Junho 8, 2025

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O Convento - Orações Noturnas

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Abandonar os prazeres do mundo com apenas um propósito — servir a Deus — foi exatamente isso que Sheila havia feito. O convento, com suas paredes de pedra centenárias e a penumbra constante, era o seu lar, o refúgio que escolhera. Ela gostava de suas alunas, jovens mentes ávidas por conhecimento e por um futuro de fé, e apreciava a atmosfera que permeava cada corredor. O escuro opressor, lhe fazia bem; era um abraço suave, permitindo que seus pensamentos se aprofundassem. Andar pelos corredores gelados, ouvir o eco de seus próprios passos na quietude da noite, saborear a comida simples e reconfortante de Cecília, a cozinheira do convento, e absorver os conselhos sábios e ponderados de Madre Darcy, tudo isso contribuía para a sua paz.

Mas o que Sheila mais apreciava, no fundo de sua alma, era como o convento a fazia se sentir. Aquele local, aparentemente um bastião de pureza e devoção, tinha uma estranha capacidade de aflorar o melhor e o pior das pessoas. Era um lugar onde os desejos se confundiam, onde a linha entre o sacro e o profano se tornava tênue, um teste constante para a alma humana.

Enquanto Sheila, já cansada da rotina do dia, retirava o hábito que a envolvia desde o amanhecer, Johan a observava. Seu olhar penetrava através de uma das frestas na parede de seu quarto, um buraco quase invisível, mas que lhe concedia uma visão perturbadora e íntima. A mulher, já com seus trinta e cinco anos, com uma graciosidade que o tempo não havia apagado, despia cada peça com um cuidado quase ritualístico, revelando a pele alva que raramente via a luz do sol.

Johan parecia estar dominado, possuído por uma criatura cujos olhos brilhavam na escuridão, uma criatura cujo único interesse era o prazer carnal, uma chama proibida que ardia em seu peito. A observação se estendia, silenciosa e carregada de tensão enquanto a noite engolia os segredos do convento.

Ela tirou a meia-calça, e seus pés cansados tocaram o chão frio de pedra, um alívio após um longo dia de orações e afazeres. Em seguida, Sheila retirou o vestido do hábito e o dobrou cuidadosamente, colocando-o sobre a cama de solteiro, ficando apenas com a parte superior da veste, mais leve e confortável. Seus cabelos, longos e castanhos, já estavam soltos, caindo em cascata sobre seus ombros.

A criatura que dominava Johan ficava cada vez mais enfeitiçada. Seus olhos, antes apenas curiosos, agora ardiam com um desejo quase doentio. Cada movimento de Sheila era dissecado, cada detalhe de seu corpo, velado pela escuridão, parecia amplificado na mente distorcida do rapaz. A fresta na parede, uma janela para o proibido, parecia vibrar com a intensidade de sua observação. Sheila então foi até o espelho de moldura simples, fixado na parede de pedra, e começou a se pentear, seus dedos longos e delicados deslizando pelos fios.

A vela em seu quarto, a única fonte de luz no ambiente, tremulava, sua chama fraca dançando com as correntes de ar que entravam pelas frestas da janela. Por um instante, a chama vacilou e, de repente, se apagou, mergulhando o quarto em uma escuridão quase total. Mas, antes que a luz se extinguisse por completo, em um flash de terror que durou menos de um segundo, Sheila viu um vulto. Não era uma sombra comum. Era uma criatura maligna, com chifres retorcidos que se erguiam da cabeça e olhos vermelhos e incandescentes que a fitavam. A pele da criatura parecia estar se desintegrando, revelando camadas de escuridão e abismos. O ar se tornou mais gelado, e um calafrio percorreu a espinha de Sheila, uma sensação de pavor que vinha de algo realmente sombrio.

Apenas uma ilusão? Não — Sheila tinha certeza do que havia visto. Um vulto. Uma sombra disforme, espreitando do canto mais escuro do quarto. Ela correu para a cama, tropeçando nos próprios pés, tateando no escuro em busca da caixa de fósforos que sempre deixava na escrivaninha. As mãos tremiam tanto que os primeiros fósforos se quebraram antes mesmo de riscar. Finalmente, uma chama bruxuleante acendeu a vela, e nada estava lá. O quarto estava vazio, a não ser pelo crucifixo pendurado torto na parede e a poeira dançando no ar.

Sheila acreditava, com uma fé inabalável, nas lendas que contavam sobre aquele convento, sobre os eventos sobrenaturais que remontavam à época em que Erik Blame ainda era vivo – um tempo de segredos sombrios e sussurros proibidos. Ela pegou seu terço, os dedos apertando as contas geladas, e começou a rezar ajoelhada aos pés da cama, a voz um murmúrio quase inaudível, mas cheia de pavor e fervor.

Johan, escondido pela fresta da porta rangente, podia ver a freira de costas, vestida apenas com a parte de cima do hábito, o tecido solto roçando a pele. Ele observava com uma intensidade perturbadora suas nádegas, a calcinha de renda preta cravada entre elas, delineando as curvas. Seus olhos estavam avermelhados, a boca entreaberta, quase salivando, enquanto um desejo doentio o consumia. A luz da vela tremeluzia, projetando sombras fantasmagóricas nas paredes, e Sheila, alheia à presença dele, intensificou a oração, buscando refúgio e proteção em cada palavra.

Johan então levou a mão até o shorts, sentindo a grande ereção que se formava. O tecido cedia à pressão, e ele podia sentir o pulso quente do desejo em suas veias. O poder da criatura que o dominava era tão grande, tão avassalador, que, a poucos metros dali, Sheila começou a sentir um calor estranho e intenso se formar por baixo de sua calcinha, uma onda que a fez contorcer-se levemente, quase imperceptivelmente.

A cada movimento que Johan exercia sobre seu membro, uma força inexplicável parecia reverberar no quarto da freira. Sheila sentia o calor aumentar, concentrando-se em sua vagina, que nesse momento estava extremamente úmida, latejando com uma mistura de pavor e uma excitação que não conseguia compreender. A freira não aguentou mais a intensidade da sensação e encostou um de seus dedos sobre a poça que se formava em sua peça íntima.

Um gemido baixo escapou de seus lábios enquanto ela, quase hipnotizada, começou a fazer movimentos circulares, explorando a umidade e o calor que a consumiam. O jovem coroinha, pela fresta, observava tudo com um sorriso malicioso e vitorioso. Não demorou para que Sheila, em meio à sua oração confusa, chegasse ao ápice do prazer, um arrepio percorrendo seu corpo. Johan, satisfeito com a cena, apenas deu um sorriso de canto e, com um último olhar sombrio, abandonou o lugar em que se encontrava espiando a freira.

Sheila então sentiu o mal se afastar, como uma névoa densa que se dissipava, e seu desejo se esvair, deixando-a com um vazio e uma sensação de culpa. Não era a primeira vez que isso acontecia; essa invasão de sensações e a subsequente libertação já se tornavam um ciclo aterrorizante.

Ela tinha certeza que isso iria se repetir. O mal estava sempre à espreita, uma presença constante naquelas paredes antigas, e ela sabia, em seu íntimo, que Johan tinha um papel fundamental nisso, sendo um instrumento ou talvez até mesmo o catalisador dessa perturbação sobrenatural.

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