Outubro 21, 2025

174 Visões

Outubro 21, 2025

174 Visões

A Lição que Precisava

0
(0)

O ar naquele pequeno apartamento no Bairro Alto estava pesado, carregado do desencanto de mais uma noite que prometera e não cumprira. Catia, de 33 anos, espanhola há três a tentar criar raízes em Lisboa, deixou-se cair no sofá, o corpo ainda a latejar de uma frustração que lhe era, infelizmente, familiar. A televisão estava ligada num qualquer programa português de conversa, vozes animadas que lhe soavam a ruído de fundo. Na sua mente, ecoava o pensamento que a atormentava desde que ali chegara: a convicção profunda e irritante de que os espanhóis, os seus espanhóis, faziam tudo melhor. Tudo, mas absolutamente tudo, inclusive, e talvez sobretudo, foder.

Três. Três homens portugueses em três anos. Três experiências que, em vez de a conectarem à sua nova casa, a faziam sentir-se mais estrangeira e mais sozinha do que nunca. O primeiro fora um arquitecto simpático, bem-falante, com um ar intelectual que a cativara. Fora para a cama com uma cerimónia exasperante, beijos suaves, toques hesitantes. E quando finalmente aconteceu, Catia ficara à espera do clímax que nunca chegou. O homem movia-se com uma lentidão quase funerária, os seus curtos centímetros de parecença pareciam perdidos dentro dela, incapazes de encontrar o ponto certo. Ela tentara guiá-lo, com um movimento mais enérgico dos quadris, um sussurro mais urgente, mas ele recuava, como se o seu ímpeto fosse uma violação do acto. Acabou com um gemido contido da parte dele e um suspiro profundo de desilusão da parte dela. Pensou: “Meu Deus, na Espanha até o puto do porteiro do meu prédio em Sevilha tinha mais fogo, mais raça, mais… vergonha na cara para meter uma mulher.”

O segundo foi um tipo mais novo, um surfista da Costa da Caparica. O corpo era promissor, bronzeado e definido. Catia pensara: “Este, com este ar selvagem, há-de saber o que faz.” Engano seu. Na cama, revelou-se um amante apressado, egoísta. A sua ferramenta, também ela de dimensões que ela classificava mentalmente como “aceitáveis para um adolescente”, foi usada como um martelo pneumático, mas sem ritmo, sem arte. Era uma sucessão de embates rápidos e descoordenados, focados apenas na sua própria satisfação. Ele gozou em cinco minutos, deitado de costas e com um ar de quem acabara de ganhar um campeonato, enquanto ela ficava a olhar para o teto, com a sensação nítida de ter sido usada como um orifício animado. Nem sequer se deu ao trabalho de fingir um orgasmo. Levantou-se e foi tomar um duche, sentindo a água quente lavar-lhe o corpo, mas não a mágoa. Lembrou-se de um amante em Barcelona, um catalão teimoso e passionais, que passara uma tarde inteira a explorar o seu corpo com a boca, as mãos, com uma dedicação que beirava a devoção, antes de a penetrar com uma força que a fazia gritar de prazer genuíso.

O terceiro, e o que a levou a decretar a sua sentença interior, foi um empresário de meia-idade, cheio de si próprio. Tinha um ar de quem sabia o que fazia, mas a realidade foi a pior de todas. A sua piroca, para usar o termo cru que lhe ocorria na altura, era não só curta como frouxa. Ele tentou compensar com brinquedos, com jogos de poder, mas a base, o elemento fundamental, falhava redondamente. Catia, naquele momento, de pernas abertas para um homem que se debatia como um peixe fora de água, teve a epifania mais deprimente da sua vida sexual: “Até um magrebí, um daqueles tipos que trabalham na construção aqui ao lado, deve foder melhor que isto.” A ideia surgiu-lhe de forma vívida, quase como uma memória. Imaginou um homem de olhos escuros e mãos calejadas, com uma fome no olhar que estes portugueses polidos e contidos simplesmente não tinham. Alguém que não tivesse medo do seu próprio desejo, que a agarrasse com força, que a possuísse com uma intensidade primária, animal, que a fizesse sentir-se verdadeiramente comida, usada, feita mulher. Algo que estes três cavalheiros, com os seus pénis pequenos e as suas técnicas hesitantes, foram totalmente incapazes de conseguir.

«Quer algo real? Chat 18+ discreto perto de você — entrar grátisAbrir agora

A memória mais recente, a do empresário, invadiu-a com uma clareza dolorosa. Ela estava deitada na cama de hotel dele, com lençóis de algodão egípcio que cheiravam a amaciador caro. Ele beijava-lhe o pescoço com uns beijos molhados que a irritavam. As mãos dele, supostamente experientes, pareciam mais interessadas em verificar a textura da sua pele do que em provocar prazer. Quando ele finalmente se posicionou entre as suas pernas, Catia viu o seu membro, flácido e pequeno, e o seu coração sank. “Outra vez não”, pensou. Ele esfregou-se contra ela, tentando em vão ganhar uma rigidez que não vinha. Tentou meter, mas mal conseguiu ultrapassar os lábios. Era como ser espetada com um dedo molhado, não com um pénis. A frustração dele transformou-se em raiva, e ele culpou o álcool, o stress do trabalho. Catia só conseguiu pensar: “Na minha terra, um homem embebedava-se e ainda metia com mais força, não era esta miséria.” Ele acabou por desistir, virou-se de costas e adormeceu. Ela saiu da cama, vestiu-se em silêncio e saiu do hotel, sentindo-se mais vazia do que nunca. Caminhou pelas ruas íngremes de Lisboa, o som dos eléctricos a rangir parecia zombar da sua secura interior.

Foi então que a sua mente, num acto de pura rebeldia, viajou para um cenário completamente diferente. Não para Sevilha ou Madrid, mas para um beco escuro algures na periferia da cidade. Imaginou o tal homem magrebí, o Ahmed que trabalhava no andaime do prédio em frente ao seu. Ela via-o todos os dias, os músculos dos braços a tensionarem-se sob a camiseta suada, o olhar directo e intenso que ele lhe lançava, sem a polidez vazia dos outros. Na sua fantasia, não havia palavras. Ela encontrava-o à noite, por acaso, num elevador que avariava. No escuro, só se ouvia a respiração ofegante. As suas mãos, ásperas e fortes, agarravam-na pela cintura e puxavam-na para ele. Não havia beijos românticos, apenas a urgência de dois corpos que se entendiam para além da linguagem. Ele virou-a contra a parede do elevador, e ela sentiu o volume duro e considerável dele a pressionar-lhe as nádegas através da roupa. Um gemento escapou-se-lhe, um som que os seus amantes portugueses nunca tinham conseguido extrair.

Na sua mente, ele puxou o vestido para cima, os leggings para baixo, e ela ouviu o som do cinto dele a abrir-se. Não houve preliminares, não houve pedidos de licença. Foi uma invasão brutal e gloriosa. Quando ele a penetrou, foi com uma força que a fez gritar, não de dor, mas de um êxtase puro e primordial. Era grande, era duro, e ele metia com uma cadência implacável, profunda, que lhe batia no colo do útero com cada investida. As mãos dele seguravam-lhe os quadris com uma força quase brutal, marcando-a, possuindo-a. Ele grunhia palavras numa língua que ela não entendia, mas que soavam mais verdadeiras do que todos os “és tão linda” sussurrados que alguma vez ouvira. Aquilo não era fazer amor. Aquilo era foder. Era ser comida, era ser usada da maneira mais visceral e honesta possível. Na sua fantasia, ela chegou ao orgasmo de uma forma que não lembrava há anos, um clímax violento e múltiplo que a fez tremer por inteiro, as pernas a cederem, sustentada apenas pela força dele e pela parede fria do elevador. Ele gozou dentro dela com um rugido abafado no seu pescoço, e o calor da sua semente pareceu preencher não só o seu corpo, mas também aquele vazio de três anos de más foda.

O som de um eléctrico a passar na rua trouxe-a de volta à realidade. Estava sozinha no seu sofá, o programa de televisão ainda a falar, o corpo a arder com a humidade da sua própria excitação solitária. Olhou pela janela, para os andaimes iluminados do prédio em frente. A frustração transformara-se numa coisa diferente, numa vontade aguçada e perigosa. Talvez o problema não fosse ela. Talvez o problema fosse ter andado a procurar nos sítios errados. Talvez a paixão, aquele fogo que os espanhóis pareciam ter no sangue, não estivesse nos salões polidos da sociedade portuguesa, mas sim nas ruas, nos corpos daqueles que não tinham medo dos seus próprios desejos. Um sorriso lento e lascivo cruzou os seus lábios. A noite em Lisboa estava ainda jovem, e Catia, a espanhola que se recusava a conformar-se com a mediocridade sexual, decidira que a sua próxima experiência não seria com um quarto português bem-comportado. O seu corpo já não aguentava mais promessas vazias e pirocas pequenas. Ele clamava por uma lição real, por uma memória que apagasse todas as outras. E ela estava decidida a obtê-la, custasse o que custasse.

O que achaste desta história?

Clique numa estrela para o classificar!

Pontuação média 0 / 5. Contagem dos votos: 0

Até agora, nenhum voto. Seja o primeiro a avaliar esta história.

Recomendado 18+:
Termine aqui: conheça gente de verdade na sua zona — acesso grátis. Ir agora

Deixe um comentário

Também pode estar interessado em

Fabi: Meu corninho mandou eu dar

anônimo

20/01/2020

Fabi: Meu corninho mandou eu dar

inocência estúpida

relatoseroticos.es

19/08/2010

inocência estúpida

minha esposa e 16, anos

relatoseroticos.es

23/12/2011

minha esposa e 16, anos
Scroll to Top