Relatos Inofensivos, Volume 2 - Frutos das Artes Marciais, Parte 3
Eu demorei muito pra entrar no banho. O sangue da boca não parava de sair e eu ficava tentando abrir a boca pra ver o estrago. Fiquei uns 10 minutos na frente da pia. Então eu escuto uma movimentação no quarto. Paro de fazer qualquer barulho para tentar identificar quem era, então eu lembrei que o Jhonny estaria no quarto da Ana, e ela provavelmente voltou pro quarto dela. Passei uma água na boca e coloquei a cueca e a bermuda, fiquei sem camisa porque fiquei com medo de sujar de sangue. Abri a porta do banheiro e reconheci duas vozes de imediato: Luana e Jhonny.
Peguei a camisa e vesti antes de sair do banheiro. Além de Jhonny e Luana, Bela também estava lá. Bela era a ficante de Jhonny, ela era uma novata, faixa amarela (terceira faixa, coisa de 3 a 6 meses no esporte). Minha boca estava inchada e ainda saia muito sangue, o braço estava ok, parou de sangrar, só ficou levemente cortado e ardia, mas nada demais. A Luana levantou quando me viu e foi até mim pra avaliar a boca, eu sentei no vaso e ela ficou em pé na minha frente, minha boca saiu mais sangue.
— Ai, deixa eu ver. — Ela foi virando meu rosto com bastante cuidado, abrindo a boca pra conseguir ver dentro. Ela ficou um tempo ali olhando pra ver exatamente o ferimento, enquanto secava o sangue que saia com papel higienico. — Como você está?
Ela parecia realmente preocupada. Eu olhei pra ela e comecei a chorar abraçando ela, ela se afastou um pouco e agachou pra ficar frente a mim e me abraçou de volta.
— Eu menti pro Mestre. Estou com a boca estourada. Se minha luta for amanhã, eu não sei nem como vou colocar o protetor de boca sem que eu comece a sangrar, quem dirá lutas inteiras. Eu burlei os ensinamentos do meu Mestre e agora não vou conseguir cumprir o que eu vim fazer aqui. Ele acabou de dizer, uma hora atrás, que muita coisa estava em jogo. Estou surtando porque agora eu vou perder tudo também. Cadê a Ana?
— Ela foi pro quarto. Entrou, bateu a porta e desabou reto pra baixo, chorando bastante. Ela falou uma história muito confusa e finalizou contando que tinha batido em você e que você tava sangrando muito. O Jhonny levantou de imediato, puxou a Ana pra longe da porta e veio correndo pra cá. Eu e a Bela viemos junto depois de deixar a Ana com a Bia e a Tais.
Bia e Tais eram as duas amigas do banco da frente da gente no ônibus. Elas praticavam o esporte, na mesma aula que a minha, eram semi novatas, faixa Amarela/Verde (Quarta faixa, 6 a 12 meses no esporte). Jhonny apareceu na porta, de braço cruzado.
— Cara, relaxa. Vou te ajudar com o Mestre. Era pra ser uma noite bacana, mas olha no que deu. Vou falar que a gente foi praticar sem aquecer e aconteceu um acidente, vai dar certo.
O Jhonny podia ser meio sem jeito as vezes, mas ele já teve esse status antes e agora não precisava mais, porque já havia se adequado ao molde necessário, mas por ele já ter passado por isso, ele sabia exatamente como eu me sentia. Luana me soltou e saiu do banheiro. Jhonny também saiu, falando “Toma um banho, depois a gente conversa”.
Eu levantei, fechei a porta e fui tomar um banho. Quando eu sai do banheiro, a Bela tinha saído, só o Jhonny e a Luana estavam lá, sem conversar, só me esperando. Olhei pelo quarto e eles tinham um baldinho de gelo, aqueles baldes pra colocar vinho. Eu me senfei na minha cama, sentindo o peso do acontecido. Luana arrumou uma sacola plástica e colocou pedras de gelo dentro e colocou no meu rosto.
— Bom, vou olhar a Bela, ela voltou pro quarto e tá muito puta com a Ana, vou lá segurar a Bela pra ela não tomar um pau igual você. — Ele saiu do quarto rindo, e eu não conseguia rir de volta. A Luana ignorou ele.
— Se você quiser ir também, pode ir. Pode deixar que eu faço. — Disse pra Luana.
— Nossa, que isso. Nada a ver, deixa eu fazer. Tenho que me desculpar de alguma forma por te enfiar nesse buraco. Eu só queria que você ficasse feliz, porque você cuida muito bem do meu irmão e ele gosta muito de você. — Ela começou a fungar pra segurar o choro. — Não sei se ele te conta as coisas de casa…
— Não, ele fala mais sobre a escola e coisas relacionadas ao esporte. — Respondi.
— Nosso pai é muito problemático e briga com a gente por qualquer motivo, quase todo dia. Mas se ele apenas gritasse com a gente ia até ser mais fácil, mas quando ele bebe ele também agride. O Lucas entrou na luta pra aprender a defender a gente. O motivo de eu acompanhar ele e não nossa mãe, é porque se eu ficar sozinha com ele, ele vai bater em mim também, mas ele não bate mais na nossa mãe. — As lágrimas escorriam do rosto dela.
Eu não sabia o que falar. O Lucas (Pinguim) tinha 12 anos, eu tinha 15. Eu não sabia de nada do mundo. Eu ouvia disso acontecer nas notícias, mas nunca nem parei pra pensar o quão real e próximo isso era de mim. Pensei em abrir essas questões para algum adulto, mas pensei que se ela quisesse que fosse levado a um adulto, tinha dois policiais no ônibus e ela sabe que é seguro falar, então não falei nada. Fiz a única coisa que eu conseguia. Segurei a compressa eu mesmo e abracei ela. Nesse momento, Pinguim volta pro quarto e ela se assusta e afasta do abraço.
— Mano, você pegou minha irmã também?
Ri pela primeira vez na noite. A Luana contou uma história de uma forma que ele entenderia e depois saiu, me deixando com a compressa. Logo mais o Jhonny chegou. Estava na hora de dormir para o dia seguinte.
Acordamos cedo, pegamos o café da manhã do hotel. Meu mestre foi de mesa em mesa, gravando um vídeo promocional da academia, perguntando as expectativas pro campeonato. Após comer algo leve e fácil de digerir, fomos para o ônibus. Subimos e seguimos caminho para o estádio. Dessa vez, preferi sentar do lado de Pinguim e me concentrar, evitando a Ana.
Chegamos ao estádio uniformizados, com a jaqueta de competição. Os campeonatos de Taekwondo possuem uma organização hierárquica. Uma música progressiva de rock para apresentação das equipes, uma entrada olímpica (estilo Olimpíadas mesmo, que entra cada pais com os competidores, mas academias, a gente da uma volta na quadra e para em fila), apresentação da banca, árbitros, e então começa a competição de “Poon Se” (em outras artes marciais é chamado de Katar. É uma série de movimentos para demonstração, mas tem várias camadas, depois volto nisso), e então tem calibragem e checagem do equipamento para só então dar inicio às lutas. São 6 tatames, com cinco árbitros cada, ao redor do tatame. As lutas podem demorar de 10 segundos a 5 minutos cada, com um intervalo aos dois minutos para hidratação e se empatar na segunda metade, tem uma decisão por pontos técnicos. Dificilmente acontece. A luta acaba se alguém conseguir 7 pontos primeiro. Acertar conta um ponto, acertar forte e fazer o oponente perder o equilibro ou causar mais efeito, conta dois pontos. Quem chegar a 7 primeiro ganha. Chute na cabeça vale três pontos, mas apenas faixa preta pode chutar na cabeça.
Bom, houve a apresentação das equipes, da banca, etc etc… Então houve a competição de Poon Se. E eu estava participando. A premiação dessa modalidade é individual, não tem uma competição em si. Você é seu oponente, mas pode acontecer de entrar 10 competidores e ter 10 medalhas de ouro. Porém, apesar de ser apenas uma sequência de movimentos simples, eles precisam ter três grandes metas: precisão, equilíbrio e força. Não adianta levantar o braço e fingir que tá dando um soco, você tem que imaginar socar alguém ali. Apresentei meu movimento escolhido. Depois a arbitragem se junta e começam a chamar um a um pra buscar a medalha. Eu ganhei ouro. A equipe vibrou, eu fui o único ouro da equipe que competiu.
E então começou a calibragem e checagem. E então houve a divulgação das chaves de luta. Para quem não sabe como funciona em esportes Olímpicos e convocação nacional Olímpica, funciona mais ou menos assim: é feito um balanço de confiança/produtividade e então selecionado os tops dos tops. Menos derrotas significa mais medalhas e mais medalhas significa melhor produtividade e confiança. Meu mestre e o favoritismo dele era incentivar pessoas a serem confiáveis e ganhar mais medalhas, pra ele ter a chance de escalar um atleta para as Olimpíadas. A promessa era de eu ser um atleta Olímpico para as olimpiadas de 2012 ou 2016. Não rolou kkkk
O chaveamento dos campeonatos de taekwondo passam por uma série de filtros, entao são criadas várias chaves. Peso, altura, faixa, idade, tudo isso filtra os competidores. Cada chave pode ter entre 4 a 16 lutadores, e funciona no sistema de derrotar o oponente. O invicto da chave ganha Ouro, entao tem muitas medalhas sendo distribuídas o tempo todo. Ok, chega de parte técnica, vamos voltar ao conto.
Foi anunciado que minha chave tinham 8 competidores. Todas as lutas seriam no mesmo dia. Comecei a ficar muito muito nervoso, andando pra cima e pra baixo. Desci das arquibancadas e comecei a correr no pátio do lado de fora para aquecer. Deu um tempo, alguns atletas vieram me procurar. “Sua luta vai começar em 5 minutos. Vai colocar os equipamentos, se ganhar, ja luta de novo e então tem a final. Tudo direto. Daqui a uma hora já vamos saber sua medalha”.
Entrei de novo no estádio e comecei a colocar o equipamento. Luana e Ana vieram até mim, Luana me ajudou a colocar o equipamento (sério, tem muita coisa, muito mesmo, joga um google). Ana ficou de longe olhando. Quando eu tava pronto, tentei colocar o protetor bucal olhando pra ela, fiz questão de mostrar que não estava doendo, mas na verdade tava pra cacete. Então a Ana se aproximou.
— Me desculpa por ontem. Boa sorte.
Cheguei bem perto dela só pra ela escutar.
— Você tá se desculpando pelo que, exatamente? De eu não te comer ou de me lesionar na véspera do campeonato que pode definir minha possível carreira? — Coloquei meu protetor e fui para o campo. Escutei um “BOA SORTE” da Luana.
A primeira luta me fez questionar meu Mestre. Lembra na parte 2, que eu pensei no porque fazer a pesagem após um rodízio? Bom, isso é por conta dos filtros da luta, mas eu ja sou pesadinho. Muitas academias vão segurar atletas por anos e anos na faixa branca só pra acumular medalhas, mas isso limita as técnicas que eles usam em luta. Só que, por ser pesado, eu geralmente tenho que ser chaveado com pessoas muito mais altas que eu, e isso dificulta, e muito, a luta. Só que meu Mestre tem muitas filosofias importadas… do tipo “quanto mais pesados, mais lentos; no modo hard a conquista é maior; não tema alguém que chutou mil vezes, tema o homem que praticou o mesmo chute mil vezes” e por aí vai. Então ele dificulta as lutas. De propósito. Pra fim de conquistas pessoais dele.
Enfim, cada chute que eu levava era uma falta de ar que eu tinha. O placar final tava 6-4 para meu oponente no final do primeiro set. Desenvolvi uma estratégia na hidratação baseado em como ele se movia e encaixei um chute duplo com um “tornado”, empurrando ele e fazendo ele sair do tatame no segundo set, ganhando quatro pontos e ganhando a partida. A plateia vibrou. Eu tambem, foi muito foda, parecia filme (por essas e outros momentos eu recomendo artes marciais a todos).
Tive um intervalo assistindo meu proximo oponente. Ana se aproximou novamente.
— Eu te dar sorte te ajudou né?
— Deixa eu prestar atenção, depois você fala. — Cortei ela de vez mesmo. Ela se afastou cabisbaixa.
Assisti todas as lutas e analisei todos como deu. Assim que se pisa no tatame, tudo muda, mas é bom observar. Fui convocado pra segunda luta. Pisei no tatame e era um jovem quase do meu tamanho. Fiquei aliviado, ele parecia estar mancando fo lado direito, então se eu chutasse pela esquerda, ele não tinha muita escapatória. Era um truque e quase perdi. Ele era rápido, mas o chute não era preciso. Ele me acertou umas vinte vezes, mas só cinco contaram pontos, e o chute dele não era tão forte, mas ele ganharia nocaute técnico se eu não pontuasse, entao eu consegui encaixar uma sequência que me deu 6 pontos. Na etapa de hidratação eu pensei em algo arriscado, mas que precisava dar certo. Existe apenas um soco que rende pontos em uma luta oficial, e é chamado de “soco do dragão” pelos atletas da minha equipe. Basicamente, precisa ser um soco enquanto esquiva de um chute, e precisa ser forte o suficiente pra tirar o equilibrio da pessoa. O segundo set começa, ele me chuta pela direita igual ele fez no set anterior. Me enquivo e soco. Ele cai de bunda no chão por perder o equilibro. Recebo um ponto, ganhando por 7-5.
Fui observar a ultima luta antes da minha ultima. Ana se aproxima de novo.
— Você pode falar comigo?
— Mano, você não consegue esperar vinte minutos? Beleza, vamos conversar. — Tiro a atenção da luta e olho pra ela. — Fala.
— Me desculpa, eu passei do ponto, perdi o controle por causa do tesão, mas se você ganhar podemos comemorar, e se perder eu posso te consolar.
— Ana, vou ser bem sincero, quero que você suma da minha frente. O que você fez não existe. Você é egoista demais e eu não quero você na minha vida.
Ela começou a chorar e se afastou, enquanto Luana se aproximou.
— Ta tudo bem?
— Ta sim, só perdi a merda da luta. — Me referindo à luta que deveria estar assistindo.
— O mais alto tá machucado na direita, o outro parece que ganhou por sorte, porque ele vai perder.
Virei pra Luana — Valeu, você é foda.
— Por nada. Vai lá buscar seu ouro. Boa sorte. — Se aproximou e me deu um selinho e se afastou sorrindo. Nesse momento entrei em parafuso, porque minha cabeça tava em outro lugar entrando em pane.
Ficar com a Luana, por que não? Por que sim? Ela é bonita e gente boa, irmã do meu pupilo e por aí vai. Uma série de perguntas começou a pipocar na minha mente e eu não podia dar atenção a isso agora, mas eu não conseguia afastar. Pisei no tatame, mas tudo parecia turvo e confuso. Comecei a perder o controle da respiração e ficar extremamente nervoso.
A luta começou e eu lembro de estar 2-0 para meu oponente. Depois eu acordei olhando o teto. Fiquei confuso demais, mas me deram a vitória. Minha boca voltou a sangrar. Levantei com ajuda do meu Mestre, perguntando se eu tava bem. De pé, tudo parecia rodar e eu tava muito dolorido no corpo todo. Fui para a arquibancada onde todos vieram comemorar o Ouro, inclusive Ana. Eu não estava entendendo nada, tinha gente zoando, tinha gente rindo, gente preocupada. E então me mostraram um vídeo e me mostram tudo que foi apagao da minha mente. Depois do 2-0, eu consegui fazer 4 pontos. No fim do primeiro set, meu oponente ficou desesperado e deu um golpe no desespero, me dando um chute certeiro no maxilar, abrindo minha boca novamente. Eu começo a bambear e então caio no chão apagado, com sangue escorrendo. Ele foi desclassificado por golpe ilegal sem possibilidade de recuperação e todos acharam que foi o chute que feriu minha boca, meu mestre nem tinha percebido.
O resto do dia passou muito rápido, de noite voltamos ao Hotel. Ao chegarmos, todos que já haviam lutado queriam sair pra comemorar, resolvendo ir a um forró. Meu mestre foi junto, mas preferi ficar no hotel e dormir. Jhonny já tinha lutado também, pegou Prata em uma chave de 16 lutadores, um monstro, mas ele tava pra baixo.
Eu e Jhonny ficamos no quarto, depois da janta, em que comemos um hambúrguer maravilhoso. Pinguim foi novamente ao quarto do amigo jogar videogame, mas uma grande parte das pessoas tinha ido ao forró. Pelo que me contaram, o forró era bem tranquilo e aceitava menores, então realmente grande parte foi junto dos adultos.
Começamos a arrumar as coisas pra dormir, arrumando as bolsas e recontando as histórias do dia. Ficamos sentados em nossas camas por um tempo, até que alguém bate à porta. Bela e Luana. As duas entraram, Luana veio dar um confere pra ver como eu estava, ficou o dia todo cuidando de mim. Bela e Jhonny ficaram na cama dele deitados e se pegando e Luana estava na minha cama, eu sentado encostado nos travesseiros e ela sentada na frente do meu pé.
— A Ana ficou no hotel — Diz Luana em certo ponto.
— Não ligo. Mesmo se ela ficasse pelada na minha frente eu não ia ligar.
Jhonny e Bela ouviram e começaram a rir, ele se virou pra nós:
— Se ela ficasse pelada ai sim que ia ter que se preocupar.
Todos rimos muito, até que o quarto novamente voltou ao clima que estava. A pegação de Jhonny e a Bela estava ficando mais tensa, eu e Luana ficamos observando. Até que eu toquei ela no ombro, ela se virou pra mim, eu abri as pernas pra acomodar ela e a chamei para um abraço. Ela sentou ali naquele espaço, sem querer roçando a bunda no meu pau que estava meia bomba observando o casal, que agora Jhonny apertava a bunda de Bela com força e a respiração dela tava diferente. O movimento que Luana fez pra se acomodar foi estranho, comecei a achar que ela tinha tocado no meu pau propositalmente, mas achei difícil. Abracei ela e ela deitou no meu ombro meio virada pra mim. Eu sorri pra ela e ela sorriu de volta. Dei um beijo na testa dela e falei:
— Muito obrigado por tudo. Você é muito top.
— Que isso pô, tinha que me redimir depois de arrumar um problema pra você, ia ser injusto da minha parte.
— Não era sua obrigação, e por isso agradeço ainda mais. Mas deixa te perguntar, porque você me deu aquele selinho? — Ela deu um sorriso bem largo.
— Pra dar sorte. Meio que funcionou. — Rimos um pouco. — Depois da Ana vir falar com você, vi que você se alterou, então eu consegui só ver o primeiro set da luta, mas já tinha a informação, então fui conferir como você tava. O que ela tinha dito?
Contei o que ela veio falar.
— A cara nem racha né. — Luana responde.
— Pois é, por isso que o selinho me pegou desprevinido. Você só queria me distrair da Ana ou queria me beijar mesmo?
— Ah, não sei. — Ela desvia o olhar brevemente e depois olha de volta. — Os dois, talvez? Fiquei brava com a Ana de te incomodar naquele momento sem nem saber o que ela tinha falado, mas achei que você não merecia perder por isso. Se fosse pra perder a concentração, que fosse com algo bom, né?
— É, faz sentido.
— Mas já que ela tocou no assunto, a gente poderia comemorar no lugar dela. — Ela completa sorrindo pra mim.
Sorrio de volta e então me aproximo, a beijando. Ela corresponde o beijo e ficamos ali aninhados nos beijando. Até que somos interrompidos por Jhonny me tocando no ombro.
— Mano, não quero incomodar, mas você tem camisinha ai? — Respondo que sim e aponto onde estava. Eu comprei um pacote, entao tinha 6 em total, contando com a que eu tinha levado. Ele pega três, estende a mão pra Bela e ajuda ela a levantar. Ela estava muito vermelha de vergonha. — Valeu cara. O quarto da Bela tá vazio, todos sairam, vamos pra la. Qualquer coisa é o número X. — Dei um joinha e eles saíram.
— Parece que o selinho deu sorte mesmo hein? — Disse pra Luana. Nós rimos e voltamos a nos beijar.
O momento foi ficando mais quente, comecei a apertar o corpo dela. Ela tinha um olho verde muito brilhante. Ela era alta e magra, com um certo volume no peito e bunda, mas não tanto. A bunda dela era bem durinha apesar de ela não fazer nenhum exercício. Comecei a apertar e ela me beijava com uma respiração irregular. Ela afastou um pouco do beijo, me olhando nos olhos.
— Você tem certeza que é uma boa ideia?
— Como vou saber? Não foi planejado, só estou indo onde o momento me leva. Você quem disse de comemorar.
— Tem mais de uma forma de comemorar, podia só ficar nos beijos.
— E você ia querer isso? — Ela riu.
— Não. Não mais, já passamos desse ponto e não tem volta. Até porque se a gente perder essa oportunidade, talvez nunca tenhamos outra.
— Então não vamos perder tempo. Deixa eu quebrar o gelo. — Ela se afastou um pouco e eu tirei a camisa. Ela deu um sorriso mordendo o lábio e veio me beijar de novo.
Começamos a nos beijar bem intensamente, comecei a tirar a blusa dela. Ela deixou, e assim que a blusa estava fora, ela tirou o sutiã. O peito dela era mediano, mas bem arrebitado e redondinho, os mamilos bem rosados e projetados pra fora. Também estavam bem durinhos. Apertei um peito dela e ele preencheu o formato da minha mão, enquanto chupava o outro. Ela fazia um carinho na minha cabeça enquanto chupava. Até que fomos interrompidos por alguém batendo na porta. Nem parei pra pensar em nada, achei que era o Jhonny ou o Pinguim voltando ao quarto. Apenas levantei sem camisa e fui atender. A Luana colocou a blusa, mas esqueceu do sutiã no calor do momento. Era Ana na porta.
— Ei, vim te ver, e poderíamos comemorar se você qui– — Ela olhava o quarto enquanto falava, e então parou a fala de imediato. Ela viu Luana na minha cama, o sutiã dela no chão e as camisinhas em cima da mesinha. Ela fez uma careta de choro, se virou e foi embora.
Fechei a porta e voltei para a cama.
— Acho que melou, acabou o clima. — Luana diz.
— Que nada. — Levantei, fui até a janela e abri. O calor de fora invadiu o quarto que estava com ar condicionado. — Viu? O clima tá aí ainda. — Nós dois rimos, fechei a janela e voltei para a cama. Enquanto andava para a cama, consegui ver a Luana mordendo o lábio sensualmente.
No caminho, abri a bermuda e deixei cair no chão, era possível ver o volume do pau na cueca. Interrompi o movimento para ir na porta e passar o trinco. Quando me virei para ir em direção a cama novamente, Luana estava de pé, sem a blusa, começando a abrir a calça. Me aproximei e ajudei ela a abaixar, descendo junto e ficando de joelhos na frente dela. Abaixei também a calcinha, e ela apoiou no meu ombro, levantando as penas pra tirar completamente a calça e a calcinha. Olhei pra cima e a buceta dela era lisinha, bem rosada. Os lábios não eram projetados para fora, pareciam bem tímidos, e ela tinha uma linha reta de cabelo bem cuidada e singela. Encostei na perna dela e levantei, apoiando na cama. Ao abrir a perna, foi possível ver mais a dentro daquela buceta linda, revelando lábios internos e que ela estava brilhante de molhada. Me aproximei e comecei a chupar a buceta dela com tudo que podia, descontando todo o fogo acumulado das duas noites anteriores. Ela apoiou a mão na minha cabeça e fazia carinho no meu cabelo, não me guiando ou ordenando. Ela começou a gemer baixinho enquanto me deliciava com sua buceta. Deu um tempo, ela toca minha cabeça me chamando.
— Minha perna tá ficando dormente, deita na cama.
Me deitei de barriga para cima e ela montou em mim, encostando a buceta no meu pau por cima da cueca, deitou em cima de mim e me beijou. Fiquei acariciando as costas dela enquanto a beijava então ela deita no meu ombro com um sorriso. Estranhei mas sorri de volta.
— Obrigada por ser gentil.
— Como assim? — Genuinamente não tinha entendido.
— Minhas experiências todas foram com homens que mais pareciam me estuprar que realmente ser recíproco. Tiram a roupa, me jogam na cama, fazem o que querem, gozam e vão embora, depois nunca mais respondem no MSN, então imagino que só eram carinhosos até me comer, então caio na real que só fui usada mais uma vez. Eu nunca gozei no sexo, mal ficava excitada. Muitas vezes doía. Mas você nem meteu ainda e faz piadas, não forçou nada, só guiou. As coisas fluem, como você mesmo disse. Eu estou muito confortável com você e estou bem molhadinha, mais do que jamais estive. Você agir assim, logo após ter uma desilusão como a da Ana significa muito, mostra quem você realmente é. — Ela falava sorrindo, fazendo um carinho no meu peito.
— Tem que mudar isso. — Disse bem sério.
— Como assim? — Ela parou de imediato e levantou a cabeça.
— Você disse que nunca gozou no sexo. Não posso te prometer que vou conseguir, mas vou me esforçar. — Quando ela entendeu o que eu dizia começou a rir e depois manteve o sorriso no rosto.
Ela me deu um selinho e começou a descer beijando meu corpo, chegando até meu pau. Ela colocou a mão dentroda cueca, segurando o pau e tirou a cueca. Ela prosseguiu dando um beijinho na cabeça, e então começando a me chupar. O boquete dela era melhor do que o da Ana. Tinha mais lingua, mais saliva, mais carinho e menos dente. A boca dela deslizava no meu pau e eu pensei que não iria conseguir segurar, mas ai ela parou. Ela deitou do meu lado sorrindo e eu sorri de volta.
— Se quiser, podemos fazer sem camisinha. Nunca fiz antes, mas eu tomo anticoncepcional. — Ela sugere, ficando vermelha.
— O que você quer? — Perguntei de volta.
— O que você quiser, eu quero. Só quero logo porque pode ser que não tenhamos tempo.
Não tinha me ocorrido quanto tempo se passou. Ja era 22:30, na noite anterior, Pinguim voltou pro quarto as 23. Jhonny não tinha uma previsão, acho que a qualquer momento. Me movimentei e deitei por cima dela, me encaixando no meio de suas pernas e ela apoiou os joelhos no meu quadril.
— Posso? — Perguntei, enquanto passava a cabeça do meu pau por toda sua buceta.
— Pode. — Ela dizia de olhos fechados, em meio a gemidos baixos.
Enfiei meu pau devagar, mas sem parar. Conforme enfiava, o gemido dela intensificava, até que parou de entrar e ela deu um gemido alto.
— Isso é muito bom. Não para. — Ela disse arfando.
Comecei o movimento de tirar e meter e o gemido dela era uma sinfonia que acompanhava o ritmo do meu pau. Ela gemia baixo, acho que tinha medo de alguém ouvir do corredor, mas continuamente. Ela estava muito molhada fazendo meu pau deslizar, mal dava pra sentir que realmente estava dentro. Luana colocou suas mãos nas minhas costas e apertava com a unha conforme eu metia. Ela tentava me beijar, mas fazia tudo de olho fechado e ela não conseguia ficar sem gemer. Dava pra sentir os mamilos dela durinhos, e era uma delicia.
Então me levantei, guiando ela pela bunda, colocando ela de quatro, então ela deita a cabeça no travesseiro e empina a bunda o máximo que consegue, com o rosto virado pra mim com uma carinha de safada. Coloquei meu pau na buceta dela novamente e a segurei pelo quadril com força, puxando ela contra meu corpo, ela enfiou a cara no travesseiro e começou a gemer de verdade, mas aposto que só eu escutava.
— Ai, ai, ai, me come assim, continua por favor, não para, não para. — Ela dizia gemendo descontroladamente.
Enquanto eu metia eu conseguia ver um creme branco que se formava no meu pau, e isso me fez ir ainda mais forte, metendo na mesma velocidade. Depois de um tempo ela deu um grito continuo, segurando minhas mãos pra manter como estava, então não parei as metidas. Ela então começa a tremer continuamente, segurando minhas mãos com força, eu afrouxei a pegada na cintura dela, mas continuei metendo como estava. Os gemidos dela começaram a ficar descontrolados e ela tremia muito, então o corpo dela se projeta pra frente, tirando meu pau de dentro, e ela desaba na cama de olho fechado, tentando respirar. Eu fiquei imóvel, não tinha certeza do que tava acontecendo.
Uns cinco minutos depois, ela abre os olhos e se vira pra cima com muito esforço, e me puxa pra deitar nela. Eu deito e ela começa me beijar bem intensamente, de uma forma que não estava beijando antes, parecia que ela queria puxar o ar dos meus pulmões. Ela encerra esse beijo com um selinho e eu vejo que ela esta totalmente vermelha.
— Isso foi muito bom. Queria fazer de novo e de novo, a noite toda. — Ela dizia fazendo carinho na minha cabeça. — Queria te fazer gozar. Onde você quer?
Olhei pra baixo e nesse tempo de ela se recuperar meu pau tinha ficado mole, mas a cama estava toda molhada por algum motivo. Meu pau também estava coberto com uma gosma branca, e a buceta dela também, lembro que a aparência era parecida com espuma de barbear. Olhei a hora, 23:40. Por algum motivo, ninguém voltou.
— Melhor a gente parar, já arriscamos muito e fomos muito além do que dava. Quer tomar um banho? Eu vou arrumar as coisas aqui.
— Pode ser. Quando você terminar você entra lá. — Ela se levantou e foi ao banheiro. Parou na porta do banheiro, se olhando no espelho e disse: — E se você virasse meu namorado? Será que o Lucas ia gostar?
Eu ja tinha praticamente terminado de arrumar, peguei as roupas dela do chão e levei para o banheiro. Abracei ela por trás, com meu pau molhado e melado meia bomba tocando na bunda dela.
— Hmm, sabe, sentir seu pau assim foi o que despertou esse romance, mas agora tá bem mais gostoso. — Ela disse se aconchegando no meu corpo e encostando a cabeça no meu ombro.
Eu beijei ela no pescoço.
— Porque você ta pensando nisso? Quer ser minha namorada? — Perguntei em resposta a pergunta dela.
— Não sei se ia dar certo, tenho medo de estragar nossa relação e a sua relação com o Lucas.
— Então por que tá pensando nisso?
— Sei lá, só uma hipótese.
Ela entrou no banho e eu entrei junto. Ficamos ali rindo e brincando, quando percebi meu pau duro de novo. Ela ficou me olhando e eu sorri.
— Eu gostei muito do seu boquete. — Falei já começando a bater uma. Eu sabia que estava muito perto de gozar.
Ela se ajoelhou no chão do box e começou a me chupar da forma que me chupou antes. Ela limpava cada orifício e cada espaço do meu pau. Não demorou muito e eu apoiei a cabeça dela e ela engoliu meu pau o mais fundo que deu, deixando eu gozar tudo dentro da boquinha dela. Ela continua chupando meu pau, deixando o esperma escorrer da boca dela para o chão do box, sem engolir. Ela tirou a boca, e deu uma ultima batida pra terminar de limpar, entao se levantou, me deu um selinho e se virou para lavar a boca. Com aquela bundinha virava pra mim eu não aguentei. Encostei ela na parede do box, estiquei o quadril dela pra fora fazendo ela ficar bem inclinada, e comecei a meter dois dedos na buceta dela, bem rápido. Ela gemia descontroladamente e tremia como antes. Parecia estar mais sensível que antes, adoraria continuar a brincadeira com meu pau, mas precisava ser rápido. Continuei com os dedos, até que ela se projetou pra frenfe de novo, e dessa vez eu conseguir ver que enquanto eu dedava ela, quando a respiração dela ficava mais ofegante e tremendo, ela começava a fazer xixi (pelo menos eu achava que era xixi), e quando ela se projetava pra frente, escorria bastante liquido branco da buceta dela,
Terminamos de nos lavar e saimos do banho. Olhei o relógio, meia noite e dez. Fiquei preocupado e sai do banheiro. Ninguém estava no quarto. Ela se vestiu e saiu também, ligando pro Pinguim. Ele tinha perdido o horário e ia voltar em breve. Ela me deu um selinho e foi embora. Jhonny voltou com um sorriso de orelha a orelha dez minutos depois, o Pinguim veio cinco minutos depois. Dormimos e fomos para o café da manhã no dia seguinte. Um dos grupinhos estava rindo muito olhando pra minha mesa. O Jhonny acabou de comer e foi falar com os amigos dele do grupo, e ele volta rapidamente. Ele toca meu ombro.
— Mano, me falaram que a Luana era uma vadia, e pediram pra eu confirmar quem estava no quarto comigo e com você quando três pessoas comiam ela a noite toda.
Era uma mentira bem forte. Eu não via a Luana em lugar algum, mas a Ana estava sorrindo triunfante no meio do grupinho. Fui procurar a Luana e ela nem tinha acordado ainda, abriu a porta de pijama quando soube que era eu e me deu um selinho e um abraço de bom dia. Contei pra ela o boato e ela deu de ombros.
— Meu cabelo é vermelho, a quantidade de pessoas que devem achar que sou puta só por isso é assustadora. Deixa eles pra lá. A Ana quis ficar batendo boca comigo de noite, dizendo que eu roubei você dela. Eu mandei ela ir falar pra você isso. Parece que essa é a resposta dela né, porque eu acho que ela não tem moral pra falar nada.
Fiquei impressionado com a maturidade dela pra lidar com a situação, mas ainda fiquei bolado. O último dia de campeonato começou, e íamos direto para casa de lá. O Campeonato teve uma abertura de um grupo chamado Korean Tigers, e era uma sensação no momento. Todos estavam indo a loucura com eles.
Assim que acabou, subimos no ônibus. Luana sentou do meu lado. Durante a noite, ficamos nos pegando e até tentei tocá-la, mas ela parou dizendo “Porque você não aprendeu a lição com a Ana?” mas ela acabou cedendo e deixou eu brincar com a buceta dela na noite, mas só carinho, de leve, nada muito animadinho, e ela não tocou no meu pau porque “não iria se segurar”.
E assim se encerrou a viagem do Campeonato.
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