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Ofício
O trabalho dignifica o homem, segundo Weber, me pergunto então se seria uma questão de gênero a minha situação de completa torpeza durante as horas trabalhadas. Não que eu não goste de trabalhar e use o sexo como escape, das atividades obrigatórias da vida adulta a que menos me aporrinha, honestamente, é o trabalho.
Mas se tem um local em que eu não tenho a menor dignidade é aqui, nessa baia pequenina e fria de uma repartição qualquer. Passo horas no automático fazendo o que é preciso ser feito, aérea, obcecada pelo próximo uso.
A responsabilidade por isso não é de todo minha, grande parcela pertence aos perversos que cruzam meu caminho.
Desde que conheci um carioca que me chama de goxxxtosa em horário comercial, nunca mais me sentei em uma mesa sem passar a mão na quina, verificando o quanto me machucaria caso eu fosse usada em cima dela. Fiquei viciada em ir na sala dele dar de bruços, com a bunda empinada, seios comprimidos no tampo da mesa de escritório, sem sequer tirar minha calcinha dos tornozelos.
Ele me fode como se jogasse sinuca nesses botecos copo sujo, usa o pau de taco e alterna os meus buracos. Apoia a mão nas minhas costas me pressionando contra a mesa como se fizesse mira e o alvo é sempre o ponto mais profundo. Não me dá chance nenhuma de levantar enquanto ele não termina. Aliás, sendo justa, vez ou outra ele me vira pra assistir sem pressa, sua rola entrando e saindo de mim… me convida a assistir também, pra me mostrar orgulhoso como é que se faz, mordo os lábios pra não gemer mais alto.
Trancados em uma longa reunião, o gozo do meu chefe torna-se a única meta que eu realmente me empenho em alcançar. E talvez essa seja a resposta da questão, não importa qual seja a profissão que eu exerça, meu ofício sempre será o de puta e para putas não há dignidade.
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