Os Contos de Luana - BDSM, Dominação, Humilhação, Sadomasoquismo
Finos filetes de luz invadiam a escuridão nos espaços em que a cortina black out apresentava furos, revelando um quarto retangular com pé direito alto.
O quarto não era comum ao olhar. Poucos conheciam aquela decoração, aqueles objetos. A grande cruz encostada na parede ao sul era muito diferente daquelas vistas em casas comuns e não se remetia a uma crença ou fé. Ao seu lado uma estante se esticava cobrindo toda a parede leste e apresentando a quem ali estivesse diversos utensílios, ferramentas aos olhos de quem as conhecia. Portas quadradas deixavam claro que aquela parede acima da estante servia de armário, talvez guardando mais ferramentas.
Ao norte da sala, uma pequena mesinha redonda era acompanhada apenas por um grande sofá vermelho e luxuoso em que a mulher se sentava. O sofá contrastava com a cadeira que estava posicionada no centro da sala, uma cadeira rústica feita de madeira velha e maciça, pesada, com apoios para os braços e para as costas, que estava de frente para a mulher. O chão era de madeira escura que se recusava a refletir a luz e iluminar o cômodo escurecido. Haviam duas portas que ficavam uma ao lado do sofá e outra próxima à cruz.
Ela estava vestida de forma tão incomum quanto a sala, como se aquele lugar e ela fossem uma coisa só, feitos um para a outra. Uma máscara negra escondia parte de seu rosto, deixando visível apenas o que estava abaixo de seu nariz, além de seus olhos, e terminando onde seus longos cabelos negros começavam. Estes estavam presos em um rabo de cavalo alto e, mesmo assim, caiam até a parte alta de suas costas. Um body vermelho feito de látex grudado em seu corpo, ostentando as curvas de um corpo feminino em forma. Onde terminava o body, começava a meia calça preta que servia como decoração para as pernas brancas. Em suas mãos, luvas de renda também pretas falhavam em esconder as unhas vermelhas, mas decoravam toda a superfície de sua pele até seus braços, parando pouco antes de alcançarem seus cotovelos. Aos pés, um scarpin vermelho combinava com o tom do body e finalizava aquele look incomum e sexy.
Os olhos marrons da mulher revelavam que ela estava ocupada com seus pensamentos, olhando a porta de tempos em tempos, enquanto revisava sua mente, como se estivesse revisitando uma memória.
Ela pegou o celular que estava na mesa após o mesmo vibrar. Olhou rapidamente a tela e se levantou. Caminhou até a porta mais próxima do sofá e a destrancou. Em seguida, apertou o interruptor na parede e girou o dimmer, trocando a penumbra do quarto por uma luz vermelha fraca. Caminhou lentamente até o sofá e sentou-se novamente.
Poucos minutos se passaram até que batidas na porta quebraram o silêncio da cena. Ela olhou para a porta e deu um sorriso, mas não respondeu. O visitante bateu mais três vezes na porta, motivando mais um sorriso da mulher, que permaneceu muda. Até que o visitante bateu mais uma vez.
– Entre. – ela falou com a voz firme e feminina. – Está aberta.
Um homem vestido com calça jeans e uma camisa sem estampa adentrou a sala carregando uma mochila nas costas. Cabelo castanhos curtos e uma barba fina enalteciam os traços grossos de sua face. Era um homem caucasiano e atlético, daqueles que vai à academia toda semana, mas não mais que duas ou três vezes. Não era um homem musculoso, mas magro e em forma, com cerca de 1,80cm segundo as estimativas da mulher. Seus olhos escuros revelavam que aquela mente era afiada, examinando o que via, mais do que simplesmente olhando.
Mesmo alto e atlético, o homem fitava o chão ao entrar na sala. Parou em frente à porta, virado para onde a mulher estava, sem falar. Quem o visse naquele momento saberia: Ele sentia medo e ansiedade.
– Vá ao banheiro e se prepare. Deixe sua mochila no armário. – Disse a mulher, mais uma vez sua voz firme e feminina era imperativa e impunha o comando como algo natural.
O homem caminhou até a outra porta sem falar nada e entrou no banheiro. A mulher cruzou suas pernas e abriu um sorriso leve, pois finalmente iria começar. Não demorou mais do que alguns minutos até o homem sair do banheiro com sua mochila em mãos. Ele estava nu, mostrando o corpo com poucos pelos e seu pinto mole, vulnerável. Ele caminhou até a estante e abriu uma das portas dos armários. Deixou sua mochila lá dentro, andou até o centro da sala onde se ajoelhou de frente para a mulher.
A mulher olhou o homem por alguns momentos, ele mantinha o olhar baixo e seus ombros estavam tensionados.
Ela esticou uma de suas pernas, deixando-a a poucos centímetros do rosto do homem. Ele olhou para ela, que fez “sim” com a cabeça, e pôs-se a beijar o scarpin dela. Seus beijos eram lentos e generosos, ele pressionava seus lábios contra o calçado, enquanto segurava o pé oferecendo apoio à mulher, que podia relaxar as pernas.
Ela olhava para o homem com o mesmo sorriso leve que a acompanhava desde quando ele chegou ao local. Enquanto ele beijava seus pés, tão obediente, tão submisso e tão vulnerável, ela se sentia cada vez mais a autoridade, a dominante, a poderosa. E esse sentimento crescia nela como um prazer que de segundo a segundo toma o corpo e a mente.
– Tire meu sapato, escravo. – O homem ouviu estas palavras sem demonstrar qualquer reação, se não uma breve resposta.
– Sim, mistress.
Ela assistiu enquanto seu escravo tirava um de seus sapatos lentamente. Ofereceu-lhe o outro pé, e ele retirou o sapato dela com o mesmo cuidado. Ela colocou os pés no chão.
– Se arraste, verme. Venha lamber meu pé.
Sem hesitar, o homem deitou-se no chão e se arrastou até os pés da senhora. Ela moveu o pé para longe da boca dele algumas vezes, rindo enquanto o escravo se arrastava um pouco mais, ávido por lamber seus pés. Finalmente deixou que ele a lambesse, repousando seu outro pé em cima da cabeça do verme.
– Você gosta de lamber o pé da sua dona, verme?
– Sim, mistress.
– Então aproveite enquanto eu deixo. Posso tirar meus pés de você a qualquer momento.
Depois de trocar o pé que oferecia ao verme algumas vezes, a mulher sentiu-se mais e mais mandona. Fechou os olhos por um momento, recordando o que havia planejado antes da chegada de seu capacho, e decidiu-se sobre o que faria em seguida. Ela se levantou, tirando o pé da boca do homem, e pisou sobre suas costas, forçando seu peso para baixo enquanto isso, evitando pisar sobre sua coluna.
Ela ouviu o homem perder o ar quando ela forçou o pé para baixo, sentiu a dificuldade dele respirar.
Ele não tentava sair dali, aguentava seu peso e seus maus tratos sem a mínima objeção. O leve prazer tomava mais e mais o corpo dela. Era como se uma outra personalidade acompanhasse a sensação… Ela já conhecia essa outra mulher que existia dentro dela, já sabia como ela era, mas guardava sob sete chaves essa parte de si. Não podia mostrar muito dela em outro lugar, ou com outras pessoas, e a libertação dessa prática era um dos maiores motivos de se sentir tão bem naquele momento. Como um reflexo da sensação, levantou uma das pernas e chutou para baixo com força.
– Ahhh! – Reclamou o escravo. Ela levantou a outra perna e fez o mesmo movimento. Seus chutes acertavam as escápulas do súdito. Os gritos de dor eram música para seus ouvidos, um convite para testar o quão longe ele poderia sentir dor, o quão alto poderia gritar.
Alguns momentos depois, ela saiu de cima de seu escravo e foi até a estante. Escolheu dentre as diversas opções, um chicote de cavalo.
– Vire-se. – ordenou.
Ela viu enquanto o homem a obedeceu de imediato. “Bom garoto” pensou ela. Aproximou-se dele e começou a tocar o corpo dele com a ponta do chicote. Tocou-lhe os pés, subindo pelas pernas, passou pelo saco e pinto do homem, sua barriga, seu peito e até seu rosto. Ela se sentia cada vez melhor, notando como a ansiedade tomava conta do homem em razão de seu toque. No entanto, algo irritava ela.
– Fique de joelhos. – Sua voz estava mais ríspida que antes. O homem obedeceu e ela imediatamente desferiu uma chicotada nas costas dele, deixando uma faixa vermelha no local. – O que faltou, escravo? – Disse, quase que em um grito, logo antes de desferir mais uma chicotada.
– Perdão, mistress! Sim, mistress, imediatamente, como mandar! – Ela parou ao ouvir essas palavras. Sim, agora ela estava satisfeita.
– Você responde à sua mistress quando ela falar com você. Sempre.
– Sim, mistress.
– Eu pensei que você já sabia se comportar melhor… Já te ensinei e você ainda erra essas coisas simples. É um inútil mesmo, um merda, um coitado. – Cada palavra dita era acompanhada de uma chicotada nas costas. Em seguida, andou em volta dele admirando as marcas e falando, sua voz já não tinha raiva, era controlada, como se estivesse falando uma conclusão óbvia. – Não é à toa que você vem aqui me obedecer, você sabe que é só um bostinha, que seu lugar na vida é sob os pés de quem é melhor, de quem é mais inteligente, mais bonita, dentre tantas outras coisas que você nunca vai ser ou ter. – Ela parou na frente do homem e cuspiu em sua face. – Você deveria agradecer por poder ouvir minha voz.
– Obrigado, mistress.
– Pelo quê, seu idiota?
– Obrigado por me permitir ouvir sua voz, mistress. Obrigado por me deixar te servir, mistress.
– Ela deu um tapa forte na cara do homem e cuspiu mais uma vez em sua face.
– Vamos ver se você aprende dessa vez. – Ela olhou para baixo e notou que o pinto do homem estava erguido. – Olha só, você sente tesão quando é colocado no seu lugar, você sabe que tem que se curvar para mim. Deixa eu te dar um pouquinho mais de tesão. – Levantou sua mão com um sorriso no rosto, deu outro tapa, e mais outros, no rosto do homem, até que as bochechas dele estavam vermelhas e as mãos dela começavam a doer dos impactos repetidos. O pinto do homem continuava erguido, duro como uma pedra.
Ela virou-se de costas e andou para longe dele. Olhou para trás por cima de seu ombro apenas confirmando o que já sabia, seu escravo olhava para seu corpo com desejo ardente no olhar.
– Você está com tesão, verme?
– Sim, mistress.
– Você quer que eu tire esse body? Quer ver esses peitos?
– Sim, mistress. – Dessa vez, o desejo daquele homem reverbera junto de sua voz. Ela se virou para ele, apertou seus seios como fazia quando ia se masturbar.
– Quer apertar eles assim, quer? – Passou seus dedos por cima do body, onde estariam suas tetas, passou o chicote por entre suas pernas. – Quer me tocar?
– Por favor, mistress. – Ele abaixou sua cabeça até o chão.
– Olhe! – Ela gritou, sendo obedecida imediatamente. Ela se aproximou dele, sentou-se, colocando seus seios muito próximos do rosto do homem, a ponto de poder sentir sua respiração. Ela o observava a todo momento, os olhos dele estavam paralisados, hipnotizados pelo decote. – Imagina só como deve ser sentir eles, ein?… Imagina que gosto eles devem ter… – Ela aproximou sua boca do ouvido de seu escravo. – Imagina como é a minha gemida quando chupam eles…
O homem ficou paralisado.
– E continue imaginando… Pois me servindo mal como você está fazendo hoje, é o máximo que merece. – Ela se levantou, afastando-se dele lentamente e exagerando seu rebolado. Apontou para a cadeira ao centro da sala. – Sente-se.
– Sim, mistress.
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