Agosto 15, 2022

121 Visões

Agosto 15, 2022

121 Visões

Correntes (I)

0
(0)

Na época eu estava finalizando o curso de Odontologia. Faltava pouco para o tão sonhado diploma, que com tanto custo estava conquistando. Meus pais não possuíam posses, sempre vivemos com pouco. Me formar na faculdade era a realização de um sonho que era dividido entre meus familiares. Eu estudava na Faculdade X, renomada e obviamente caríssima. Consegui uma bolsa de estudos, dado as minhas notas no Ensino Médio. Eu estudei muito durante a minha adolescência toda, não tive namorados e paqueras. Todos meus minutos eram devotados aos estudos. É claro que pela idade eu possuía atração por um garoto ou outro, mas naquele momento minha cabeça estava voltada ao vestibular. No ano seguinte minha cabeça era da odontologia. Fui em poucas festas, meu tempo era voltado aos estudos. Porém dois anos atrás passei por uma situação única, que me trouxe vários sentimentos novos: curiosidade, luxúria e por fim medo. Hoje sou outra mulher.

E tudo começou em uma festa. Aquela festa começou a mudar minha visão do mundo, das pessoas, do amor e do sexo. Dois anos atrás eu estava nervosa, em busca de aluguel barato. Eu sempre morei dividindo apartamento com outras meninas, porém a garota que eu dividida ia morar com o namorado. Não tinha condições de pagar aquele apartamento pequeno sozinha. Essa garota que eu dividia apartamento, Ana B, me disse que ela conhecia uma pessoa que queria dividir. Ela iria estar em uma festa naquela noite de sexta-feira, do curso de cinema. Deu ideia de ir lá, pra que eu falasse logo com ela. Na hora não queria ir em festa nenhuma, poderia pegar o Whatsapp e resolver assim. Ana B insistiu tanto, que eu precisava me divertir, que acabei sendo convencida. Talvez resolveria logo e que mal teria em ir para uma festa?

Nessa época a palavra que me descrevia era recatada. Meus pais são católicos de não só irem todos domingos para a Missa, mas também de participar da vida da Igreja. Fui criada nesse ambiente, o que era um tanto repressor. Meninos não eram permitidos em casa, muito menos conversar sobre eles. Eu sempre me importei muito com estudar, logo naturalmente não me importava. Pelo menos era o que dizia para mim, no fundo sentia um profundo desejo não saciado. Eu era tímida, falava pouco e não mostrava meu corpo. Eu não sou mulherão, sou magrinha e pequena. Sempre me escondi em roupas pouco reveladoras, o que me deixava bem diferente das outras garotas, com seus decotes generosos e pernas a mostra. Eu me sentia deslocada, diferente. Eu chamava atenção por ser o total oposto dessas garotas.

Fui trajada para a festa de cinema como uma jovem beata. As pessoas me olhavam e julgavam, até senti que riam de mim. Eu as vi em roupas apertadas e curtas, mamilos marcando camisas. Os garotos preferiam essas meninas, alguns exibiam um volume entre as pernas. Eles ficavam excitados em vê-las, comigo era o contrário. Fantasiava que algum rapaz viesse falar comigo, se exibindo pecaminosamente. Uma garota passou por mim, me tirando desses pensamentos. De vestido preto apertado, com cabelos longos negros até a cintura fina. Andava exibindo um bumbum grande, arrebitado, em um leve rebolado. Aquele corpo era o contrário do meu, naquele momento desejei ser aquela garota, que de costas parecia tão sensual para os homens.

Ela então parou em uma roda de amigos, rindo e abraçando a todos. Parecia alguém divertida. Pude ver um rosto bonito, de olhos verdes e labios vermelhos. Estava com um decote, exibindo volumosos seios até o limite que seus mamilos permitiam. Eu olhei rapidamente para ela, ela olhou para mim e sorriu. Gelei. Deve ter percebido que estava olhando para ela. Eu me virei, nervosa, de costas. Nesse momento Ana B, voltou com dois copos de cerveja.

  • Hoje você vai tomar pelo menos um copo comigo! Saúde!

Brindei, meio forçada. Bebemos a cerveja e conversamos mais um pouco. Então percebi que ela olhou para o outro lado da sala e disse:

  • Espera um pouco, só 1 minuto.

Ela passou por mim e foi para a rodinha da moça de cabelos negros. Me virei rapidamente de costas. Depois escuto ela voltando, falando:

  • Aqui tá a moça que te falei.

Quando olhei era ela, a moça do decote. Fiquei vermelha, envergonhada e olhei para baixo por um momento. Como não tinha o que fazer, levantei a cabeça e falei:

  • O-oi, tudo bem? Sou O.

Ela me olhou de uma forma que era desconhecida para mim, indo para o fundo dos meus olhos, como se me hipnotizasse, me envolvendo. Os olhos verdes, por aqueles poucos segundos, me diziam algo. Na hora não entendi, sõ depois. Ela sorriu e começou a falar:

  • Prazer, sou Maria A. Sou eu quem quer dividir o Apto. Ana B falou muito bem de você, sabia? E te conhecendo, acho que ela não mentiu.

Continuamos a conversar, nós três. Eu a achei muito simpática e divertida. Ela tinha tudo, bonita, simpática e com amigos. Realmente era meu contrário. Depois de um tempo Ana B foi encontrar com o namorado e fiquei conversando com Maria A, minha nova colega de quarto. Ela queria fumar, fomos para um lugar mais afastado. Ela ofereceu, mas não gosto de cigarro. A nossa conversa era sobre trivialidades, séries, filmes e a faculdade. Uma certa hora ela me olhou da mesma forma que uma hora atrás, quando a conheci. E sorrindo, como sempre, disse:

  • Vi que você ficou me observando de longe.

Senti o rosto corar. Olhei para baixo e murmurei:

  • D-desculpa! Não vai acontecer mais.

  • Hahahaha! Não precisa ficar envergonhada. Eu gostei. Você não me olhou como se eu estivesse nua, parecia me admirar. Gosto disso. Também te acho bonita.

Fiquei vermelha e agradeci, era a primeira vez que havia escutado isso de alguém. Conversamos mais um pouco e em seguida entramos. Reencontrei minha amiga, com seu namorado. O resto da noite foi divertido e saímos tarde. Troquei o Whatsapp com a Maria A, para acertamos os detalhes nos dias seguintes.

(Continua)

O que achaste desta história?

Clique numa estrela para o classificar!

Pontuação média 0 / 5. Contagem dos votos: 0

Até agora, nenhum voto. Seja o primeiro a avaliar esta história.

Deixe um comentário

Também pode estar interessado em

A Festa de Fim de Ano

anônimo

15/09/2017

A Festa de Fim de Ano

Tudo Por Uma Pastilha Halls

anônimo

17/11/2020

Tudo Por Uma Pastilha Halls

Arrependido quer Deus

relatoseroticos.es

22/11/2015

Arrependido quer Deus
Scroll to Top