Junho 12, 2025

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Lascívia ~ [Parte 1] ~ “Ela sorriu… E eu entendi que ali, naquele sorriso, eu havia perdido uma amiga, e ganhado uma amante.”

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Catharine sempre teve um olhar perigoso, ostentava um brilho que eu considerava “diferente”, pra dizer o mínimo.

Crescemos juntas, estudamos nos mesmos colégios, tínhamos os mesmos amigos, e convivemos com nossas famílias se considerando quase uma só. Talvez por isso, eu não esperava que nossa amizade tomaria um rumo tão inesperado.

Quando estávamos na puberdade, aconteceu algo que eu considero um acidente. Era sexta à noite, numa festa dada na casa de um amigo em comum, dessas que você sabe que vai se arrepender de ter ido, mas mais ainda de não ir.

No meio do círculo, aquela garrafa girou uma centena de vezes, ou perto disso. Todos já tinham feito algo vergonhoso, ou que no mínimo resultariam em ótimas fotos. Até que veio o desafio.

“As próximas vítimas vão ter que dar um beijo, aqui, na frente de todo mundo.”

Não havia distinção de quem desafiaria quem, todo mundo ali estava ciente que entrar no jogo era dar o controle ao acaso. Eu nunca acreditei muito em destino ou probabilidade, mas seja qual fosse a explicação, religiosa ou científica… Eu passei a duvidar do que eu mesma acreditava ou não quando aquela garrafa apontou pra mim, e pra ela.

Nos olhamos por alguns segundos, eu fiquei sem reação, incrédula de que cumpriríamos aquele desafio. Mas ela? Ela jamais deixou de me surpreender mesmo depois de tantos anos de amizade.

Ela sorriu… E eu entendi que ali, naquele sorriso, eu havia perdido uma amiga, e ganhado uma amante.

Catharine se levantou de seu lugar na roda, como uma rainha que se levantava de seu trono, preparada pra esbanjar não apenas sua beleza, mas sua presença, seu poder.

Ela sempre foi infernalmente bonita. Tinha os cabelos pretos como ébano, que lhe caiam por entre os ombros em pequenas ondulações, e algumas mechas jogadas por cima de outras em um charme natural que só ela tinha. Os olhos, azuis como o oceano, onde qualquer um se afogaria, enfeitiçado por aquela beleza surreal, tal como uma sereia que arrasta suas vítimas pras profundezas. Um sorriso alinhado como os astros e iluminado como a lua. E os lábios… carnudos, naturalmente corados… convidativos.

O corpo esculturalmente desenhado, parecia ter sido tecida pelas mãos dos próprios anjos. Não havia falhas nela, porque além de ser deslumbrante fisicamente, ela era segura de si. Tinha notas excelentes, era um exemplo em tudo o que se propunha a fazer… E com aquele desafio, pra minha sorte ou não, não foi diferente.

Ela se aproximou de mim, e eu fiquei nervosa, de um jeito que eu jamais imaginei… Que eu jamais vivenciei. Ela se ajoelhou em minha frente, e seus olhos dançaram uma valsa com os meus, agora, na mesma altura.

Sua destra buscou pela minha canhota, e naquele momento eu infelizmente denunciei meu nervosismo ao apertar os dedos dela de forma inconsciente.

Em resposta, ela riu.

Como ela conseguia tornar aquilo um acontecimento tão natural era um segredo, que talvez eu jamais venha a descobrir.

“Relaxa, é só um beijo.”

Ela tentou me confortar com suas palavras, e se um dia ela falhou em algo, de certo que foi nisso. Eu me perdi em um devaneio de pensamentos enquanto encarava seu rosto se aproximando, pensando em como chegamos ali…. E em como eu queria aquele beijo, mas que definitivamente, não estava preparada pra recebê-lo.

A canhota dela subiu ao meu rosto, em uma carícia que me levou as nuvens por segundos, apenas pra me trazer de volta em um puxão repentino, causado pelo calor dos lábios dela encostando nos meus.

Eu virei um incêndio, incapaz de ser contido.

Nossas línguas se abrigaram uma na outra de forma que pareciam querer tomar o lugar da semelhante na boca alheia. Nossos rostos se ritmaram em um encaixe perfeito, como se aquele beijo tivesse sido calculado pra acontecer algum dia. Os lábios se massageavam uns nos outros, e em algum momento que me inebriei do sabor daquele beijo, minha mente ficou em branco. Era doce, macio, ao mesmo tempo em que era quente… e surpreendentemente, faminto.

Eu sentia o desejo sendo esculpido pelas nossas respirações juntas, e quando nosso descontrole começou a ficar audível, ouvimos um murmúrio ao fundo.

“EEEEITA, calmaaaa, tem quarto livre!”

Se existe uma cor que represente melhor o roxo do que ele mesmo, de certo que meu rosto se tonalizou deste. Nos separamos do beijo com um pesar que eu juro ter sido compartilhado. Ela lambeu os próprios lábios, como quem buscava saborear cada vestígio do que restou daquela destruição que ela me causou. Eu fiz o mesmo, sem coragem de encarar aquele par de orbes oceânicas, ainda que a ouvi rir em seguida.

Pra ela, foi uma brincadeira, mas pra mim, foi o início da minha perdição, porque agora a única coisa que eu queria, era aquela mulher.

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