Saudades de sábado passado
São boas, mas vem e vão, como tudo na vida. Transitoriedade que por vezes me deixa angustiada. Por isso que sempre penso no que um dia profetizou o poeta: “que seja eterno enquanto dure…”. E que seja! E que vivamos os momentos… A vida vivida em momentos se prolonga em constante felicidade!… Mas por enquanto, vivo, comigo, toco, eu mesma… Sinto! Assim…
Na noite que se foi sonhei com você. A manhã chegou… Foi-se! Durante todo o dia pensei em você. Veio a tarde. Mais pensamentos soltos… Uma ligação. Algumas mensagens. Outros tantos momentos. Sentimentos? Explosivos, que por horas corroem, não almas, mas corações que desejam, a si, a ambos. Sentem. Pulsam… E palpitam, como!
… Abri a gaveta. Até hoje não lavei a blusa usada em outra noite, a de sábado passado. Já sinto saudades de sábado que vem. E outro, e mais. E o próximo! Que chegue logo. Preciso te ver. Sentir… Enquanto não chega, não lavo a tal blusa. Cheiro somente. Sinto simplesmente. Toco. Deixo que ela me toque. Quem sabe? Quem sabe assim sinto você.
Funciona. Por hora. Até lá… Até o grande dia. E roça. E toca. Esfrega… Inunda. Já imunda. De tanto suor, de tanto prazer, de tanto você, eu, nós – é sexo. A dois – corpos, nossos. Permito-me sentir. Faço de minhas mãos as suas. E lhe peço algo: faça, mas faça muito, e faça gostoso, também de suas mãos as minhas. – Toque-se!
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… Geme! Treme! Derrama este liquido aqui. Encharca suas mãos. Limpa nesta blusa. Passa na minha boca. Escorre em minhas pernas. Lambe minha alma. Devora meu desejo. Suga o meu peito. Engole, mas com vontade, o meu beijo!… Assim, explode. Come minha língua com força, e permita que ela também te coma, e come outra vez – devore-a! Puxe-a pra dentro!
Por enquanto vivo assim. Revendo momentos. Criando inventos. Refazendo sentimentos… Tocando-me, como nunca. Tudo para te alcançar. Em cada toque, passada de mão… Molho, e escorro, só de lembrar seu olhar safado, sua boca carnuda, sua língua voraz, seu toque perspicazE chega a noite outra vez. Bela dama em negro. Usando espartilho em prata. Rubro que cobre minha face, coisas de calor que chega, só de pensar no outro, o tal sábado que sinto e novamente sentirei saudades…
Depois da gaveta aberta retiro a blusa. Deixo-a cair leve sobre meu corpo. Fecho os olhos. Permito-me. Minhas mãos já se vestiram em suas e as suas em minhas… Sente e goza, e mais, mais uma vez!
Ah, quantas saudades… Que venham outros sábados!
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