A Companhia - Parte 1/3 [exibicionismo]
A noite se esgueirava pela madrugada entre ruas vazias. Poucas janelas ousavam se abrir para a escuridão mal iluminada de postes elétricos.
Eu me deslocava, de andar meio torpe, refazendo meu caminho de volta para casa.
O frio me obrigava a andar de mãos nos bolsos: uma mão sentia a tela fria do celular e a outra sentia o couro da minha carteira e a capa metalizada da camisinha que seguia invicta, inviolável.
A festa que acabara de sair não exigiu a presença da proteção, embora ainda me lembrasse dos quentes beijos e toques que trocara com a perdição da noite. Com o fim da festa, ela havia embaraçado em seu Uber, e eu resolvi andar para espairecer.
Encontrava-me no paradigma de fim de festa, acompanhado de pessoas em similar situação: bêbadas e voltando para casa.
Voltando do Clube Fluminense, atravessava a Pinheiro Machado em direção à minha cama, estágio final do descanso do dia. Pela calçada do Palácio eu observava os ousados apartamentos iluminados, desafiando a noite com seus brilhos tímidos que prometiam vida em meio à calma do sono.
Não sei o que esperava encontrar em minhas andanças… Sempre soube do risco de ser abordado de madrugada, mas me sentia seguro naquele pedaço do bairro. De toda forma, certamente não esperava encontrar um oásis em meio à escuridão em forma de janela.
Em meio ao silêncio da cidade, em meio à escuridão da rua, vislumbrei, em uma janela, uma mulher.
Ela estava apoiada na grade da varanda, fumando seu cigarro, acomodada em seu roupão escuro de tecido fino, que cortava de cima a baixo seu corpo, oferecendo breves relances de seu pescoço e peito. Uma de suas pernas bradava em revolta à sua roupa, se expondo por fora do traje enquanto ela se apoiava na grade.
Olhava o horizonte, com um semblante de calma e lucidez que apenas a libertação do sexo traz. Seu cabelo curto tremulava ao vento enquanto ela se apoiava na varanda.
Observava, da calçada, seu apartamento no segundo andar de um prédio simples e sem grandes diferenciais. Sua silhueta vestida apenas o suficiente para si mesmo me atraía, e acabei alerdando meu passo.
Seu olhar encontrou com o meu e congelei de súbito. Seus olhos me atravessavam com uma precisão de alguem que sabia o que queria. Sentia meu coração acelerado com esta inusitada cena, e mantive meu olhar por uns instantes.
Ela sorriu, apagou seu cigarro e entrou de volta ao apartamento. Logo após, o apartamento se juntou aos demais da cidade, repousando na escuridão.
Suspirei frustrado e continuei meu curto caminho, mas não passava mais frio.
Poucos meses depois, encontrei-me novamente em outra festa no Clube. Após uma noite de muita cerveja e pouca dança, saí acompanhado de meu encontro, enlaçados por uma mão no quadril do outro. Andamos juntos, rindo e conversando enquanto retomavamos o caminho para minha casa.
Seja pelo álcool ou pela atração mútua, acabávamos pendendo para a parede, como se magnética, antes de começarmos a nos beijar.
A cada poucos metros seguiamos assim, explorando o corpo do outro com sutis mãos enquanto nossas bocas conversavam sem uma palavra proferida.
Nossa vontade crescia a cada beijo, nossas mãos ousando cada vez mais: eu explorava o corpo dela com minhas mãos, ora cariciando seus seios por cima do vestido, ora brincando entre as coxas, prenunciando o que faria mais tarde.
Brincavamos, revezando-nos na parede ao longo do caminho. Em uma dessas pausas, por entre beijos de olhos fechados, meu olhar acabou caindo na mesma janela de noites passadas.
Para minha surpresa, ela estava lá: a mesma mulher de cabelo curto e roupa de dormir, relaxada na varanda de seu apartamento, olhando a cidade na penumbra.
Meu coração acelerara, e com esta nova espectadora, tomei uma simples decisão.
Comecei a guiar minha acompanhante para uma árvore perto, que oferecia uma sombra amigável, em plena vista do apartamento nas alturas.
Com ágeis mãos segurava os braços dela acima de sua cabeça enquanto minha boca escapulia de seus lábios e começava a beijar seu pescoço.
Em um leve olhar de relance, avistei a mulher na varanda que se mantinha na mesma posição, como se acostumada àquele tipo de visão. Sabendo que ela nos via era o suficiente para intensificar meu tesão cultivado desde o começo da noite.
Minhas carícias no corpo de minha companhia se intensificaram, me ajoelhando lentamente enquanto meus beijos percorriam a frente de seu corpo, beijando seus mamilos endurecidos por debaixo do pano e percorrendo seu ventre vestido com minha boca.
De joelhos, abracei seu corpo enquanto ela acariciava meu cabelo, gemendo de antecipação enquanto eu afastava e levantava o vestido, revelando sua calcinha por debaixo da roupa.
Sentia meu coração palpitando, alimentando meu corpo em chamas enquanto compartilhava meu prazer não só com a minha pretendente, mas também com aquela estranha espectadora que nada dizia.
Gemi ao afastar a calcinha rosa e começava a lamber suas coxas e lábios, gemendo ao sentir o seu gosto íntimo. Mordiscava levemente os lábios de sua buceta enquanto minhas mãos apertavam por trás, trazendo seu quadril contra mim, como se quisesse consumi-la inteira.
Minha língua passeava pelos doces montes de pele, recheados com aquele doce néctar, enquanto meus dedos brincavam com ela, e sorria percebendo como ela se inundava de excitação com meus beijos e carícias em seu interior.
Parei para respirar, me afastando brevemente de suas pernas enquanto meus dedos acariciavam seu interior, arrancando gemidos sutis na noite. Olhei para cima e notei que ela fechara os olhos, aproveitando o tesão que eu proporcionava a ela, e olhei novamente para o outro lado da rua, buscando o olhar do apartamento.
Não enxergara muito na escuridão, mas percebia o contraste da pele com o tecido escuro na varanda mal iluminada, e via que ela afastara suas pernas levemente, permitindo que uma mão conseguisse acesso à seu próprio prazer.
Ela se tocava enquanto observava minhas intimas carícias de prazer em minha companheira.
Essa descoberta reavivou minha vontade, e voltei com minha boca em seu ventre, esfregando-me naquele aquele prazer líquido que cobria minha face, arrancando quentes gemidos de minha companhia, que cresciam em frequência e volume, antecipando seu gozo.
Alcancei por dentro de minha calça, enlaçando meus dedos em meu membro quente e duro de excitação, e me toquei enquanto chupava sua buceta. Gemia imaginando ela me observando, e por breves instantes traí meu encontro ao imaginar que chupava a própria mulher na varanda, de pernas expostas à escuridão da noite.
Minha amiga gemia baixo enquanto gozava, contraindo suas coxas em minhas bochechas, segurando e se apoiando no tronco detrás dela.
Acompanhei seu orgasmo com gemidos enquanto meus dedos acariciavam seu corpo e minha língua acariciava seu clitóris.
Com um respiro, ela me afastou, de prazer sensibilizado, indicado pelos breves tremores pós gozo que ela exibia em seu corpo.
Sorri enquanto me levantei e beijei seu sorriso, extasiado com aquele breve encontro erótico.
Não olhei de volta para a varanda, mas imaginava que ela aproveitara também a situação para um orgasmo próprio. Este pensamento me manteve excitado pelo resto do caminho até até casa, onde continuamos nossos jogos de prazer.
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