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Conexões perigosas
Dom entrou naquela sala de bate-papo do UOL numa noite qualquer. Não buscava nada além de distração — talvez um flerte leve, uma conversa casual que aliviasse a rotina. Mas bastou uma única frase para tudo mudar:
“Alguém por aí que ainda saiba conversar?”
Jane. O nome dela surgiu discreto, mas a voz escrita carregava algo diferente. Os dois começaram a conversar sem pretensão, trocando confidências sobre a vida, os casamentos, as vontades abafadas. Ambos casados. Ambos, até então, dizendo estar “satisfeitos”.
Mas as máscaras não duraram.
Com o tempo, os papos migraram para o MSN. Depois para o Skype. Até que vieram as chamadas. Vozes reais. Risos de verdade. Suspiros não planejados. Jane confessou com delicadeza: seu casamento era frustrante. Um homem ausente, pouco afeto, nenhum prazer. Dom foi honesto também: sua esposa era fria, distante, como se o calor tivesse desaparecido da relação.
A conversa evoluiu. Com a intimidade, vieram os carinhos. E com os carinhos, a tensão. A cada ligação, os dois se despiam — não apenas de roupas, mas de medos, pudores, papéis sociais.
Uma noite, Jane atendeu ofegante: — Estava esperando sua ligação… — Você está pronta pra mim, Jane? — Sempre.
Dom não apenas a escutava. Ele guiava seus movimentos, com voz firme e palavras que pareciam tocar mais do que mãos.
— Abre a blusa devagar. Quero que se olhe no espelho enquanto faz isso — ordenou ele.
Ela obedeceu. Os seios expostos, o mamilo rígido apenas pelo som da voz dele. A respiração acelerada. As mãos trêmulas.
— Agora, tira a calcinha. Senta na beira da cama e abre bem as pernas. — Dom… — sussurrou ela, quase como um pedido. — Faz pra mim. Quero que se toque como eu faria. Mas sem pressa. Sem gozar ainda.
Jane deixou os dedos deslizarem entre as coxas, sentindo o calor úmido do próprio corpo. Os olhos fixos no espelho. O coração disparado.
— Está escorregando, não está? — ele perguntou, em tom grave. — Sim… muito. — Então imagina minha língua aí. Primeiro de leve, depois mais firme… até você me puxar pelos cabelos e pedir mais.
Ela gemeu, apertando as pernas, lutando contra o próprio prazer. Mas a voz de Dom era mais forte. — Não goza ainda. Me obedece. — Eu não consigo…
Pausou. Respirou fundo.
— Agora, Jane. Goza pra mim.
Ela se entregou. Corpo sacudido por ondas quentes, músculos tensos, um gemido preso na garganta escapando com o nome dele: — Dom… ah, Dom…
Silêncio. O tipo de silêncio que diz tudo.
— Você ainda está aí? — ela perguntou, com a voz doce, ainda ofegante. — Estou. E com a imagem de você gravada em mim pra sempre.
Jane sorriu. Pela primeira vez em muito tempo, sentia-se viva.
— Eu me senti… inteira. — Porque você é, Jane. E isso é só o começo.
Ambos sabiam. Algo havia mudado. Não era mais só um jogo. Não era mais só distância.
Antes de dormir, ela recebeu uma última mensagem dele no Skype: “A próxima vez, quero sentir seu gosto. Boa noite, minha Jane.”
Ela apertou o travesseiro contra o corpo nu e respondeu com simplicidade: “Boa noite, Dom. Você me pertence agora.”
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