau, ereto e latejante, de um tamanho imponente, se erguia com uma soberba que me deixou boquiaberto. Era perfeito.
Ele se aproximou de Maria e começou a acariciar suas nádegas por cima da saia, enquanto ela voltava a pegar meu membro na boca. Eu, hipnotizado, via como suas mãos, aquelas mãos que eu tinha visto tomar notas, deslizavam agora com posse sobre o corpo de nossa amiga.
Maria montou em mim, guiando meu pau para dentro dela com um gemido profundo que estremeceu a nós três. Começamos a nos mover, e Andrés, como um espectador transformado em ator principal, se inclinou sobre ela. Primeiro se beijaram, um beijo úmido e voraz, e então Andrés desceu, levando um dos seios de Maria à boca. Seus movimentos eram habilidosos, precisos. Eu via suas costas se moverem, os músculos se tensionarem, enquanto eu me afundava no calor de Maria.
Mas então, Andrés desceu mais. Passou pela barriga de Maria, e eu senti, antes de ver, um contato novo, suave e ao mesmo tempo eletrizante. Era sua língua. Andrés estava lambendo meus testículos enquanto eu penetrava Maria. Um suspiro escapou dos meus lábios. Era uma sensação avassaladora, proibida, que derrubava qualquer barreira que eu pensava ter. Deixei ele fazer. Fechei os olhos e me entreguei à dupla estimulação, ao calor de Maria ao redor do meu pau e à língua experiente de Andrés nas minhas bolas.
Foi Maria quem deu o próximo passo, empurrada por uma onda de puro desejo. Ela desceu de mim, ofegante, e com uma decisão que nos paralisou a Andrés e a mim, pegou meu pau encharcado dos fluidos dela e o guiou diretamente para a boca de Andrés. “Chupa ele”, ordenou, com voz de sereia bêbada.
Os olhos de Andrés se encontraram com os meus. Neles não havia dúvida, nem vergonha. Apenas fome. Uma fome feroz que respondia à minha. Ele abriu a boca e engoliu meu membro até a base.
O mundo parou. A sensação era completamente diferente. Sua boca era mais forte, mais sugadora, sua língua se movia com uma pressão diferente, explorando cada centímetro. Gemi, uma voz que não reconheci como minha. Maria, nos vendo, ficou ainda mais excitada. Ela se ajoelhou na frente de Andrés e começou a chupar o pau dele, que latejava perto de seu rosto. Era um circuito perfeito, obsceno e lindo. Eu comia a boca de Andrés, e ele, por sua vez, recebia prazer de Maria.
A noite se desfez em uma colagem de posições, de gemidos entrelaçados, de pele suada sob a luz amarela do abajur. Maria nos guiava, nos ordenava. Em um momento, eu estava de pé, e Andrés, de joelhos, me chupava enquanto Maria, atrás dele, lambia seu cu, preparando-o com uma dedicação que me deixou louco de tesão. Depois, Maria se deitou e me pediu para penetrá-la de novo, e Andrés, sem perder o ritmo, se posicionou sobre ela, seu pau roçando meu estômago, e beijou Maria profundamente enquanto eu movia meus quadris.
Não houve penetração entre Andrés e eu naquela noite. Mas o que houve foi mais íntimo, mais revelador. Foi a rendição total, o deixar-se ver e tocar em todos os lugares proibidos. Foi compartilhar a saliva, o lubrificante natural, os gemidos, em um triângulo de desejo onde os gêneros se dissolveram e só restou o puro, cru, prazer animal.
Ao amanhecer, exaustos e entrelaçados no sofá, eu soube que algo tinha mudado para sempre. Andrés e eu continuamos sendo melhores amigos, mas agora há uma corrente subterrânea, um conhecimento tácito e elétrico que nos une. E com Maria… bem, com Maria comecei uma relação aberta, sim.
Mas a verdadeira abertura, aquela que me destrói e me reconstrói toda vez, é a que vivo escondido com Andrés.
Os vídeos e fotos que às vezes fazemos os três são gostosos, é verdade. Mas as lembranças mais ardentes, aquelas que me fazem perder o fôlego, são as da boca dele no meu corpo, e o olhar de cumplicidade total que cruzamos sobre o corpo de Maria, sabendo que havíamos cruzado, juntos, um limite do qual não havia retorno.


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