Transei em frente ao lago com cara do tinder
O sol começava a descer, pintando o céu de tons de laranja e roxo que se refletiam nas águas calmas do lago. Era um daqueles cenários de poesia, tão perfeitos que pareciam irreais. Eu, Alice, sentada na manta estendida sobre a grama macia, sentia-me como uma personagem de um daqueles romances românticos que tanto adoro. A brisa suave agitava levemente as pontas do meu vestido floral e os meus cabelos castanhos. Tudo era tranquilidade, até que o som de passos na grama me fez virar a cabeça.
Era o Miguel. O Miguel do Tinder. A nossa conversa tinha sido um fluxo constante de palavras durante uma semana inteira – cheia de referências literárias, descobertas mútuas de bandas indie obscuras e confissões tímidas sobre nossos medos mais bobos. Ele parecia diferente na vida real. Mais alto, talvez. Mais sólido. Os seus olhos verdes capturavam a luz do entardecer de uma forma que a fotografia de perfil nunca poderia ter traduzido. Ele usava uma camisa de linho simples e calças de brim claras, e sorriu ao me ver, um sorriso fácil que fez com que um calor familiar se acendesse no meu peito.
— Alice? — a voz dele era mais grave do que eu lembrava das nossas breves mensagens de voz, e isso fez com que algo dentro de mim se contraísse de antecipação.
— Miguel. És mesmo tu — respondi, a minha própria voz soando um pouco mais aguda do que o habitual, traindo a minha timidez inicial. — O lugar é lindo, não é?
Ele sentou-se ao meu lado na manta, a sua perna quase a roçar na minha. — É incrível. Parece um quadro. Combina contigo.
A conversa fluiu tão naturalmente quanto tinha fluído online. Falamos sobre o livro que eu estava a ler, sobre o último filme que ele tinha visto, sobre a estranheza dos primeiros encontros. Rimos, e com cada risada, a minha timidez inicial foi-se dissolvendo, derretendo como açúcar no calor que ia crescendo entre nós. O ar à nossa volta parecia ficar mais denso, mais carregado. Cada olhar que durara um segundo a mais, cada acidental toque das nossas mãos ao pegar na garrafa de vinho, era como uma faísca.
O sol desapareceu completamente atrás das montanhas, deixando para trás um céu cor de ameixa. As estrelas começavam a pontilhar a escuridão, e as luzes fracas dos candeeiros à volta do lago acenderam-se, criando um ambiente íntimo e privado, apesar de estarmos num espaço público. Já não víamos outras pessoas há algum tempo.
— Sabe, Alice — ele disse, o seu tom de voz baixando para algo mais sério, mais íntimo —, eu não consigo parar de pensar em como deve ser a tua pele.
O comentário foi tão direto, tão inesperadamente visceral depois de tanta prosa poética, que me tirou o ar. A minha boca ficou ligeiramente aberta, e eu senti um rubor subir das minhas clavículas até às minhas faces. A Alice sensível e sonhadora deu lugar a outra, uma Alice que ardia por dentro.
— A minha pele? — consegui balbuciar, sentindo-me absurdamente ingénua.
— Sim — ele sussurrou, e desta vez, moveu a mão deliberadamente. Os seus dedos tocaram no meu antebraço, e um calafrio percorreu toda a minha espinha. A sua pele era ligeiramente áspera, contrastando com a suavidade do meu braço. — É tão macia. Passei a semana toda a imaginar como seria tocar-te.
Ele não estava a brincar. A sua mão deslizou do meu antebraço para o meu pulso, e depois para a palma da minha mão, entrelaçando os seus dedos com os meus. O contacto foi eléctrico. Eu olhei para os nossos dedos entrelaçados, depois para os seus olhos, e vi neles um reflexo do meu próprio desejo, cru e despojado de qualquer romantismo literário. Era puro, era primal.
Ele puxou-me suavemente para mais perto dele. Já não havia espaço entre nós. Eu conseguia sentir o calor do seu corpo através da minha roupa, cheirar o seu aroma limpo misturado com o ar fresco da noite. — Posso? — ele perguntou, a sua voz um rosnado baixo perto do meu lóbulo da orelha.
Eu só consegui anuir, a minha capacidade de formar palavras tinha desaparecido completamente. A sua boca encontrou a minha num beijo que não teve nada de tímido ou exploratório. Foi profundo, possessivo desde o primeiro segundo. A sua língua invadiu a minha boca com uma fome que me fez gemer baixinho, uma sound que se perdeu no ar noturno. As minhas mãos subiram para o seu cabelo, puxando-o com uma urgência que eu não sabia que possuía. O mundo exterior – o lago, as estrelas, o som dos grilos – desvaneceu-se. Existia apenas a sua boca na minha, as suas mãos nas minhas costas, puxando-me contra ele.
Ele quebrou o beijo, ambos ofegantes. — Preciso de te ver, Alice. Toda.
Aquelas palavras, ditas com aquela voz rouca, foram como um comando. Com dedos que tremiam ligeiramente, não de nervosismo, mas de pura excitação, ele puxou a alça fina do meu vestido floral para baixo do meu ombro. O tecido cedeu, e o ar fresco da noite acariciou a minha pele exposta. Ele parou por um momento, apenas a olhar, os seus olhos verdes escurecidos pelo desejo.
— Meu Deus — ele respirou, e o elogio não dito fez-me arder.
A sua cabeça baixou e a sua boca fechou-se à volta do meu mamilo através do tecido do meu sutiã e do vestido. O calor húmido fez-me arquear as costas instantaneamente, um grito abafado escapando-se dos meus lábios. Ele beijou, lambeu e mordeu suavemente, e eu enterrei os meus dedos no seu cabelo, mantendo-o lá, desejando mais. As suas mãos não estavam paradas; uma agarrou a minha nádega através do vestido, apertando com força, enquanto a outra subia pela minha coxa, puxando a barra do meu vestido para cima.
A sensação do seu toque na minha pele nua foi avassaladora. Eu estava a derreter, a transformar-me num poço de desejo. Qualquer vestígio de timidez tinha sido incinerado pelo fogo que ele acendera em mim. — Miguel… — gemí, o seu nome soando como uma súplica.
— Shhh — ele sussurrou contra o meu peito. — Deixa-me tratar de ti.
Ele deitou-me suavemente de costas na manta, a grama cheirosa uma cama improvisada sob nós. O seu corpo cobriu o meu, o peso dele uma pressão deliciosa e necessária. Ele beijou-me novamente, profundamente, enquanto a sua mão finalmente, finalmente, encontrou o centro de mim, pressionando o tecido molhado da minha cueca. Um choque de prazer percorreu-me, e eu gritei no seu beijo.
— Estás tão molhada — ele rosnou, esfregando a palma da mão contra mim através do tecido. — Toda esta humidade é por minha causa?
Eu só conseguia balançar a cabeça para cima e para baixo, incapaz de falar, os meus quadris a moverem-se involuntariamente contra a sua mão, procurando mais pressão, mais fricção. A fricção do tecido úmido contra o meu clitóris era um tormento delicioso. Ele deslizou a mão para dentro da minha cueca, e o contacto skin-to-skin foi tão intenso que eu quase gozei ali mesmo. Os seus dedos eram hábeis, encontrando o meu ponto mais sensível imediatamente, circulando-o com uma pressão perfeita enquanto o seu dedo médio deslizava para dentro de mim.
— Dentro de ti é ainda melhor — ele gemeu, enterrando o rosto no meu pescoço enquanto os seus dedos me penetravam. — Tão quente, tão apertada.
Eu estava a desfazer-me. Os meus gemos já não eram abafados; eles ecoavam no ar quieto à volta do lago. As minhas pernas abriram-se mais, convidando-o, implorando por mais. Eu agarrei as suas costas, sentindo os músculos contraídos sob a sua camisa. — Por favor — supliquei, já não sabendo pelo que estava a pedir.
Ele pareceu entender. Ele retirou os dedos, deixando-me a sentir-me vazia e ansiante, e sentou-se nos calcanhares. Com movimentos rápidos, ele abriu o seu próprio cinto e o fecho éclair das calças, libertando o seu pau. À luz fraca, ele parecia enorme, duro e impaciente. Uma pontada de medo misturado com excitação percorreu-me.
— Vais levar-me toda, Alice? — ele perguntou, a voz carregada de um desafio lascivo.
Em resposta, eu agarrei a barra do meu vestido e puxei-o para cima da minha cintura, expondo-me completamente a ele – o meu sutiã desapertado, a minha cueca puxada de lado, toda a minha humidade e desejo à vista dele. — Sim — sussurrei, os meus olhos encontrando os seus. — Por favor.
Ele não precisou de ser convidado duas vezes. Ele posicionou-se entre as minhas pernas, a ponta do seu pau pressionando a minha entrada. Ele inclinou-se para a frente, apoiando-se nos cotovelos ao lado da minha cabeça, e entrou em mim num único movimento fluido e profundo que me fez gritar. Não foi suave ou gentil; foi possessivo, claiming, e perfeito. Ele encheu-me completamente, esticando-me, preenchendo cada centímetro de espaço vazio dentro de mim.
Ele parou por um momento, enterrado até ao fundo, e nós simplesmente ficámos ali, ofegantes, os nossos corpos perfeitamente unidos. Eu conseguia sentir cada batida do seu coração contra o meu peito. — És minha — ele sussurrou, e eram as palavras mais eróticas que eu já tinha ouvido.
Depois, ele começou a mover-se. Lentamente no início, cada bombada uma agonia de prazer deliberado. Eu envolvi as pernas à volta da sua cintura, puxando-o mais profundamente para dentro de mim, encaixando os meus quadris no ritmo dele. A manta escorregava na grama ligeiramente húmida com cada empurrão, mas nós não nos importámos. O mundo tinha-se reduzido a este ponto – à sensação dele dentro de mim, ao som dos nossos corpos a colidirem, aos nossos gemos misturados que quebravam o silêncio do lago.
Ele mudou de ângulo, e de repente, ele estava a atingir um ponto dentro de mim que me fez ver estrelas. Os meus gritos tornaram-se mais agudos, mais urgentes. — Ali, oh Deus, Miguel, ali! — Eu estava a desfazer-me, a minha orgasmo a construir-se como uma onda que ameaçava rebentar.
Ele sentiu a mudança em mim, a tensão no meu corpo. — Vem para mim, Alice — ele ordenou, o seu ritmo a tornar-se mais irregular, mais brutal. — Goza para mim. Quero sentir-te a tremer à minha volta.
Foi a ordem que eu precisava. A onda rebentou, um tsunami de prazer que me varreu, fazendo com que o meu corpo arqueasse e tremesse incontrolavelmente à volta dele. Os meus gemos foram abafados pelo seu ombro quando eu enterrei o meu rosto nele, as minhas unhas cavando nas suas costas.
O meu orgasmo a apertá-lo foi o que o levou por cima. Ele enterrou-se profundamente em mim uma última vez, um grito rouco e gutural a sair da sua garganta, e eu senti a quente explosão do seu próprio orgasmo a preencher-me, a sua pulsação dentro de mim prolongando os meus próprios espasmos.
Ele desabou em cima de mim, o seu peso uma cobertura quente e suada. Os nossos corpos ofegantes encontravam-se num ritmo lento. O mundo lentamente voltou a existir – o som da água a bater suavemente na margem, o coaxar distante de uma rã, o cheiro da grama esmagada e do sexo no ar.
Nós ficámos assim por um longo tempo, entrelaçados, sem falar. A minha mente, normalmente tão cheia de palavras e histórias, estava silenciosa, pacífica. Finalmente, ele rolou para o lado, deitando-se de costas ao meu lado e puxando-me para o seu peito. Eu deitei a cabeça no seu ombro, ouvindo o seu coração a abrandar para um ritmo normal.
Ele olhou para o céu estrelado e depois para mim, um sorriso pequeno e satisfeito nos seus lábios. — Bem — ele disse, a sua voz rouca do esforço —, isso foi… uma primeira página memorável.
Eu ri-me, um som baixo e feliz. A estudante de literatura em mim adorou a metáfora. E a mulher em mim simplesmente adorou tudo. — Sim — concordei, traçando círculos no seu peito com os meus dedos. — Foi a melhor introdução que já li.
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