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"A sala estava vazia, exceto pelas garotas, que se espalhavam em bancos, pufes e cadeiras do local."
A sala estava vazia, exceto pelas garotas, que se espalhavam em bancos, pufes e cadeiras do local.
O silêncio era cortado apenas por risos superficiais quando uma delas lia algo divertido na tela do celular.
Provavelmente todas se sentiam como ela, pensou Fernanda.
Era sempre a mesma coisa: os momentos que antecediam o caos da festa eram repletos de um misto de tensão e tédio.
Para sua própria satisfação, conseguir definir seu estado mental com precisão: estava entediada. Ligou a tela de seu celular e checou as horas, como se fosse passar o tempo.
Não ajudava, apenas dois minutos se passaram desde que olhara seu celular, e ainda faltavam oito minutos para começar…
Aproveitou o celular em mãos para tirar uma selfie. Gostava de como seu batom escuro refletia e brilhava sob a luz vermelha da sala. A misteriosa iluminação deixava ainda mais óbvio a falta de espelhos do local, que possuía apenas cadeiras e mesas e um bar que ocupava uma parede inteira.
Fernanda suspirou, entediada, e utilizou a câmera frontal para ajustar sua roupa: um conjunto de sutiã e calcinha de lingerie azul escura, rendado, e longas meias 7/8 de renda escura que começavam um pouco acima do joelho e acabava em longos saltos pretos.
Ela sempre poderia estar mais gostosa, pensou, mas também não queria chamar muita atenção. Afinal, no show da noite ela seria apenas uma figurante.
Enquanto distraía-se com seu celular, ouvia ruídos do lado de fora.
Falou para si mesmo: “Está muito cedo, e elas nunca começam antes da hora…”
Suas inquietações foram cedendo ao ver o motivo do barulho: uma nova colega entrava no espaço.
Fernanda olhou intrigada para a adição do “elenco”. Era uma mulher pequena, com saltos maiores que os dela. Como a maioria das figurantes, trajava uma lingerie de intricados padrões de renda.
O contraste entre o branco da roupa íntima e a cor de pele da estranha era lindo, pensou Fernanda e já fazia maravilhas à mente da figurante, provando flertes em pensamento.
Enquanto analisava a nova chegada, Fernanda não esperava que a desconhecida fosse olhar de volta. Seja pela surpresa, seja pelo olhar, sentiu uma química imediata quando seus olhos se cruzaram.
Fernanda sorriu.
“Essa noite vai ser melhor do que eu esperava…”
— — — — — — —
A festa já estava a todo vapor.
O som gelado de copos e garrafas dançava em volta de sons mais quentes e sutis de corpos se envolvendo e flertes mal-intencionados.
Pessoas bem-vestidas recheavam a festa. Paletós, vestidos de fenda, camisas, “tomara-que-caias”, coletes, saias, gravatas, echarpes e um universo de tecidos e cores brilhavam no ambiente.
Fernanda se sentiu bem à vontade no lugar. Afinal, a festa era tão exuberante que poucos a notavam enquanto ela andava entre o bar e o salão, carregando bebidas e drinks em uma bandeja.
Não avistou mais a colega de branco, mas também não se frustrara. Tinha uma leve impressão (ou seria desejo?) que a encontraria antes do fim da noite.
Era noite de ano-novo e ela já tinha feito seu pedido para o ano que chegava.
Ao longo da noite Fernanda notava as sutis dinâmicas de poder que permeavam a festa: um beijo na bochecha, um sussurro no ouvido, e uma expressão de excitação entre pares de pessoas enquanto uma se afastava em direção aos quartos privados. O casal recém-formado, seja com mulheres, homens e personagens de todo tipo então atravessavam a multidão para terminar entre quatro paredes o que começavam na pista de dança.
Esses jogos excitavam Fernanda. Ela gostava de ver a expressão quase de angústia estampada nas caras das pessoas, como se tivessem sido acometidas por uma doença, infecciosa, incurável. Doença esta que possuía um principal sintoma: um desejo irrefreável de fuder.
Enquanto perambulava em seu trabalho noturno, gostava de imaginar os casais tirando a roupa, afoitos, ao perceberem que estavam livres dos olhares da festa. Sua imaginação tinha um hábito de ser sempre um pouco mais além do que jamais poderia acontecer no mundo real.
Afinal, perguntou-se, o quanto das expressões seriam “reais”? Provavelmente ninguém transaria de verdade naquele lugar.
As câmeras estavam rolando, e não era esse tipo de filme que estava sendo filmado.
Enquanto os equipamentos eram testados, Fernanda levava as bebidas para os personagens do faz-de-conta da noite, atravessando aquele misterioso portal que separa um mundo de outro.
Parecia estar tudo correndo em ordem, e as cenas se encadeavam uma após a outra.
A cena seguinte era o bafafá da noite: um grande bacanal de proporções épicas. O ano iria virar, e todos iriam comemorar fazendo o que a raça humana fazia de melhor: fuder.
As pessoas começaram a tirar suas roupas, preparando a cena final. Uma coreógrafa de cenas eróticas estava em cena, dirigindo os atores menos (ou nada) vestidos.
Fernanda não era exceção. Seu papel incluía retirar a parte de cima (e a de baixo) de sua lingerie, mas podia se ater a seus saltos e meias 7/8.
Lentamente o burburinho foi diminuindo e as pessoas assumiram suas posições, literalmente.
Seu parceiro de cena ainda não tinha sido designado, e ela esperava pacientemente para que a assistente de elenco a incluísse nos planos.
De tanto que esperava, Fernanda não se sentia mais nervosa. Na verdade, ansiava para tirar sua roupa. Já não sabia se o calor que crescia dentro de si era parte dessa ansiedade ou se era excitação.
Antes de descobrir a resposta para essa pergunta, a mulher de branco apareceu em sua frente, acompanhada da assistente de elenco.
“A Globo precisou da sua parceira original, a Fabiana.”
Fernanda ergueu as sobrancelhas, surpresa.
“Mas a Cássia vai substituir ela perfeitamente. Ok? Ok.”
Tomada pelo frenesi da preparação final, a assistente saiu da frente de Fernanda tão rapidamente quanto entrou, deixando-as a sós.
Fernanda olhou para Cássia, que usava as mesmas lingeries brancas do começo da noite.
“Prazer, e você é?”
“Fernanda. Pode me chamar de Nanda, de Fer, do que quiser, na verdade.”
Apertaram as mãos como dois senhores de idade que já não lembram como se portar socialmente, e Fernanda riu do clichê que a situação se tornara.
Antes que pudessem trocar amenidades, a diretora já falava a plenos pulmões para todos (e ela queria dizer, todos) assumirem as posições, faltava apenas cinco minutos para a gravação.
A situação inesperada desarmou Fernanda a tal ponto que ela se esqueceu brevemente do que sua participação envolveria.
Enrubesceu ao lembrar, principalmente ao pensar que faria a cena com aquela mulher estonteante.
Não sabia explicar. Apesar de ser menor que ela, Cássia parecia ocupar a sala inteira, como se exigindo a atenção de todos para ela.
Fernanda agradeceu ao fato de que ficaria no plano de fundo e ninguém perceberia o quão nervosa ela estava.
Sacudiu mentalmente sua cabeça, desvencilhando-se de distrações, e focou na tarefa do momento. Ela era uma profissional, ou pelo menos era isso que ela gostava de pensar.
Assim, enquanto Cássia a observava, Fernanda sentou-se na mesa, de costas para a câmera, e indicou Cássia para que ela assumisse a posição.
“Desculpa, mas o que vamos fazer?”
“Ai, ninguém te falou?”
Pouco profissional da parte da equipe, pensou Fernanda. Ela enrubesceu novamente, antes de finalmente informar à sua colega:
“Você vai me chupar.”
Cássia sorriu, divertindo-se com a vergonha estampada no rosto da figurante.
“Ou pelo menos é isso que a câmera tem que ver…”
Cássia deu a volta na mesa no fim do cenário e se ajoelhou lentamente.
“Aqui está bom?”
Fernanda jurava ter visto um respingo de malícia, escondido por detrás dos olhos penetrantes de Cássia.
“A câmera só vai pegar sua cabeça entre minhas pernas, mas eu vou estar sem calcinha…”
“Tudo bem, eu não tenho problema com isso”
Ela parecia tranquila. Tranquila até demais, pensou Fernanda.
Todo mundo sabia o que ia acontecer. Não haveria surpresas nem precisaria haver toques. Seria melhor assim. Sem emoções reais. Controlável, asséptico.
O flerte, naquele lugar, não passava de mais um sintoma de atuação. Era tudo um grande jogo, uma complexa encenação. As pessoas que entrariam acreditavam que eram desejadas, e as figurantes fingiam que desejavam…
Fernanda resolveu entrar na cena: disse a si mesmo que queria Cássia.
Cássia podia apenas retribuir o favor e fingir que queria Fernanda também.
Assim, o alerta final avisava que era chegada a hora.
Cássia se mantinha ajoelhada com o corpo ereto, apoiando-se com os dois braços na mesa. Seus seios roçavam nas coxas de Fernanda, que tentava com toda sua força não se distrair.
As pessoas em volta começaram a se despir, e finalmente os atores e atrizes principais emergiram de seus camarins, vestindo roupões.
Calcinhas, sutiãs, cuecas e todo tipo de roupa íntima eram entregues para a figurinista em cena. Todas as peças eram previamente etiquetadas com nomes dos figurantes. Ninguém iria voltar para a casa com uma mão na frente e outra atrás.
Corpos de todas as formas emergiram dos seus túmulos sacros de tecidos, e a cena final sobrecarregaria qualquer par de olhos com sua multidão de órgãos e membros de carne.
Fernanda se levantava, sorrindo sem graça, e lentamente se desfez de seu sutiã e sua calcinha, entregues a seguir para a assistente de figurino.
Cássia, por sua vez, desfez-se de sua lingerie branca e expôs um par de seios de auréolas escondidas, quase tão tímidas quanto Fernanda.
O nervosismo, assim como o frio do set, a fizeram arrepiar em ondulações de calafrio que pululavam de suas costas até sua coxa.
Cássia se empertigou, alcançando com seus dedos as coxas semicobertas com a meia sete-oitavos.
“Tudo bem com você? Você está pronta?” Cássia perguntava com doçura, aparentando preocupação sincera.
“Estou bem. Vamos nos divertir”
“Luz!”
As lâmpadas amarelas se apagavam, substituídas por lâmpadas alaranjadas mais cálidas e menos agressivas.
Cássia beijou um par de dedos médio e indicador e repousou seu beijo na barriga de Fernanda. “Quebre a perna”
“Câmera”
Um profundo silêncio se instaurou no set.
Cássia adentrou a cabeça entre as coxas de Fernanda, preparando-se. Fernanda suspirou, quieta.
“Ação!”
O caos controlado explodia na cena. Gemidos e gritos e corpos enlaçados invadiam os ouvidos e olhos de Fernanda.
Cássia balançava a cabeça entre suas pernas, como se a chupasse com umafome insaciável.
Fernanda, paralisada um pouco, percebeu-se excitada enquanto os cachos de Cássia roçavam em seus próprios cachos íntimos.
Gemia com um pouco de falsidade, tentando entrar naquele estado de espírito.
Cássia apertava levemente sua coxa, mantendo contato com os dedos.
De repente, um inesperado “Corta” interrompeu instantaneamente a suruba, e as pessoas se refrescavam, voltando à civilidade da abstenção sexual.
A diretora, implacável, invisível por detrás da multidão, ordenava suas vontades pelo microfone.
“Gente, é ano novo. Imagina que é a transa do ano! Quero mais calor, mais vida!”
Cássia emergia do vento de Fernanda e limpava um pouco seu rosto, de onde começavam a brotar gotas de suor.
“Tudo bem, Fernanda?”
“Sim, sim. Me distraí um pouco”
“Quer que eu faça algo de diferente?”
“Eu que fiz besteira. Vou tentar me entregar um pouco mais…”
A colega de branco sorriu amigavelmente.
Fernanda retomou sua posição, inclinando-se para trás na mesa. Decidiu fantasiar. Isso geralmente a relaxava.
Assim, quando a diretora clamou mais uma vez por “Ação!”, Fernanda não estava mais no set.
Estava sendo chupada por uma mulher linda em uma festa de ano novo.
Sentia uma boca quente aquecendo suas pernas, sentiu dedos apertando suas coxas, e sentiu seus mamilos endurecidos de tesão.
Não sabia se estava molhada mesmo ou se era parte de sua imaginação, mas resolveu que não faria diferença.
Gemia com prazer real, passando sua mão por seu corpo, ativando suas zonas de prazer.
Imaginava que retribuía os carinhos de língua de Cassia com carinhos em seus cachos, e era arrebatada por puro desejo.
Lentamente, voltou a si. As pessoas lentamente entravam em silêncio novamente. A cena já havia acabado.
Fernanda respirava profundamente, de corpo quente. Sentou-se enquanto Cássia sentava sobre seus pés.
“Isso foi…”
“Acho que por hoje acabou” Cássia deu um sorriso de satisfeita consigo mesma.
Fernanda achou melhor não perguntar se ela havia de fato feito algo. Melhor deixar certas coisas na dúvida.
Cássia mordia rapidamente seu lábio inferior antes de levantar-se.
Uma assistente trouxe dois roupões de banho, brancos, básicos, como se fossem destinados a limpar os corpos recém tocados por um sexo proibido.
As duas figurantes se vestiram, aparentemente contentes com o resultado.
“Até a próxima, Fernanda”
E Cássia novamente saía de cena, indo buscar sua roupa em uma mesa com peças brancas.
Fernanda tomou a deixa e foi ao outro lado do set, procurando sua própria em uma mesa de roupas azuis.
Fim da parte 1
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