
Por
A amiga "feinha" - Parte 5
Durante o percurso, fiquei pensando no que me atraia tanto nela. Não quero entrar no clichê de dizer que ela é divertida, ao passo que as outras são só bonitas, como fazem inúmeros filmes da Sessão da Tarde. Mas não posso negar que se passava por isso. Acho que é um questão do espírito livre e aventureiro dela, combinado com a sensualidade latente, que exigia uma certa atenção para se descobrir.
Fomos conversando algumas besteiras, enquanto ela me mostrava o caminho.
Como ela não tinha carro, pude deixar o meu na vaga do apartamento dela e subimos. Nessa hora, a conversa tinha acabado e estava um desagradável silêncio.
Ela abriu a porta, eu entrei e ela a fechou atrás de mim. Ficou me encarando por alguns segundos e partiu pra um beijo louco. Pode parecer exagero, mas foi como se fosse atacado, sem possibilidades de sair dali – como eu quisesse também. Percebi que as mesmas necessidades que eu tinha, ela também tinha, e eu era apenas um meio para saciá-las. Não achei isso ruim, muito pelo contrário, achei que seria um deliciosa oportunidade de usar e ser usado.
Ela me conduziu até o sofá, onde nos sentamos e ficamos trocando beijos, como adolescentes. Nenhum palavra era dita, apenas os sons da nossa respiração e os estalos dos beijos ardentes. Ela se sentou no meu colo e tirou minha camisa, e quanto comecei a tirar a blusa dela, encontrei resistência.
Continuei aos beijos, alternando boca e pescoço e apertando bastante aquela bunda gostosa. Tentei subir a mão novamente, dessa vez apenas para apalpar os seios e fui barrado. Pensei em dizer algo, até mesmo para esclarecer se havia entendido errado o que estava acontecendo ali, mas ela falou antes.
– Desculpa. Eu… – ela falou timidamente, tentando achar as palavras.
– Não tem que se desculpar. Eu acho que entendi errado.
– Não… Eu queria… Quero – disse com bastante convicção – mas eu nunca fiz isso. Desse jeito…
Ela tentava me encarar, ao mesmo tempo que desviava o olhar quando meus olhos encontravam os dela. Engraçado como a alma aventureira tinha mudado rapidamente para uma garota tímida e insegura.
– Eu não quero que você se sinta obrigada… – tentei dizer.
– Não, não é nada disso. Relaxa.
– Você acha que é errado? – eu queria realmente entender.
Ela ficou em silêncio alguns segundos.
– Eu realmente posso cofiar em você? – Ela perguntou, finalmente.
– Bom… claro que pode. Mas o que exatamente isso significa?
Ela corou as bochechas e ficou tentando achar as palavras certas.
– Significa que eu me entrego… Não sei fazer de outra forma.
Finalmente entendi. O sexo casual, daquele tipo que omitimos uma parte nossa para não causar estranheza no desconhecido, não era algo comum para ela. Ela queria algo a mais. Ela precisava de algo a mais. O que não quer dizer envolvimento romântico. Era apenas a garantia de que poderia ser ela mesma naquela noite e na manhã seguinte tudo estaria bem.
– Olha – falei de forma descontraída – pode se entregar a vontade.
Ela sorriu, mas voltou ao tom grave.
– É sério – abaixou os olhos e desviou o olhar – eu te vi conversando com a Mariana no bar. Antes de eu chegar. Eu só preciso saber que você não é esse tipo de cara, que gostaria de estar em outro lugar agora, ou que só está aqui porque não tem nada melhor pra fazer… ou porque o plano principal não deu certo.
– Quanto a Mariana, foi uma coincidência, eu nem imaginava encontrá-la por aqui. E sobre estar aonde se quer estar… não consigo pensar em lugar nenhum que seja melhor que aqui.
Ela corou novamente.
– Então vem – disse com um sorriso safada.
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.