Novembro 6, 2025

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O ladrão das minhas cuecas

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Os meus dias são normalmente preenchidos com palavras. Palavras de poetas mortos, de romances clássicos, de ensaios intermináveis. A minha vida como estudante de literatura é um refúgio tranquilo, um mundo de sonhos e sensibilidade onde me escondo da realidade mais crua.

Sou tímida, é verdade. Nos corredores da universidade, baixo o olhar quando alguém me cumprimenta. Mas dentro de mim, há um vulcão adormecido, uma paixão por coisas que nunca ousei explorar. E tudo isso mudou numa sequência de noites que me deixaram de cabelo em pé e, por fim, de corpo inteiro em chamas.

Tudo começou quando as minhas chaves desapareceram. Vivo num apartamento partilhado, um daqueles típicos de estudantes, com divisões alugadas a pessoas que mal conheço. Há rapazes nas outras divisões, rapazes solteiros com olhares que por vezes pousam em mim por demasiado tempo quando passo pela sala comum.

Nunca lhes dei muita atenção, preferindo o conforto seguro dos meus livros. Mas quando as minhas chaves sumiram, o meu mundo seguro desmoronou-se. Passei três noites em claro, três noites de terror absoluto. Cada som no corredor era um intruso, cada rangido da madeira era a maçaneta da minha porta a abrir-se.

A minha mente, fértil em imaginar cenários de romances góticos, preencheu o silêncio com as piores possibilidades. Não consegui pregar olho, sentada na cama, a agarrar uma tesoura como se fosse uma arma, os meus olhos ardendo de cansaço e medo.

Na quarta noite, o meu corpo não aguentou mais. O cansaço venceu o medo, e eu adormeci num sono pesado e inquieto. Não sei que horas seriam quando um ruído diferente me acordou. Não era um rangido, era um farfalhar suave, o som de uma gaveta a ser aberta com cuidado. O meu coração parou. Abri os olhos, ajustando-os à penumbra do quarto, iluminado apenas pela luz da rua que entrava pela janela.

E então vi-o. Alonso. O rapaz de Boa Vista, de 19 anos, que mal sabia articular duas palavras na cozinha. Estava ali, no meu quarto, completamente nu. A sua silhueta magra e juvenil projectava uma sombra alongada na parede. E na sua mão, ele segurava várias das minhas cuecas, puxando-as da gaveta como um ladrão a recolher o seu saque. O choque foi tão violento que me deixou paralisada por um segundo. Depois, um grito engasgou-se na minha garganta e transformou-se num urro de fúria e medo.

“O que é que estás a fazer aqui, seu maluco?”, gritei, saltando da cama como uma felina encurralada.

Caí sobre ele com uma força que não sabia que tinha. Os meus punhos, acostumados a virar páginas delicadas, bateram contra o seu peito e costas com um som surdo. Era um turbilhão de raiva, de violação, de noites perdidas de sono. “Sai daqui! Ladrão! Doente!”

Ele tentou defender-se, com os braços a proteger a cabeça, e a sua voz saiu num ansiedade. “Alice, acalma-te, eu só…”.

E foi então, no meio daquela luta absurda, que o meu olhar desceu. E eu vi. Apesar do pânico, da vergonha, da situação horrenda, ele estava erecto. E não era uma ereção qualquer. Era uma coisa monumental, um pau que parecia desproporcional para a sua estrutura magra, grosso e longo, a apontar para mim como um acusação de mármore no meio do caos. Paralisou-me. A minha fúria evaporou-se, substituída por uma onda de pura e simples incredulidade. Os meus punhos, ainda cerrados, abriram-se. A minha respiração, ofegante, acalmou. Eu só conseguia olhar.

Ele percebeu que eu tinha visto. A sua expressão mudou do medo para uma coisa mais complexa, uma mistura de vergonha e orgulho animalesco. “Desculpa”, ele sussurrou, a voz rouca. “Eu… eu só queria cheirar as tuas cuecas. És a rapariga mais bonita desta casa.”

As suas palavras, toscas e brutas, deveriam ter-me repugnado. Em vez disso, algo dentro de mim se acendeu. Aquele vulcão adormecido entrou em erupção. Talvez fosse o cansaço acumulado, o stress das noites sem dormir, ou talvez fosse aquela visão obscena e poderosa que despertou a parte de mim que os livros nunca conseguiram alcançar. A raiva transformou-se num calor húmido entre as minhas pernas. A minha timidez dissolveu-se no ar carregado do quarto.

Sem dizer uma palavra, sem sequer pensar, ajoelhei-me. O chão de madeira era frio contra os meus joelhos nus. Ele ficou imóvel, a observar-me com uns olhos arregalados, cheios de choque e antecipação. A minha mão, que há instantes batia nele, estendeu-se e envolveu o seu pau. Era quente, como um aquecedor, e a pele era incrivelmente macia sobre a dureza de aço por baixo. Senti as veias salientes, a pulsação forte que correspondia ao bater desenfreado do meu coração.

Ele emitiu um gemido baixo, quase um queixo, quando a minha mão começou a subir e a descer. “Alice…”, ele gemeu.

Eu não respondi. Em vez disso, inclinei a minha cabeça para a frente e levei a ponta à minha boca. O sabor era salgado, limpo, masculino. Era a primeira vez que fazia algo assim, tão ousado, tão primal. Qualquer nervosismo foi consumido por uma curiosidade lasciva e avassaladora. Abri a boca e envolvi-o, sentindo a cabeça a preencher-me o céu da boca. Ele arqueou as costas com um grunhido, e as suas mãos enterraram-se no meu cabelo, não com força, mas com uma necessidade desesperada.

A minha boca desceu, tentando acomodar o seu comprimento. Engasgava-me, puxava para trás, e voltava a descer, num ritmo que ia descobrindo instintivamente. A língua explorava a textura, a sensação de o ter a preencher-me a boca era intoxicante. Ouvia os seus gemidos, os seus suspiros, e cada som era um combustível para o meu próprio desejo. Eu, a rapariga tímida da literatura, estava de joelhos no seu quarto, a chupar o vizinho que me tinha assustado até à morte momentos antes. A ironia era tão doce como o precum que saboreava.

Ele não durou muito. A tensão das noites, o choque, a novidade, tudo se conjugou. “Vou gozar”, avisou, a voz tensa.

Em vez de me afastar, aprofundei o movimento, os meus olhos fechados, focada apenas na sensação. A sua mão apertou o meu cabelo e ele explodiu na minha boca, um jorro quente e salgado que me fez engolir rapidamente. Tremia, ofegante, e eu continuei até a última contracção, sentindo o seu pau a pulsar contra a minha língua.

Quando me afastei, ele estava a cambalear, o rosto marcado por um espasmo de prazer puro. Eu levantei-me, o meu próprio corpo a tremer de excitação. O medo tinha desaparecido, substituído por uma fome que não conhecia.

“Agora”, disse eu, a minha voz sainco mais rouca e confiante do que nunca, “vais para a minha cama e vais fazer-me sentir da mesma maneira que eu te fiz sentir.”

Ele não precisou de ser convidado duas vezes. A noite transformou-se num turbilhão de pele, suor e gemidos. Ele, com a energia inesgotável dos seus 19 anos, explorou o meu corpo com uma mistura de reverência e fome selvagem. A sua boca nos meus seios fez-me arquear as costas e gritar, a sua língua a descobrir o meu clítoris fez-me ver estrelas. E quando ele finalmente entrou em mim, aquele pau que me tinha paralisado preencheu-me de uma forma que eu nem sabia ser possível. Era intenso, era delicioso, era tudo menos assustador.

Fodemos até o sol raiar, até o cansaço nos vencer e adormecermos entrelaçados. Quando acordei, com o seu braço sobre o meu peito, já não sentia medo. Sentia-me viva, despertada, transformada. As minhas chaves estavam em cima da mesa-de-cabeceira, devolvidas em silêncio. E eu, Alice, a sonhadora, tinha aprendido que por vezes as melhores histórias não estão nos livros, mas são vividas na pele, no suor e no som de gemidos partilhados na penumbra de um quarto.

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