Dezembro 1, 2024

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Um pouco de você faz bem

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Meus olhos ficaram focados no líquido que o garçom derramava da garrafa ao copo à minha frente. Eu nem gosto de beber whisky, mas hoje me pareceu uma boa escolha. Primeiro porque eu não sei bem qual vai ser o resultado dessa noite, o ideal é que eu esteja bastante anestesiada caso todas as minhas expectativas caiam no buraco, então o melhor é começar com algo forte desde agora. Segundo porque o custo benefício de ficar bêbada num bar europeu faz mais sentido com um destilado do que com uma cerveja, porque no caso teriam que ser várias cervejas.

São 77 dias desde que mandei a localização e a hora com um pedido: “prefiro não saber se você vai ou não, mas eu vou estar lá com a expectativa de que você vá.” E ela realmente não me deixou saber. No dia da mensagem faziam cerca de 8 meses desde a última vez que nos vimos. E essa última vez deixou a dúvida se seria uma última vez definitiva, depois da gente se desentender na cama.

Não, calma… A gente jamais se desentendeu na cama, isso seria impossível com a conexão que a gente tem. A encrenca foi o pós sexo. Assim que ela acabou de me chupar da forma mais gostosa que eu conheço, ainda com meus olhos fechados, senti ela vindo por cima do meu corpo novamente e desmoronando ao meu lado ofegante, depois de me dar um beijo rápido no queixo. Eu ainda precisava me recuperar de mais orgasmo que ela me fazia ter, mas passei meu braço por trás do seu pescoço e a puxei pra mais perto de mim. O corpo ainda estava quente e suado, assim como o meu. O ar condicionado do quarto não estava dando conta das seguidas horas de sexo que nos prendiam naquele colchão, porque ali ainda parecia quente.

“Amanhã não vale dizer que já está com saudade” ela sussurrou no meu ouvido e deu uma risadinha abafada enquanto aconchegava seu rosto no meu pescoço e me enchia de beijinhos rápidos. Ela é viciada nisso.

“Eu sinto saudade o tempo todo. Agora, inclusive” eu disse enquanto sabia que ela estava revirando os olhos mesmo que a penumbra do quarto me impedisse de ver claramente.

“Saudade agora? Como se tá aqui grudada em mim?” “Sim, saudade…” “Como?” “Saudade de chegar do trabalho e te encontrar me esperando enquanto abre um espumante na cozinha, vestindo sua camisola rosa clarinho e petiscando uvas verdes que estão na bancada.”

Sinto seu rosto se despregando do aconchego do meu pescoço e ela virando meu rosto pra ela com as duas mãos pra gente se encarar, enquanto começa a reclamar e rir. “A gente nunca nem viveu isso e você tá com saudade?” “Sim… Saudade do que a gente não viveu.” “Para com isso que você não é de clichês…” “Eu não sou de clichês e escolhi viver um amor proibido? Isso me parece muito Romeu e Julieta.” “Nossas famílias não são inimigas.” “Tô falando da parte que eles morrem no final e nem ficam juntos.” “Mas eles ficaram juntos antes de morrer, essa parte não conta?” “Migalhas… Por conta de outras pessoas morreram sem viver um amor que poderia durar 10, 20 ou 70 anos.” “Mas viveram e viveram até a morte. Isso não é uma forma de falar que foi um amor eterno?” “Então eu não quero um amor eterno. Eu quero um final feliz.” “Já disse que você não é de clichês. E nós temos combinados. Combinados que têm funcionado pelo menos nos últimos meses.” “Quando a gente tá junto assim eu repenso até meu nome, quem dirá combinados. A gente nunca vai conseguir se priorizar, então? Sempre terão outras coisas, outros combinados, outras pessoas, outros assuntos pra lidar?” “Você não acha que a gente se manter uma na vida da outra assim já não é uma forma de prioridade? Depois de tantos anos?” “Eu não aguento mais falar tchau, até a próxima.” “No dia que eu te procurei querendo você, você me pediu pra focar na minha carreira.” “Eu te pedi pra fazer o mais coerente naquele momento. E isso era o mais coerente. Você sabe que teria que desistir de coisas só por nós, e eu nunca quis ser essa pessoa que te priva de qualquer coisa.” “E você acha que o momento coerente pra mudar as coisas entre a gente é agora? Que você tá envolvida com alguém, eu também.. É a primeira vez que as duas estão em relacionamentos ao mesmo tempo. E relacionamentos que nos permitem estar aqui agora.” “Aí que tá, vamos viver uma vida de permissões até quando? Será que a gente tá vivendo certo? Ou a gente só tem medo de cair de cabeça nisso daqui? Principalmente você.”

Senti ela se desprendendo do meu corpo enquanto bufava de raiva, e levantou rápido da cama, enquanto procurava a calcinha. Ali eu vi que aquela conversa tinha novamente nos desalinhado, pra variar. Liguei a luz baixa do quarto e corri pro lado dela enquanto ela vestia a calcinha e tentava enfiar uma blusa no pescoço, mas a blusa eu segurei antes que ela conseguisse se vestir.

“Para…” ela sussurrou enquanto tentava me empurrar pra longe.

Minhas mãos empurraram seu corpo pra parede ao lado da cama e ela quis se desvencilhar, mas na segunda tentativa já desistiu. Subi minha mão direita pro seu pescoço e com a esquerda puxei seu corpo todinho pra perto do meu corpo nu, como se a parede atrás da gente não fosse suficiente pra mantê-la o mais perto de mim possível. E então a gente já sabia como ia concluir aquela conversa. Do jeito que a gente mais resolve as coisas: sem palavras, com nossos silêncios.

Encostei minha testa na sua e fiquei ali ouvindo nossas respirações descompassadas. Fiquei esperando a tensão sair dos nossos corpos e dar lugar a outra coisa. Sempre que os ânimos se exaltam e nossos corpos se encontram, fica palpável o sentimento que existe entre a gente, porque Deus sabe como a gente queria que isso tudo fosse apenas uma tensão sexual. Mas desde o primeiro dia a gente já sabia que não era, antes mesmo de construirmos esse edifício confuso e mal acabado que não teve projeto, não teve muita estrutura, mas que de alguma forma se mantém de pé.

Eu mordi seu lábio inferior enquanto roçava meu nariz no seu, puxando sua boca pra mim. Por um segundo ela quis resistir, mas eu mordi de novo aquele lábio que eu sempre disse que era meu e comecei a empurrar minha língua pra dentro da boca dela. Começou com um beijo devagar e a velocidade foi aumentando gradativamente, como um ponteiro de carro. Minha mão no seu pescoço foi descendo até sua bunda, enquanto eu sentia a língua dela em chamas dentro da minha boca. Com pressa, com ardor, com desejo como se quisesse me engolir toda de uma vez.

Com as duas mãos fui tirando a calcinha vermelha de cetim ainda úmida que ela tinha acabado de colocar. Assim que a desprendi da sua cintura, vi que ela permitiu que a peça caísse das pernas para o chão, e ela terminou de tirar com os pés. Ela foi me empurrando de volta pra cama, mas a virei ao contrário e deixei que ela fosse a empurrada. Assim que a joguei sentada na beirada do colchão, fiquei de pé ainda beijando com força e desejo, como se fosse nosso primeiro ou nosso último beijo.

Deixei ela sentada ali e fui descendo minha boca pelo seu pescoço, por entre seus seios. Parei sem pressa no seu mamilo direito e comecei a dar pequenas mordidinhas misturadas com chupões. Então comecei a chupar desesperadamente mostrando que aquela parte eu já dominava como minha, enquanto ouvia ela respirar profundo e se contorcer de prazer. À medida que eu descia, precisei me ajoelhar no chão enquanto ela manteve as pernas pra fora da cama, e já se tremia só de saber onde minha boca ia parar.

Fui dando pequenos beijos na sua virilha e fui deixando minha língua percorrer todo os arredores daquele lugar que eu já conhecia tanto. Até que acomodei minha cabeça no meio das suas pernas e senti suas mãos chegarem até meus cabelos, ela não aguentava mais esperar. Eu olhei pra cima e vi seu olhar desesperado implorando pra que eu não demorasse mais. Com meu polegar toquei sua parte mais íntima e senti que o líquido escorria de tanto tesão, de tanto que ela estava molhada e aquilo me deixou ainda mais louca de desejo.

Assim que encostei minha boca, senti seus quadris arqueando pra frente de tanto tesão, como se ela quisesse mais, como se houvesse alguma forma da minha boca tê-la ainda de uma forma mais forte do que que aquela. Senti suas pernas se fechando ao meu redor, enquanto minha boca procurava desesperadamente todas as suas aberturas. Subi minhas mãos e coloquei as duas por trás do seu corpo, a puxando ainda mais pra mim, enquanto eu sugava com meus lábios seu clitóris inchado e molhado que clamava por mim. Não sei exatamente por quantos segundos ou minutos fiquei naquela posição, mas de vez em quando olhava pra cima e via aquela cena que era uma das minhas preferidas: ela totalmente entregue, vulnerável, soltando gemidinhos de prazer a cada intensificada que eu dava com minha boca.

Ainda com a minha boca em atividade, desci dois dedos devagar pela virilha até chegar onde eu queria, então eu comecei a penetrar, e sem a menor dificuldade eles deslizaram pra dentro pois a boceta estava toda molhada. E quanto mais eu chupava, mais eu penetrava com meus dedos e mais ela arfava de prazer. Eu sabia que ela estava quase lá, e assim que seu corpo deu uma vacilada pra trás, eu entendi que eu tinha chegado aonde eu queria. Vi que a sensibilidade começou a tomar conta, então tirei minha mão e fui me levantando devagar, depois de dar um beijo de despedida no topo da sua boceta.

Assim que me ergui, ela se jogou pra trás na cama tentando localizar um travesseiro. Deitei por um instante por cima dela e a beijei com delicadeza. Ela devolveu um beijo urgente, molhado, gostoso. Terminei com um selinho e um sussurro de “te amo”, que ela respondeu também sussurrando um “amo você” e sorriu.

Fui pro banho e quando voltei ela já cochilava, o que não era muito estranho, dado o dia agitado que tivemos. Deitei ao seu lado e apaguei logo em seguida. No outro dia cedo, minhas malas já estavam prontas porque eu seria a primeira a ir embora, tinha um compromisso na minha cidade. E dado nossa última conversa, preferi não acordá-la. Não queria que a gente acabasse se desentendendo no último minuto daquela viagem que tinha significado tanto.

Então resolvi sair sem me despedir. E foi a última vez que nos vimos. E praticamente a última vez que nos falamos também, se não for contar a mensagem que enviei 2 meses e meio atrás. Nem nossas playlists de músicas foram mexidas. No aniversário dela, eu enviei um vidro do meu perfume, sem cartão. E esse é o silêncio que temos vivido, os combinados de antes deram lugar a esse combinado silencioso que eu não sei bem se é um ponto final.

Eu permiti que a saudade fizesse esse convite, mesmo que a razão tentasse me convencer de que ela tem outras prioridades maiores do que vir me ver do outro lado do mundo.

Então o garçom se aproximou de mim com um copo de shot e uma garrafa diferente, que eu não entendo muito bem com meus inglês péssimo. A sorte é que ele é brasileiro, vendo minha cara de confusão, ele disse enquanto me servia: “um shot de tequila por conta da moça ali do balcão.”

Assim que eu me virei pra olhar, não vi ninguém. E antes que eu retornasse meu olhar pra frente, eu ouvi uma voz conhecida vinda do lado contrário ao que tinha olhado, dizendo: “Você achou que eu ia perder sua festa de aniversário?”

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